” Não espere ver no trânsito a educação que as pessoas não tem na vida.” ( Rodrigo Vargas)
SEM NOÇÃO
Ter noção significa ter conhecimento mínimo de qualquer coisa. Uso aqui essa definição para expor os absurdos que acontecem diariamente em nossa cidade. Um dos exemplos reflete diretamente no comportamento de cidadãos e cidadãs condutores(as) de veículos.
Bragança vive um caos no trânsito. A remodelação do sistema viário proposta, em execução pela administração municipal, ampliou as vias públicas, implantou sinalização adequada, criou novos espaços, redesenhou ruas e avenidas disciplinando áreas de estacionamento seguindo as normas do sistema nacional de trânsito, enfim se esforça para suportar o aumento incessante de veículos locais e flutuantes.
Mesmo assim, o caos persiste porque, em grande parte, os condutores de veículos não têm educação de trânsito, não tem paciência e não tem educação de berço. Adjetivos que não são aplicáveis à maioria dos bragantinos natos. O bragantino é por tradição hospitaleiro, respeitoso, educado e, como todo povo caipira, humilde, folgado, educado e escudeiro de nossas tradições, que chega a beirar sutilmente a arrogância.
Reportagem publicada hoje pela GB, de autoria de Ana Paula Alberti, ilustra a falta de educação e de respeito às normas de trânsito por condutores e condutoras de veículos.
É cômodo criticar o poder público pelos problemas e transtornos que o trânsito nos impõe. Se o semáforo demora para abrir, os mauricinhos, as patricinhas e os nervosinhos de qualquer idade ficam alucinados; se não tem vaga para estacionar, estacionam em qualquer lugar. Se são multados, maldizem desde a inerte placa de sinalização, o fiscal de trânsito e até a mãe do prefeito. Pura ignorância que se registra diariamente em Bragança.
Recordo que no primeiro mandato do prefeito Jesus Chedid, a prefeitura adotou medidas enérgicas para coibir a lambança que os caminhões de entrega de mercadorias ao comércio, faziam durante a semana, travavam o tráfego infernizando a vida de todos e até provocando acidentes. As medidas enérgicas disciplinaram o tráfego no centro e nas vias marginais. Agora, não são mais os caminhões da coca-cola e nem outros que nos atazanam. São os condutores sem educação e sem noção.
Tudo acontece no trânsito por conduta de quem está atrás do volante ou do guidão. Isso é obvio para qualquer ser humano com noção. Até para uma criança de seis anos, como minha filha Sophie que, ao entrar no carro, cobra o cinto de segurança de todos, quando cruza um semáforo me alerta para as cores, quando trafegando me alerta pela velocidade da pista ou da via e quando vou estacionar confere a placa se é permitido.
Essa educação e respeito faltam para muitos que, não raras vezes, avançam sinal, ocupam vagas de deficientes, idosos e provocam acidentes graves.
Bragança cresceu muito, o centro urbano foi criado no século 18 com ruas e ladeiras para tráfego de carroças, charretes e animais. 248 anos depois é impossível alterar as dimensões das vias centrais como também é impossível limitar a quantidade de veículos que circulam. Mas não vamos culpar o passado porque, há 53 anos as vias marginais, como a Imigrantes, foi projetada em 1968/72 pelo ex-prefeito Hafiz Abi Chedid para ter quatro pistas e, por interesses de coronéis e políticos, ficou restrita a duas que permanecem até hoje e devem perdurar até o fim dos tempos, pois não tem como retornar ao projeto original devido a ocupação por prédios comerciais e até pela construção do Fórum (que foi edificado impunemente sobre área de preservação permanente), em seu entorno.
Ainda há uma agravante no trânsito, nos finais de semana, pela fluência de veículos que demandam ao Circuito das Águas. Bragança sempre foi portal de entrada do turismo das outras cidades da região.
Então, para suportar o trânsito em nossa cidade, é necessário ter paciência, respeito, educação e, acima de tudo, ter noção. Para minimizar os transtornos é necessário penalizar o imbecil que avança sinal, estaciona em áreas de deficientes, de idosos, em zebras, abusam da velocidade (carros, algumas motos de delivery e “nóias”, principalmente), e ocupam outros espaços proibidos de segurança viária.
SEM FESTA
Escolas, entidades sociais e filantrópicas e igrejas vão ficar mais este ano sem organizar festas juninas. Com a pandemia do jeito que está, nem os três santos reverenciados no mês, Antônio, Pedro e João, conseguiram mudar a situação que já perdura mais de um ano no País e, consequentemente, em Bragança. Quem sabe em 2022? Para algumas entidades, faz falta o dinheiro arrecadado nessas festividades.
O DEM
Com a expulsão do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, confirmada na segunda-feira (14), o Democratas (DEM) perdeu o terceiro nome de expressão nacional. Anteriormente saíram o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Isso tudo em ano pré-eleitoral.
DESPRESTÍGIO
No chamado ‘país do futebol’ nunca se imaginou que a seleção brasileira fosse algo que não despertasse o interesse do torcedor. Mas chegou lá. O desprestígio é tamanho, que as audiências na TV, aberta ou fechada, são pífias, muito longe de agradar os anunciantes. Nem mesmo Copa do Mundo tem mexido com o imaginário da torcida. Até no futebol estamos em tempos esquisitos.
RECURSOS
A destinação de emendas impositivas para a área da saúde das prefeituras, feita pelos deputados e deputadas da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) neste ano, é a maior desde 2018, quando passou a valer a mudança na Constituição estadual que prevê, obrigatoriamente, metade dos recursos para a Saúde. O valor pago aos municípios saltou de R$ 43 milhões em 2019 para R$ 155,6 milhões em 2021 – aumento de 260%. O número de emendas impositivas também cresceu: foi de 230, em 2019, para 894 neste ano, alta de 289%. Em comparação ao ano passado, também houve aumento de 25% no recurso e de 12,3% no número de emendas.
- Na minha angústia clamei ao SENHOR, e me ouviu.
- Senhor, livra a minha alma dos lábios mentirosos e da língua enganadora.
- Que te será dado, ou que te será acrescentado, língua enganadora?
- Flechas agudas do poderoso, com brasas vivas de zimbro.
- Ai de mim, que peregrino em Meseque, e habito nas tendas de Quedar.
- A minha alma bastante tempo habitou com os que detestam a paz.
Pacífico sou, mas quando eu falo já eles procuram a guerra.