A campanha brilhante do Bragantino no primeiro turno do Brasileirão parece ter dado lugar a um time comum, pouco criativo e cada vez mais dependente de uma espinha dorsal que, ausente em campo, faz todo o conjunto naufragar.
Foi o que se viu diante do Bahia, no domingo (20) à tarde em Salvador, quando foi goleado por 4 x 0 pelo tricolor da boa terra, que briga para não entrar na zona de rebaixamento.
O futebol costumeiro, com marcação alta, controle das ações e infiltrações pelos lados de campo, não durou 5 minutos, pois logo aos 8’ o Bahia abriu o marcador em falha do miolo de zaga que o meia Rezende concluiu às redes. Foi o suficiente para desarrumar o que já não era lá essas coisas.
Sem Lucas Evangelista, que na véspera, ainda na capital soteropolitana, foi avisado do falecimento de sua mãe e deixou a delegação, o improviso no meio-campo, com o fraco Bruninho, foi preponderante para a falta de criatividade. Apenas com Jadsom Silva em boa jornada (Matheus Fernandes voltou de contusão, mas teve desempenho abaixo do esperado), ficou difícil concatenar as ações. Ainda assim, duas oportunidades foram criadas, que pararam nas mãos do goleiro Marcos Felipe. Com um buraco entre a defesa e o meio-campo, não foi difícil para os baianos aproveitarem para chegar ao segundo gol, de cabeça, feito por Vitor Hugo, aos 37’, após a cobrança de escanteio.
Intervalo – Depois do intervalo a situação ficou ainda pior, pois o capitão Léo Ortiz não voltou a campo, ao sentir um desconforto muscular. Outras mudanças feitas por Caixinha não surtiram efeito e o desastre que se prenunciava acabou acontecendo.
O Bahia tomou as rédeas da partida, o Massa Bruta seguiu errando muito e construir o placar de 4 x 0 não foi difícil, com gols de Vinícius Mingotti aos 59’ e Cauly aos 83’.
A tal da espinha dorsal, formada por Léo Ortiz, Juninho Capixaba, Matheus Fernandes, Lucas Evangelista e Eduardo Sasha, é o que salva o Bragantino. Sem eles, o futebol fica reduzido ao que se viu diante do Bahia.
Agora é juntar os cacos para o próximo domingo (27), quando recebe no Nabizão a equipe do Cuiabá, partida prevista para às 11 horas.
ATUAÇÕES
Cleiton: Duas boas defesas e sem culpa nos gols sofridos. Nota 6,0.
Aderlan: Jogou apenas o primeiro tempo e não comprometeu. Ainda tentou ajudar o sistema ofensivo, mas sem sucesso. Nota 5,5.
Andrés Hurtado: Substituiu a Aderlan e o máximo que conseguiu foi o terceiro cartão amarelo, e não vai estar em campo na próxima partida. Nota 5,0.
Léo Ortiz: Em meio a um time desorganizado e uma zaga que dá calafrios no torcedor, naufragou com um futebol bem abaixo. Não retornou para a etapa final. Nota 5,5.
Lucas Rafael: Substituiu a Ortiz e parece ter boa noção do que deve fazer em campo. Ainda cedo para uma avaliação mais consistente. Nota 5,0.
Luan Cândido: A reportagem da GB no sábado, já alertava sobre a escalação de Luan Cândido como lateral. E não deu outra. Perdeu todas as disputas, falhou no primeiro gol e na jogada do terceiro demonstrou não ter fôlego para acompanhar o adversário. Nota 4,0.
Matheus Fernandes: Voltou de lesão e esteve completamente perdido em campo. Não funcionou na marcação e menos ainda na criação. Nota 5,0.
Jadsom Silva: Ainda tentou defender e atacar com a mesma intensidade, mas sozinho não conseguiu muita coisa. Nota 6,0.
Matheus Gonçalves: Entrou com disposição, porém falhou mais do que acertou. Nota 5,0.
Bruninho: Figura decorativa no meio-campo. Passou a certeza de que o time tinha 10 jogadores. Não ajuda na marcação, peca na criação e erra muitos passes. Nota 3,5.
Vitinho: De cada dez chutes que dá, erra onze. Sem contar que é individualista na maioria das vezes. Nota 4,0.
Gustavinho: Cisca aqui e ali, também erra passes além da conta e produz pouco. Nota 5,0.
Sorriso: Tem jogado bem, porém sozinho desta vez não conseguiu produzir boas jogadas. Tentou, é verdade, mas não basta tentar. Nota 6,0.
Thiago Borbas: Repetiu nesta partida o que fez na anterior: duas oportunidades para marcar, mas chuta sempre contra o corpo do goleiro. Fora isso, é lento e pouco participativo. Nota 4,5.
Alerrandro: Ninguém notou sua presença em campo. Nota 4,5.
Pedro Caixinha: Sem Evangelista, seu viu forçado a mudar o esquema de jogo, porém escalou mal. Bruninho não joga nada faz tempo, mas ainda assim começou como titular. Errou também em algumas substituições. Nota 5,0.
BAHIA 4 x 0 BRAGANTINO
Campeonato Brasileiro Série A – 20ª Rodada
Local: Arena Fonte Nova, Salvador (BA)
Data: 20 de agosto de 2023 (domingo, 16 horas)
Árbitro: Arthur Gomes Rabelo (ES) – Assistentes: Rodrigo Figueiredo Henrique Corrêa (RJ-Fifa) e Marcia Bezerra Lopes Caetano (RO) – Árbitro de vídeo: Rodolpho Toski Marques (PR-Fifa)
Público: 38.451 pagantes – Renda: R$ 1.127.430,00
Cartões amarelos: Kanu e Rezende (Bahia) e Aderlan, Andrés Hurtado, Matheus Gonçalves e Jadsom Silva (Bragantino)
Gols: Rezende aos 8’, Vitor Hugo aos 37’, Vinícius Mingotti aos 59’ e Cauly aos 83’ (Bahia)
BAHIA: Marcos Felipe; Gilberto, Kanu, Vitor Hugo e Camilo Candido (Matheus Bahia); Rezende (Acevedo), Thaciano e Cauly; Ademir (Everaldo), Rafael Ratão (Yago Felipe) e Vinícius Mingotti (Vitor Jacaré). Técnico: Renato Paiva.
BRAGANTINO: Cleiton; Aderlan (Andrés Hurtado), Léo Ortiz (Lucas Rafael), Luan Patrick e Luan Cândido; Matheus Fernandes, Jadsom Silva (Matheus Gonçalves) e Gustavinho; Sorriso, Thiago Borbas (Alerrandro) e Bruninho (Vitinho). Técnico: Pedro Caixinha.