“Nenhuma mentira chega a envelhecer no tempo.” (Sófocles)
ÓCIO LEGISLATIVO, O MAU EXEMPLO
Na quinta-feira, 4, cinco vereadores da Comissão Socioeconômica da Câmara Municipal, com exceção do seu presidente, Quique Brown, deram um mau exemplo ao faltar à sessão mensal da Comissão. Os vereadores membros, Miguel Lopes, Claudio Coxinha, Eduardo Simões e Ismael Brasilino, não compareceram à sessão mensal que tem a missão e a obrigação de, entre outras atribuições:
I – Receber as petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou das entidades públicas;
II – Acompanhar, junto ao Poder Executivo, a elaboração da proposta orçamentária e sua posterior execução;
III – Apreciar programas de obras, planos municipais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer;
IV – Realizar audiências públicas.
O presidente da Comissão, vereador Quique Brown, solitariamente, ao abrir a sessão, visivelmente surpreso e constrangido pela ausência dos quatro membros, chegou a dizer “Meu Deus!!”, e em seguida convocou a próxima sessão para o dia 3 de outubro e a encerrou. A sessão durou 30 segundos.
DESINTERESSE
O comportamento dos quatro vereadores da Comissão Socioeconômica evidencia falta de interesse às suas obrigações na comissão que, mesmo sem pauta ou ordem do dia, deveriam comparecer ou justificar ausências antes de ocorrer a sessão. Então, perdeu-se mais um mês do ano, considerando que a sessão é mensal. Aliás, desde novembro de 2023, o site da Câmara não publica uma ata das oito sessões havidas neste período. Por quê?
Infelizmente, os quatro vereadores, Miguel Lopes, Claudio Coxinha, Ismael Brasilino e Eduardo Simões não demonstraram, neste caso, preocupação com assuntos socioeconômicos do município, que refletem diretamente na vida da população.
SALÁRIOS
A remuneração atual dos vereadores é de R$11,9 mil. Em abril deste ano, a Câmara aprovou aumento de 33%, elevando o subsídio, a partir de janeiro de 2025, para R$ 16 mil.
O critério adotado pelo Regimento Interno da Câmara, só pune a falta não justificada dos vereadores em sessões ordinárias e extraordinárias. Deveriam corrigir essa falha e punir também quando o vereador deixa de cumprir sua obrigação trabalhista que justifica seu salário, como por exemplo, ‘faltar em sessão de Comissão Permanente’. Para os vereadores, o pior não é descontar o dia perdido no salário, é perder os votos que os colocaram lá. Dia 6 de outubro tem outra eleição. Escolha bem quem você vai colocar na Câmara, porque bem ou mal você pode ser cúmplice dos atos de quem você votou.
SABER, LER E OUVIR
Aprendi ao longo de minha carreira de jornalista, moldada na lide do rádio, jornal e televisão, que devemos primeiramente escrever com bom português, saber ler com atenção e ouvir os mestres e conselheiros que escolhemos pelo conhecimento que possuem e não por amizade. Mesmo assim, quando iniciei a carreira, às vezes, a juventude impetuosa e ansiosa nos incutia que sabíamos mais que todos. E, nessa hora, é que a soberba tomava conta, me levava ao erro e às suas consequências. A soberba é parceira da desgraça.
Foram ensinamentos absorvidos dos mestres como Wiliam Cardoso, Dorival Monteiro, Omair Fagundes, Wagner Azevedo, Milton José de Oliveira, Adhemar Magrini e, principalmente de Jesus Chedid, que conheci pessoalmente em 1986 como empresário e político. Em 1993, quando ele ganhou sua primeira eleição em Bragança, fui convidado para ser seu assessor de imprensa e com ele fiquei na Prefeitura até 1995. Nesse curto período, conheci o Jesus jornalista, fato que ninguém até hoje vislumbrou além de mim. Jesus era um grande e competente radialista e jornalista sem nunca ter sido profissionalmente. Era um empresário que tinha emissoras de rádio no rol de seus negócios. Ele sempre foi o seu próprio assessor de imprensa, o melhor de todos. E com ele aprendi avaliar um texto e o fato, analisar o impacto e prever o contraditório, seguidos de réplicas, treplicas etc. se a matéria assim o exigisse. E nossa amizade perdura ao além.
