Crianças expostas
Os anos avançam, a tecnologia muda a cada instante, a medicina segue pelo mesmo caminho, mas os pais ou responsáveis por crianças que devem ser vacinadas, percorrem caminho inverso. Nos últimos anos as campanhas têm sido ignoradas e a cobertura exigida pelo Ministério Público, de imunizar 95% contra a poliomielite e a multivacinação, vem despencando.
A queda expressiva na cobertura vacinal é inaceitável e esse comportamento de quem tem o dever de proteger os menores deveria ser punido com rigor. A paralisia infantil, erradicada há muitos anos no País, pode voltar a qualquer momento, segundo as entidades médicas.
Se a pólio ainda não voltou ao protagonismo, é bom não nos esquecermos dos muitos casos de sarampo nos últimos anos, e de outras doenças que a vacina combate de forma eficaz, pois trata-se de um medicamento comprovadamente seguro.
Se os pais são irresponsáveis, e muitos são, na acepção do termo, cabe às autoridades criar mecanismos para obrigá-los a levar as crianças aos postos de saúde. As campanhas, por si só, são insuficientes. A mobilização deve ser total para que, depois de anos, consigamos elevar os índices de cobertura. Não só a Prefeitura, mas clubes de serviço, entidades de classe, etc, podem e devem colaborar.
O Dia D da campanha no último sábado foi um fracasso. No ano passado, Mairiporã mal chegou a 40% de vacinados. Não alcançou nem a metade da meta estipulada. E o que se tem visto este ano, vai pelo mesmo caminho.
A vacina contra a gripe também evidenciou o retrato da irresponsabilidade, neste caso com a maioria adulta, para prevenção contra a doença. A meta ficou muito distante. O cenário que se desenha é que somente a vacina contra a Covid é necessária. E não é assim que a coisa funciona. Longe disso.
Toda e qualquer campanha de vacinação tem que ser levada a sério e a imunização de crianças é questão de saúde pública. Daí se fazer imperioso que os pais ou responsáveis sejam punidos exemplarmente. E a se enfatizar que todas as vacinas são de graça.