Jonathan Alberti
Rodízio ou planejamento?
Quando assumiu a prefeitura, o prefeito Professor Amauri Sodré, em entrevista ao jornalista Paulo Alberti Filho, falou sobre a possibilidade de se estudar um rodízio de veículos na cidade. A fala, em junho de 2022, virou murmurinho nas redes sociais, e não faltaram críticas. Porém, agora, quase um ano depois, há quem defenda a medida, pois não aguenta mais ficar parado no trânsito das caóticas avenidas dos Imigrantes (Lavapés e Fraternidade) e José Gomes da Rocha, além das ruas Antonieta Thomazini Lonza e Antônio Sabella, que dão acesso à rodovia Capitão Bardoíno. Podemos acrescer nesta lista a avenida Lindóia, Dom Pedro I, Pires Pimentel, enfim dezenas de vias que, a exemplo das citadas, têm trânsito caótico e filas quilométricas nos horários de pico.
Toda essa problemática, torna a conversa do rodízio plausível e digna de ser estudada, afinal é uma medida que pode ajudar a reduzir, e muito, o fluxo de veículos nas avenidas principais da cidade.
Outra medida que poderia ajudar é um planejamento melhor da malha viária da cidade. Claro, que coordenar o trânsito numa cidade que cresceu e ainda cresce sem o menor planejamento e sem estrutura para o futuro deve ser muito difícil. Porém, devem existir soluções como alargamento de vias, com extinção de canteiros centrais, redução de calçadas gigantescas e até desapropriações. A construção de pistas elevadas, um investimento milionário, também é uma solução que traria resultados positivos para a mobilidade da cidade. Aliás, a medida foi apenas comentada pelo ex-vice-prefeito Luiz Gonzaga Pires Mathias, o Gonza, um visionário que vislumbrou o crescimento e o aumento de veículos na cidade. Na época foi injustamente tachado de “louco” pelos próprios pares da municipalidade, porém, hoje a loucura cairia como uma luva para a mobilidade urbana.
Enfim, não importa o que será (ou não) feito pela mobilidade urbana e sim quais os resultados e o impacto deles na vida do cidadão. Até agora esses resultados tem sido mais do que negativos, causam estresse na população e não são bons para a popularidade do governo Amauri. Já passou da hora de “chacoalhar o bambu”, arregaçar as mangas e resolver esses problemas.
Problema (quase) insolúvel
Que a empresa JTP é um problema crônico que está criando metástases em nossa cidade é de conhecimento público. Desde toda a problemática na garagem até o péssimo atendimento aos usuários do transporte coletivo, fica mais do que provado que a JTP não vem atendendo, nem de longe, as exigências do contrato com a prefeitura. Em face disso, a Mobilidade Urbana, parece fechar os olhos e abri-los só quando o prefeito Amauri Sodré dá um tapa na mesa e exige soluções. Porém, quando isso acontece, fazem fiscalizações e sequer divulgam para a população quais foram os problemas encontrados, se limitando a enviar apenas algumas fotos e um texto mequetrefe dizendo que a “As eventuais não conformidades encontradas nas inspeções são notificadas à empresa concessionária e estipulado um prazo para a correção do problema”.
Na Casa do Poder Legislativo, jornalista Willian Cardoso, os vereadores já se cansaram de falar sobre o tema, ouviram por algumas vezes representantes da empresa e secretários, cobraram soluções e até agora nada. Aliás, na Casa de Leis, muitas denúncias tem vindo à tona desde a contratação da empresa, como ônibus em péssimas condições, superlotação, atrasos, faltas de linhas e etc… porém, a pior e mais grave delas foi feita pelo vereador Ismael Brasilino e comentada na última sessão ordinária, de que alguns coletivos estão com a plataforma elevatória, que dá acesso aos portadores de deficiência motora e que necessitam de cadeiras de rodas, quebrada. Ele inclusive citou casos de constrangimento a esses passageiros e até de maus tratos por parte dos motoristas. O edil ainda diz que o caso está nas mãos do Ministério Público.
Uma coisa é pública e notória, que vem se repetindo em diversos contratos firmados pela municipalidade e que pode custar caro ao prefeito Professor Amauri Sodré, são essas empresas aventureiras, que como a JTP, firmam contrato, prometem mundos e fundos e não cumprem nem o mínimo exigido. Se não mudar a coisa vai pegar, até porque, a maioria dos eleitores necessitam do transporte coletivo…
Perguntar não ofende
Porque os abrigos de ônibus modernos, com telas, totens, bancos confortáveis e tudo mais que o edital exige ainda não foram construídos e sequer cobrados pela secretária de Mobilidade Urbana?
Dia da abolição, dia de Preto Velho, adorei as almas!
O dia 13 de maio é um marco histórico para o Brasil, a comemoração dos 135 anos da assinatura da Lei Áurea, que libertou milhares de africanos trazidos para o Brasil para trabalharem como escravos. A lei, assinada pela princesa Isabel, contribuiu ao longo do tempo para a formação da atual sociedade. Da senzala para as fazendas e casarões, os homens, mulheres e crianças passaram a se integrar ao coletivo e seus costumes foram se integrando a sociedade. Muitos deles eram sacerdotes e sacerdotisas de religiões africanas e com sua fé num Deus (Olórun-Olódùmarè) que distribui seu Axé (poder) em cada elemento da natureza, foram fundamentando os alicerces das religiões afro-brasileiras. Dentre as religiões surgiu a Umbanda, religião que deu voz aos espíritos de negros e caboclos, na cidade de Niterói em 1908. Dentre as primeiras manifestações na “nova” religião está a de um Preto Velho, Pai Antônio, que realizava trabalhos de cura física e espiritual, se assim fosse de merecimento do consulente.
Mas, o que é um Preto Velho e o que ele tem a ver com a abolição dos escravos?
Pretos Velhos representam o espírito de superação e transcendência de toda a tortura e sofrimento vividos por escravos no passado. Por isso, 13 de maio, dia que representa a liberdade da opressão, é comemorado o dia de Preto Velho. Uma das mais fortes linhas da Umbanda, os Pretos Velhos são reverenciados com muito carinho e considerados como espíritos sábios, humildes e pacientes. Sentados num banquinho, que muitos deles chamam de “toco”, fumando cachimbo ou cigarro de palha os Pretos Velhos passam suas mensagens e orientações com zelo e ternura. Conhecedores das mais diferentes mirongas-mandingas, os Pretos Velhos têm sempre uma resposta para cada problema. Os Pretos Velhos nos passam o exemplo de como o espírito pode crescer através da luz, da sabedoria e da humildade!
Salve o dia de hoje! Adorei as Almas! Saravá! Salve os Pretos Velhos!