Na segunda-feira (8), foi apresentada a imprensa e comunidade, a V Campanha da Fraternidade Ecumênica: “Fraternidade e diálogo: compromisso de amor”, que tem como lema o trecho da carta de Paulo aos Efésios: “Cristo é a nossa paz: Do que era dividido fez uma Unidade” (Efésios. 2.14a).
Em coletiva a imprensa, presencial e também transmitida pelos canais virtuais da Diocese de Bragança Paulista, o Bispo Dom Sérgio Aparecido Colombo, acompanhado do Pe Francisco Gilson de Souza Lima, coordenador diocesano da ação evangelizadora, e pelo Reverendo Roberto Enzo Basílio, pastor da Igreja Presbiteriana Unida de Atibaia, explicou o foco escolhido e frisou o diálogo pela vida, independentemente de sua religião e sexualidade. “O corpo de Cristo é um só. Ele tem muitos membros, variados membros, mas é um só! Nós não podemos perder de vista nessa Campanha da Fraternidade Ecumênica, aquilo que é fundamental: o diálogo que nos aproxima e o encontro com Cristo que é a nossa paz” disse o bispo.
Segundo Dom Sérgio, o texto enfatiza quatro momentos que é o ver, julgar, agir e celebrar. O primeiro, o “ver”, tem como ponto central a pandemia, que tanto afetou a população mundial e a situação que ela gerou, com o crescimento da violência. “Cresceu a violência na família, contra as mulheres, contra as pessoas negras e a comunidade LGBTQ+”, destacou o religioso, que disse: “A violência nunca será caminho, a violência nunca será saída para que nós possamos construir um mundo melhor. Sobretudo se esta violência for praticada por grupos religiosos fundamentalistas, que influenciam, ou querem influenciar a política por meio de cristocracia, que são expressões de um Cristo-fascismo, onde o racismo religioso, a indiferença religiosa e a discriminação religiosa se tornam violência contra a religião, sobretudo as de matrizes africanas”.
No segundo momento do texto base, o “julgar”, o bispo destacou o lema da campanha, um fragmento retirado da carta de Paulo aos Efésios “Cristo é a nossa paz: Do que era dividido fez uma Unidade”, que oferece às igrejas e comunidades uma reflexão que ajuda a compreender a palavra de Deus. Na terceira parte, o agir, e na quarta parte, o “celebrar”, cada entidade terá sua forma de trabalhar com sua comunidade. Segundo Dom Sérgio, o manual da campanha oferece diversas formas de encontros da comunidade para se tratar o diálogo e a fraternidade. “A catequese na Igreja católica, o grupo de jovens, os casais, a própria liturgia, a homilia são instrumentos que vamos utilizar para propagar a campanha da Fraternidade” explicou o bispo, que disse que ainda irá aos templos para falar sobre a campanha.
O Reverendo Roberto Enzo Basílio, pastor da Igreja Presbiteriana Unida de Atibaia, também falou sobre a campanha, destacando que o ecumenismo já era praticado desde os tempos bíblicos. “A igreja de Cristo não tem divisão, ela é Santa, é universal, é una. Eu sou um com todos aqueles que professam a Cristo, mesmo que de instituições diferentes. O respeito não vem porque é igual, mas por que é diferente” disse o Reverendo. Ele ainda falou que no ecumenismo não se pode causar divisão, como por exemplo, querer impor sua visão ao outro, como uma única forma de se entender a Deus, criando assim um muro porque o outro tem o direito de se pensar diferente, sendo necessário o diálogo como forma de compreender e aceitar as diferenças. “A Campanha da Fraternidade vem como uma reposta do espírito de Deus às igrejas para um momento histórico da sociedade. Cristo é a nossa paz, então o Shalom do judeu, o Salaam do islamita, o Saravá, das matrizes africanas, todas essas palavras conclamam a paz entre as pessoas e o desejo de paz universal”, exemplificou o reverendo, que ressaltou: não se deve criar muros e sim pontes para o diálogo entre as pessoas. “Não é possível Fraternidade sem reconhecer que o outro está no mesmo nível que eu. Dignidade humana, respeito ao ser humano. Restauração, Cristo veio restaurar a humanidade que havia se perdido. Diálogo inter-religioso, ecumenismo, prática da religião, tudo isso tem que passar pelo respeito e amor ao próximo” assinalou o Reverendo, que destacou que o trabalho da campanha começa em casa, na orientação da família, pedindo para que o diálogo de respeito e fé seja o alicerce familiar.
O Padre Francisco Gilson de Souza Lima, coordenador diocesano da ação evangelizadora, falou que a Campanha é um desafio na prática do amor e da caridade, que é o amor em ação. “A campanha da Fraternidade, meus irmãos e irmãs, é um convite a conversão, manifestada no amor no mundo por meio das ações sociais. A ação sócio transformadora, regada pela fé, é um caminho que nos leva a um novo céu e a uma nova terra que tanto esperamos, em que todos se comprometem com o bem de todos e que a campanha tem como objetivo, transformar a dor em esperança
Toda a Campanha foi organizada pelo CONIC – Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, que através das igrejas Aliança de Batistas do Brasil, Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja Presbiteriana Unida e Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia, que integram o conselho e desenvolveram o texto-base da V Campanha da Fraternidade.