O trânsito de Bragança Paulista há tempos é um transtorno diário para o cidadão e parece que a junção de outros fatores (excesso de veículo, um planejamento ineficiente e a falta de educação do motorista), além de agravar a situação, dá sinais de que o problema vai perdurar por bom tempo. São muitos veículos circulando diariamente e nem uma pandemia, onde o lema é “se puder fique em casa”, indica que esse quadro pode ser alterado. Ao contrário, mostra ser cada vez mais crônico.
Bragança tem 1,25 veículos por habitante, segundo dados mais recentes do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito). São 76.923 automóveis e 29.285 motos, que juntos correspondem a 78,8% da frota municipal, que é de 135.836.
As alterações no trânsito, em diversos pontos, ainda não surtiram os efeitos desejados. A instalação de radares e diminuição da velocidade em vias expressas, que deveriam proporcionar um melhor fluxo, aliadas a semáforos dessincronizados na mesma via e fiscalização via vídeomonitoramento de zona azul para que agentes pudessem cumprir outra função, está longe de ser eficaz. O que se vê, diariamente, são caminhões quebrados em vias cruciais, sem nenhuma orientação, motoristas que estacionam onde bem entendem e carros de ambulantes em calçadas defronte a prédios públicos.
Algumas mudanças de mão de vias isolam moradores de alguns bairros, caso do Jd. Califórnia e Santa Luzia, que estão limitados a usar duas saídas para ir em sentido ao Centro, uma dando volta dentro da Santa Luzia para chegar na Rua Felipe Siqueira, travando todo o trânsito, e outra pela Av. Alberto Diniz, que também fica um caos, já que são vias de fluxo intenso e de acesso à saída Bragança/Campinas, cheia de caminhões, que prejudicam a fluidez do tráfego. Esse é apenas um, de muitos exemplos.
O mesmo problema se verifica no Taboão, na rotatória da Av. Imigrantes com acesso à Rod. Bragança/Socorro, no acesso ao Parque dos Estados e Jd. Fraternidade, no acesso ao Jd. América pelo Fórum, na Av. José Gomes da Rocha Leal, em quase todas as suas confluências.
A nova obra na região do Taboão, um dos pontos mais críticos da cidade, iniciada no mês passado, promete melhorar a segurança viária e reduzir expressivamente a fila de veículos que se forma principalmente nos horários de pico. Além da alteração geométrica, com a implantação de duas faixas adicionais, também serão instalados 3 grupos de semáforos, segundo informa a prefeitura municipal. Ainda não foi divulgado quando essa obra deve terminar.
Por enquanto, fica evidente, para a população que enfrenta o trânsito diariamente, que o planejamento de Mobilidade Urbana é feito por quem não vive na cidade, não tem filho na escola e nem anda pelas ruas em horários de pico.
Falta Educação – Como se não bastasse as alterações viárias, que ainda não mostraram eficiência, há a falta de educação de condutores. Esse problema já é um pouco mais difícil de resolver, afinal, educar uma parcela da população que “sempre dá um jeitinho”, ou é “só por um minutinho”, é bastante complicado. É assim em todo o País.
Andando pelas ruas é notório os abusos no trânsito. Carros em vagas especiais, motos estacionadas em qualquer lugar, veículos parados no meio da rua só para ir ali pagar uma conta, canteiros e calçadas transformados em estacionamentos, animais soltos, tratores circulando em área urbana, ambulantes de outras cidades em vias públicas, desrespeito a faixa de pedestre, conversões em locais proibidos, e por aí vai, a lista é grande.
Todo esse quadro, mais a impunidade e o crescimento da frota, colaboram para o caos em que se transformou o trânsito em Bragança.
A falta de educação no trânsito e o desrespeito ao próximo, são fatais e se constituem no problema maior da mobilidade urbana local.