O empate entre Bragantino e Flamengo, domingo à noite, no Nabizão, pode ser considerado uma derrota para o rubro-negro carioca. O time de Rogério Ceni foi superior ao Massa Bruta durante os 90 minutos e não fosse a noite espetacular de Cleiton (finalmente jogou!), a derrota seria inevitável.
Desde os primeiros movimentos o Flamengo se impôs, com marcação alta, sem permitir a saída de jogo com toque de bola do Bragantino. Os volantes, longe da defensiva, tornaram a missão ainda mais difícil.
Mas foi o Bragantino que levou perigo primeiro, aos 13 minutos, em jogada pela direita, com Artur, que cortou para o meio, na entrada da grande área e bateu, para defesa de Hugo no canto esquerdo. Em jornada pouco inspirada, Claudinho nada fez e sem a sua criatividade o Bragantino poucas vezes chegava à meta flamenguista.
O Flamengo se impôs e chegou aos 25’, em cabeçada perigosa de Everton Ribeiro, após cruzamento de Isla, bola que passou rente ao pau esquerdo de Cleiton. Nova carga dos cariocas aos 29’, que resultou em pênalti. Na cobrança de escanteio Ricardo Ryller, sem necessidade, puxou o zagueiro Gustavo Henrique pela camisa e o VAR acionou a arbitragem. Cinco minutos depois, falta máxima confirmada e Gabigol abriu a contagem.
O Bragantino tentou responder aos 36’, em nova jogada pela direita, Aderlan cruzou na grande área e Artur cabeceou com perigo e quase empatou.
Aos 40’, nova participação importante de Cleiton. Bruno Henrique foi lançado no costado da zaga, invadiu a área e Cleiton foi buscar a bola nos pés do atacante, evitando que o placar fosse ampliado.
Primeiro tempo em que os comandados de Barbieri erraram muitos passes, o meio-campo não ajudou nem ofensiva, nem defensivamente, e Raul, em jornada irreconhecível, muito pelo cartão amarelo que tomou logo aos 4 minutos, não foi o protetor da zaga de outras partidas.
Segundo tempo – O rubro-negro voltou disposto a liquidar a fatura logo no reinício do jogo e aos 6’ Everton Ribeiro lança Bruno Henrique pela direita que chuta cruzado, mas Cleiton chega antes de Gabigol.
A partir daí o Bragantino deu uma melhorada, começou a ficar mais com a bola, reduziu um pouco o número de passes errados e começou a empurrar o Flamengo para sua defensiva.
O gol de empate chegou aos 17’, em ligação direta que Léo Ortiz fez para a área adversária. O lateral Isla não esboçou nenhuma tentativa de cortar e quase na linha de fundo a bola chegou até Helinho, que cruzou para a pequena área, a bola ainda passou por Claudinho mas não por Ytalo, que decretou o empate.
O jogo já apresentava certo equilíbrio, mas aos 22’, Aderlan se enrosca com a bola, Arrascaeta se aproveita e bate para boa defesa de Cleiton e no rebote Bruno Henrique chuta pra fora. Aos 29’ o volante Gomes faz boa jogada pela direita, entrega a Gabigol que chuta da entrada da área para nova defesa do goleiro do Massa Bruta.
O Bragantino praticamente não chegou na área adversária desde então, exceção feita a um chute de Claudinho aos 40’, que Hugo defendeu. Muito mal na partida, Claudinho abusava dos passes errados e aos 50’, já no apagar das luzes, perde a bola para Matheuzinho que bate cruzado e Pedro chuta para nova intervenção de Cleiton. Segue-se um bate-rebate que Léo Ortiz tira e Ramírez completa com um chutão para frente.
E fim de jogo. Resultado ruim para ambos, mas pior para o Flamengo, que briga pelo título.
ATUAÇÕES
Cleiton: Atuação que dele se esperava durante todo o campeonato. Noite inspirada e pelo menos quatro grandes defesas que tiraram a vitória do Flamengo.
Aderlan: Exceção feita a uma cochilada em que Arrascaeta levou perigo, foi bem principalmente no apoio.
Léo Ortiz: Com a zaga desprotegida pela ineficiência de Raul, se virou do jeito que deu.
Ligger: Também no mesmo diapasão de Ortiz. Ainda tentou cobrir as descidas de Edimar.
Edimar: Sofreu muito, pois o Flamengo, a certa altura do jogo, concentrou as jogadas pelo seu setor.
Luan Cândido: Entrou no finalzinho.
Raul: Levou um cartão amarelo logo no início e isso tirou o seu ímpeto de protetor da zaga. Muito limitado.
Ryller: Fez de tudo: foi quem mais errou passes, quem menos ajudou na marcação e, como se fosse um jogador de várzea, em plena era do VAR, cometeu um pênalti infantil. O gol do Flamengo deve ser colocado na conta dele.
Eric Ramírez: A não ser um chutão na zaga do Braga, para afastar o perigo, não fez mais nada.
Claudinho: Sua pior apresentação. Sem criatividade, lento em relação às partidas anteriores, com muitos passes errados e um único chute perigoso a gol. E quase ‘entrega o ouro’ no finalzinho.
Artur: Fez uma boa apresentação. No primeiro tempo teve duas boas oportunidades e na etapa final, cansou.
Ytalo: Teve o mérito de estar bem posicionado na hora do gol. Como o time produziu pouco, não teve como mostrar trabalho.
Hurtado: Entrou para tomar o cartão amarelo.
Helinho: Boa partida, principalmente na etapa final, quando deixou o lado esquerdo para jogar pelo meio. Atento na construção da jogada que resultou no empate.
Bruno Tubarão: Poucas oportunidades pelo pouco tempo que esteve em campo.
Barbieri: Não tinha muito o que fazer diante de um adversário superior. Mérito ao não mexer muito cedo.
BRAGANTINO 1 x 1 FLAMENGO
Local: Estádio Nabi Abi Chedid, Bragança Paulista (SP)
Data: 7 de fevereiro de 2021 (domingo, 20h30)
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO) – Auxiliares: Fabrício Vilarinho da Silva (GO) e Bruno Raphael Pires (GO)
Público e renda: portões fechados
Cartões amarelos: Aderlan, Raul, Edimar e Hurtado (Bragantino) e Gomes (Flamengo)
Gols: Ytalo aos 62’ (Bragantino) e Gabigol aos 34’ (p) Flamengo
BRAGANTINO: Cleiton, Aderlan, Léo Ortiz, Ligger e Edimar (Luan Cândido); Raul, Ricardo Ryller (Eric Ramírez) e Claudinho; Artur, Ytalo (Hurtado) e Helinho (Bruno Tubarão). Técnico: Maurício Barbieri.
FLAMENGO: Hugo Souza, Isla (Matheuzinho), William Arão, Gustavo Henrique e Filipe Luís; Gomes (Pepê), Gerson (Pedro), Everton Ribeiro e Arrascaeta; Gabigol e Bruno Henrique (Vitinho). Técnico: Rogério Ceni.