O Teatro Carlos Gomes, no Centro Cultural Prefeito Jesus Chedid, será palco de um encontro musical inédito no neste sábado, 31.
O Projeto Contraste reúne, pela primeira vez, as cantoras Ana Caram e Tatá Black em uma apresentação que propõe mais do que um show: um manifesto artístico em defesa da diversidade, da representatividade e do poder transformador da música.
Integrando a programação do Maio Cultural, a iniciativa tem idealização do produtor Atílio Nory e apoio da Lei Aldir Blanc e da Prefeitura de Bragança Paulista. O espetáculo aposta no contraste entre trajetórias, vozes e experiências para criar uma narrativa potente e simbólica, onde a arte surge como espaço de encontro e escuta.
De um lado, Ana Caram — referência internacional da Bossa Nova, com carreira sólida fora do Brasil desde o lançamento do álbum Rio After Dark, em 1989. Do outro, Tatá Black — artista da cena independente do interior paulista, marcada pelo ativismo e por uma produção que resgata ancestralidade e resistência. A união das duas revela mais que diferenças: evidencia como elas podem se complementar e gerar beleza.
Segundo Atílio, “é justamente no contraste que mora a beleza. Ao unir vozes tão diferentes, revelamos como a música pode ser um território comum onde todas as histórias cabem e se encontram”.
O repertório transita entre composições autorais e releituras de clássicos da música brasileira, promovendo uma experiência que vai além do entretenimento. A proposta é provocar reflexão, incentivar a escuta ativa e criar um ambiente onde o público se sinta representado e pertencente.
A força simbólica da apresentação está justamente nesse diálogo entre mundos: Ana Caram, mulher branca com trajetória internacional; Tatá Black, mulher negra periférica cuja arte é um ato de resistência. Juntas, elas rompem estereótipos e afirmam a pluralidade como um valor essencial da cultura brasileira.