A derrota do Bragantino para o São Paulo, no domingo (14), pode ser definida numa só palavra: previsibilidade. Ou seja, o time não tem repertório, não consegue se alternar taticamente durante a partida e os substitutos não acrescentam nada ao futebol ruim que vem sendo jogado neste Brasileirão.
O elenco é limitado, o técnico parece não ter um plano B e a preocupação agora deve ser com a aproximação da zona de rebaixamento. Ela, a zona, está a 7 pontos e a sequência de jogos é contra adversários que brigam pelo título.
Diante do tricolor, o time não conseguiu se achar em campo, em muitos momentos foi apático, jogadores sonolentos e um esquema tático que não funcionou. No primeiro tempo ainda conseguiu equilibrar as ações até os 20 minutos, mas a partir daí o domínio foi absoluto do São Paulo.
O gol de Rodrigo Nestor aos 24’ foi a senha para o time de Rogério Ceni mostrar um repertório variado e só não ampliou o marcador pelas boas defesas do goleiro Cleiton. Taticamente o Bragantino não existiu, Hyoran foi anulado por Gabriel Neves, Jan Hurtado nem sabia que o jogo já havia começado, e a insistência em jogar pelo lado direito, deixou Luan Cândido e Sorriso sem função ofensiva.
Etapa final – Se o primeiro tempo foi ruim, no segundo a coisa piorou de vez. Ocupando bem os espaços no meio-campo, o São Paulo anulou qualquer tentativa de criação ofensiva do Braga. O único que ainda tentava alguma alguma coisa, defensiva e ofensivamente, era Lucas Evangelista. Seus companheiros de meio continuaram perdidos e o ataque praticamente inexistiu.
Diante da fragilidade, o São Paulo se aproveitou para deixar o placar ainda mais largo, com dois gols em sequência: aos 58’ em cabeçada de Calleri que Lomônaco só assistiu e aos 60’ com o lateral Igor Vinícius, depois de uma bela jogada de triangulação, que concluiu em chute forte e sem chances para Cleiton.
Perdido dentro e fora de campo, Maurício Barbieri inventou substituições que até então não eram vistas, como Andrés Hurtado no meio-campo, Ramon de zagueiro (ele é lateral) e um ataque que se era ruim, ficou ainda pior com Helinho, Gabriel Novaes e Carlos Eduardo.
A derrota fez o Massa Bruta cair para a 9ª colocação e as próximas cinco rodadas vão ser decisivas para o futuro do time no campeonato: No próximo domingo joga em casa contra o também desesperado Ceará (que dispensou o técnico) e na sequência pega, pela ordem, Corinthians, Palmeiras, Atlético-MG e Internacional.
A depender dos resultados, o Massa Bruta pode aparecer na zona de rebaixamento ao final da 27ª rodada.
ATUAÇÕES
Cleiton: Sem culpa nos gols, ainda fez duas importantes defesas que impediram o placar ser ainda maior. Nota 7,0.
Aderlan: Ofensivamente não existiu, embora o time insistisse em jogar pelo lado direito. Defensivamente, apenas razoável. Nota 5,5.
Léo Ortiz: Está longe dos seus melhores dias. Com uma saída de bola manjada, apela quase sempre para ligações rápidas com o ataque. Nota 6,0.
Kevin Lomônaco: Falhou no segundo e terceiro gols. Não era o seu dia. Nota 5,0.
Luan Cândido: No primeiro tempo foi mero espectador, pois o time ignorou o lado esquerdo do campo. No segundo, caiu ainda mais de produção. Nota 5,5.
Raul: Perdido completamente na etapa inicial, não protegeu a defesa, nem ajudou na criação. Nos 15 minutos finais foi jogar de zagueiro. Nota 5,5.
Lucas Evangelista: Corre o campo todo, ajuda defensivamente e tenta criar condições ofensivas. Mas sozinho, não dá. Nota 7,0.
Hyoran: Foi totalmente anulado por Gabriel Neves. Não conseguiu se movimentar e nada criou. Nota 5,0.
Artur: Faz tempo que é mais do mesmo. Um ou outro lampejo e quando vê que não dá pela direita, passa a jogar no meio e nada muda. Nota 5,5.
Jan Hurtado: Só se tocou que a partida estava em andamento quando foi substituído. Nota 4,0.
Sorriso: Outro abandonado pelo setor esquerdo. Produziu pouco e saiu mais cedo. Nota 5,0.
Maurício Barbieri: Ou se reinventa ou vai naufragar junto com o time. Inaceitável que não indique jogadores para o elenco. A leva de jovens que a diretoria trouxe, não vai ajudar em nada neste momento. Nota 5,0.
Substituições: Ramon, Andrés Hurtado, Helinho, Gabriel Novaes e Carlos Eduardo não são capazes de alterar o comportamento do time. Sem nota.
SÃO PAULO 3 x 0 BRAGANTINO
Campeonato Brasileiro Série A – 22ª Rodada
Local: Estádio Cícero Pompeu de Toledo (Morumbi), São Paulo
Data: 14 de agosto de 2022 (domingo, 16 horas)
Árbitro: Paulo Cesar Zanovelli da Silva (MG) – Assistentes: Guilherme Dias Camilo (MG) e Felipe Alan Costa de Oliveira (MG) – VAR: Vinícius Furlan (SP)
Público: 31.358 pagantes – Renda: R$ 1.326.973,00
Cartões amarelos: Miranda (São Paulo)
Gols: Rodrigo Nestor aos 24’, Calleri aos 58’ e Igor Vinícius aos 60’ (São Paulo)
SÃO PAULO: Felipe Alves; Diego Costa, Miranda (Luizão) e Léo; Igor Vinícius, Gabriel Neves (Andrés), Rodrigo Nestor e Reinaldo; Patrick (Alisson), Luciano (Nikão) e Calleri (Eder). Técnico: Rogério Ceni.
BRAGANTINO: Cleiton; Aderlan, Léo Ortiz, Kevin Lomônaco (Ramon) e Luan Cândido; Raul, Lucas Evangelista e Hyoran (Andrés Hurtado); Artur (Helinho), Jan Hurtado (Gabriel Novaes) e Sorriso (Carlos Eduardo). Técnico: Maurício Barbieri.