ENTÃO…
…Nesta semana o jornal Gazeta Bragantina foi alvo nas redes sociais do despreparo, da fúria, do desequilíbrio emocional e de gesto de ódio do candidato a vereador Bruno Meira, que tem a alcunha de “Sucesso “, do partido Solidariedade. Motivo de seu destempero foi a publicação do parecer da promotora da Justiça Eleitoral, Ana Maria Buoso, ao entender que o registro de sua candidatura tem que ser indeferido porque no dia do pedido do registro o candidato estava devendo para a Justiça Eleitoral. A lei prevê que o candidato tem que estar quites com a Justiça no ato do pedido de seu registro. Isso (o parecer) foi na sexta-feira, 30, e a GB publicou na segunda-feira, 2. No final da tarde da mesma segunda-feira, o juiz eleitoral Rodrigo Setti Carvalho não acolheu o parecer da promotora e considerou sanada a dívida porque o candidato pagou a parcela em aberto e duas posteriores, após o pedido de registro, e o deferiu. A GB atualizou a notícia nas redes sociais. Porém isso não acalmou o despreparado candidato que mantem os xingamentos infundados até agora na sua rede social, que recebeu 10 comentários, provavelmente de seus parentes ou servidores.
O que me preocupa não é a opinião dele sobre o jornal, que há quase 40 anos informa e forma opinião. O perigo é o povo eleger uma pessoa, para a nobre função de vereador, despreparada, desequilibrada emocional e sem condições de saber ler um texto jornalístico e interpretá-lo, como demonstrou no vídeo publicado. A Câmara de Bragança, com todo o respeito, já abrigou candidatos que venceram eleições, ou suplentes sem a mínima condição de exercer o cargo, ou por ignorância, por soberba, por pura vaidade, por simples interesse financeiro e oportunidades. Se analisarmos a eficiência da atual Câmara, vamos constatar que dos 19 vereadores eleitos em 2020, cerca de 50 por cento ainda são ineficientes a um custo muito alto para todos nós que pagamos impostos. Eu acredito que desses 19, pelo menos 12 não se reelejam. Então é preciso ficar vigilante quanto aos candidatos nesta eleição, escolher bem e não trocar seis por meia dúzia. Porque meia dúzia é o que mais tem entre os mais de 380 candidatos que disputarão as 19 cadeiras.
TRANQUILIZADOS
Os candidatos a vereador, correligionários e eleitores estão mais aliviados depois que a Justiça Eleitoral deferiu o registro da candidatura de Edmir Chedid, do União Brasil, para prefeito. A coligação liderada pelo PSD, do candidato José de Lima, havia impetrado pedido de impugnação, alegando que mesmo com a morte do ex-prefeito Jesus Chedid, o vínculo familiar e com a administração municipal não se quebraria, o que tornaria Edmir inelegível. A promotora da Justiça Eleitoral entendeu pelo indeferimento. Porém o juiz Rodrigo Setti Carvalho, não acatou o parecer da promotora e deferiu o registro. Estão considerados aptos até gora, Edmir Chedid (União Brasil), Tânia Clemente PSOL) e João Carlos Carvalho (SD)
JOSÉ, JOÃO E JANGO
Os registros dos candidatos a prefeito de João Carlos Carvalho e a de vereador de Regis Lemos também já foram deferidos. Os registros das candidaturas a prefeito de José de Lima e Jango, estão para ser julgados. O caso de José de Lima também deve ser deferido porque a motivação é a mesma de Regis Lemos, ou seja, foram impugnados por terem participado de inauguração de obra pública (nova sede do Cartório Eleitoral) em período vedado. Neste caso a lei não pune desde que o participante permaneça calado, não seja o protagonista do evento e nem seja citado na cerimônia. Foi o que ocorreu com José de Lima e Regis Lemos. O caso de Jango é mais complicado porque envolve improbidade administrativa julgada pelo Tribunal de Contas, por contratação irregular de empresa de informática quando foi prefeito. O TC apesar de condená-lo não aduziu a palavra dolo na sentença por não constatar enriquecimento ilícito.
REFLEXÃO: SALMOS 14- 1:15
1 Disse o néscio no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem.
2 O Senhor olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus.
3 Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um.
4 Não terão conhecimento os que praticam a iniqüidade, os quais comem o meu povo, como se comessem pão, e não invocam ao Senhor?
5 Ali se acharam em grande pavor, porque Deus está na geração dos justos.
6 Vós envergonhais o conselho dos pobres, porquanto o Senhor é o seu refúgio.
7 Oh, se de Sião tivera já vindo a redenção de Israel! Quando o Senhor fizer voltar os cativos do seu povo, se regozijará Jacó e se alegrará Israel.