Nunca um resultado foi tão justo quanto a vitória da Chapecoense no sábado (11) no Nabizão, pela primeira rodada do returno. E nunca um time, o Bragantino, mereceu perder e ainda agradecer aos céus por não ter sido goleado.
Um resumo do que foi a partida já começa pela escalação do Massa Bruta, totalmente equivocada, como que a imaginar que o confronto não seria difícil, diante da péssima campanha da Chapecoense.
Ao final dos 90 minutos o Verdão do Oeste catarinense tinha arrematado a gol 22 vezes, contra apenas 9 do Bragantino, sem contar duas defesas ‘milagrosas’ de Cleiton e duas bolas na trave.
O gol de Artur, na verdade, foi um daqueles ‘achados’, pois ao concluir a gol, viu a bola bater na mão esquerda de Busanello, que não teve a intenção de mudar a trajetória da bola, mas que interferiu na jogada. Isso, aos 38 minutos do primeiro tempo. Até então, quatro chutes a gol dos comandados de Barbieri, e nenhum no alvo. A Chapecoense já era superior ao mandante ao final dos 45 minutos iniciais.
Final – Se o Bragantino não jogou nada no primeiro tempo, no segundo foi ainda pior. Lento, sem conseguir criar jogadas, faltoso e com uma quantidade absurda de passes errados, assistiu ao time catarinense ditar o ritmo da partida, criar inúmeras oportunidades para empatar, o que quase acabou acontecendo aos 23 minutos, em conclusão de Geuvânio, que teve o gol anulado pelo VAR. Mas aos 33′ não teve jeito: após entrada violenta de Cuello, Ravanelli alça a bola na área e Mike se antecipa à zaga e de cabeça manda às redes. Aos 40′, a trave salvou o Bragantino depois da cabeçada de Anselmo Ramon e minutos antes, duas defesas fundamentais de Cleiton. A justiça no marcador veio aos 49′, em nova jogada área, e desta vez Anselmo Ramon não desperdiçou: virada da Chape.
A preocupação maior que resultou dessa partida, é que o técnico Maurício Barbieri não tem um bom meio-campo. Sem Raul e Lucas Evangelista machucados, e sem Claudinho, vendido ao futebol russo, o time revela descompasso nesse setor. E sem uma boa criação, o ataque é nulo, vivendo apenas de jogadas esporádicas de Artur.
A estreia de Emiliano Martínez não serve de indicador para aquilo que o jogador ainda pode mostrar, pois o meio-campo da equipe simplesmente não existiu.
Já perto do final, o desespero era visível inclusive no banco de reservas, de onde Artur conseguiu ser expulso ao xingar o árbitro.
O Massa Bruta volta a campo no próximo sábado, às 21 horas, para enfrentar o Bahia, no Estádio do Pituaçu, em Salvador.
ATUAÇÕES
Cleiton: Salvou o time de um vexame maior, pois em três oportunidades fez defesas que poderiam resultar em um placar mais elástico. Nota 8,0.
Weverton: Foi tímido no apoio ao ataque e teve problemas para conter as investidas do adversário pelo seu setor. Nota 5,0.
Fabrício Bruno: Quando se trata de jogada aérea, continua firme e forte em sua postura: falha em quase todas. Nota 5,0.
Léo Ortiz: Desta vez também naufragou nas jogadas aéreas e nas coberturas ao lateral Edimar. Nota 5,0.
Edimar: Curiosamente foi um pouco melhor ofensivamente e precisou da ajuda de Cuello na marcação. Nota 5,0.
Emiliano Martínez: Pode-se dizer que entrou ‘numa fria’, em um meio de campo fraco, pouco criativo. Ainda precisa de tempo. Nota 5,5.
Vitinho: Inacreditável que alguém ainda aposte em seu futebol. É fraquíssimo. Deu três passes e errou todos. Nota 4,0.
Eric Ramires: Conseguiu, de certo modo, se salvar da mediocridade do meio-campo, principalmente voltando para ajudar na marcação. Nota 5,5.
Artur: Concentrou as jogadas pelo seu setor, e foi às redes em cobrança de pênalti. E de forma infantil acabou levando cartão vermelho. Nota 5,5.
Gabriel Novaes: Um chute para fora e uma oportunidade para marcar que chutou em cima do goleiro. Fora isso, uma nulidade. Nota 5,0.
Cuello: O mais lúcido do setor ofensivo, tentou a armação de jogadas e voltou para ajudar Edimar na marcação. Nota 6,5.
Helinho: Entrou e fez apenas uma jogada: deu um pontapé no adversário que lhe valeu cartão amarelo. Nota 4,0.
Praxedes: De útil, nada. E também foi ‘amarelado’ pelo árbitro. Nota 4,0.
Pedrinho: Quando entrou, mal teve tempo de tocar na bola. Sem nota.
Rafael Luís: Entrou aos 20′ do segundo tempo e não fez nada de diferente do que vinha sendo feito por Weverton. Nota 5,0.
Ytalo: Não poderia ter feito absolutamente nada com um time recuado e sem criatividade. Sem nota.
BRAGANTINO 1 x 2 CHAPECOENSE
CAMPEONATO BRASILEIRO – Série A – 20ª rodada
Local: Estádio Nabi Abi Chedid, Bragança Paulista (SP)
Data: 11 de setembro de 2021 (sábado, 19 horas)
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ) – Assistentes: Eduardo Gonçalves da Cruz (MS) e Márcia Bezerra Lopes Caetano (RO)
Público e Renda: Portões fechados
Cartões amarelos: Praxedes, Helinho e Weverton e Cuello (Bragantino) e Busanello e Anselmo Ramon (Chapecoense)
Cartão vermelho: Artur (Bragantino)
Gols: Artur aos 38′ (Bragantino) e Mike aos 33′ e Anselmo Ramon aos 49′ (Chapecoense)
BRAGANTINO: Cleiton, Weverson (Rafael Luís), Fabrício Bruno, Léo Ortiz e Edimar; Emiliano Martínez (Ytalo), Vitinho (Praxedes) e Eric Ramires; Artur (Helinho), Gabriel Novaes e Cuello (Pedrinho). Técnico: Maurício Barbieri.
CHAPECOENSE: Keiller, Matheus Ribeiro, Kadu, Jordan e Busanello; Alan Santos (Moisés Ribeiro), Anderson Leite e Dener (Ravanelli); Mike (Fabinho), Peroti (Anselmo Ramon) e Bruno Silva (Geuvânio). Técnico: Pintado.