“Em futebol, o pior cego é aquele que só vê a bola.” (Nelson Rodrigues, escritor, jornalista e dramaturgo)
TRICOLOR
Adversário da quase maior conquista do Bragantino em sua história, o título de campeão do Brasileiro em 1991, o São Paulo é o adversário de amanhã, às 19h30, no Estádio Nabi Abi Chedid. Confronto entre líderes de seus grupos, o vencedor pode praticamente carimbar vaga na próxima fase, mesmo faltando, após a partida, cinco rodadas para o final da primeira fase. Ambos venceram fora de casa no último final de semana: o Braga passou pelo Guarani e o São Paulo pelo Santo André.
NO BANCO
Aos poucos, e por absoluta necessidade, a zaga do Bragantino inicia o ano totalmente modificada daquela que no ano passado foi uma piada de mal gosto. Exceção feita a Léo Ortiz, capitão e um dos principais jogadores do elenco, os demais viram os substitutos sentar praça e vão amargar o banco de reservas. Aderlan, Luan Cândido e Natan, pelo que já deu a entender o técnico Pedro Caixinha, perderam a vaga para Andrés Hurtado, Luan Patrick e Juninho Capixaba. E, claro, o novo contratado, Lucas Cunha, também estará entre os que sempre começarão as partidas.
GRIFE
O jovem Bruninho, que marcou seu primeiro gol com a camisa da equipe principal do Bragantino diante do Guarani, viu esse feito anulado pelo árbitro da partida, que alterou a súmula e deu o gol a Artur. Quem conhece futebol sabe perfeitamente o que ocorreu. Artur tem grife e o jovem Bruninho está apenas começando. Simples assim. Há questões e circunstâncias que nunca vão mudar no futebol brasileiro.
E A ARENA?
Pelo menos duas vezes por ano (às vezes mais), o CEO do Bragantino, Thiago Scuro, fala em coletivas de imprensa sobre o começo das obras para transformar o Nabizão em uma arena. É assunto recorrente quando se fala com os coleguinhas da imprensa. Por enquanto, só conversa. Ano entra, ano sai, e o estádio continua o mesmo dos áureos tempos do Clube Atlético Bragantino.
PREVISÍVEL (I)
Não há nada mais previsível que o Campeonato Paulista, e o desenho da fase final em 2023 vai se repetir. Os chamados ‘grandes’ vão chegar à semifinal, exceção feita ao Santos, que chegou pela última vez em 2019, e que tem tudo para continuar de fora, tamanha a incompetência de seus dirigentes. É uma competição que perdeu o brilho dos anos 1960/1970/1980, e que deu lugar a uma maioria de clubes pequenos que revelava jogadores, por equipes que lutam para sobreviver a tentar diminuir as dívidas acumuladas. O Campeonato Paulista, infelizmente, é uma repetição chata e que leva o torcedor a perder o interesse, como se vê há pelo menos 10 anos.
PREVISÍVEL (II)
Alguns exemplos de como o futebol paulista empobreceu: Ponte Preta e Guarani, fábrica de jogadores, hoje têm dívidas milionárias, o estádio da Ponte está penhorado para pagar credores, e o do Guarani, já foi a leilão pelo mesmo motivo. Em Ribeirão Preto, o Botafogo virou uma S/A e se vira como pode, enquanto o Comercial está na Série A2. A Portuguesa de Desportos é o mais emblemático dos exemplos, pois de quinta força, virou um clube comum, com dívidas e sem condições de brigar por competições maiores. E muitos outros, como o América de Rio Preto, hoje na 2ª Divisão do Paulista, que tem um estádio para 32 mil pessoas. Difícil acreditar que esse quadro consiga ser revertido.
TESTEMUNHAS
O Bragantino II jogou no Nabizão no sábado, pelo Paulista da Série A3, quando enfrentou o Marília. Partida de sete gols, vista apenas por 198 testemunhas que se dispuseram a pagar ingresso. Isso acontece em todas as cidades que possuem times de futebol profissional. Como sobreviver dessa forma? Mas em se tratando de futebol brasileiro, não existe nada que não possa piorar.
SALVADOR
O meio-campo Matheus Jesus, aquele com passagens por ‘trocentos’ clubes, inclusive o Bragantino, marcou o gol salvador que evitou a derrota da Ponte Preta no domingo, em casa, para o Juventus. O gol de empate saiu no último minuto, para alívio dos mais de 5 mil pagantes presentes ao Moisés Lucarelli.