A expectativa criada em torno do Bragantino, pela excelente campanha que realiza no Brasileirão, fez com que a imprensa, de modo geral, o apontasse como favorito à conquista do título, pois com os resultados do último final de semana, dependia apenas de si.
Mas tudo mudou no confronto diante do São Paulo, jogo disputado em Santos na noite desta quarta-feira (8), com a derrota por 1 x 0. Um Bragantino irreconhecível esteve em campo, deixando todos boquiabertos com a baixa qualidade do futebol apresentado.
O conjunto de Pedro Caixinha errou passes, foi confuso na marcação, deixou um buraco enorme entre a defesa e o meio-campo, por onde o tricolor criou as principais ações ofensivas e, quando conseguiu concatenar jogadas de ataque, viu o individualismo prevalecer, porém através de atletas que não estavam em noite de bom futebol.
O São Paulo dominou amplamente os primeiros 45 minutos, mas esbarrou em duas ou três boas defesas do goleiro Cleiton e, em outras chances, chutou longe do gol.
O meio-campo do Massa Bruta, alvo de elogio nas últimas dez partidas, falhou de forma nunca vista, com jogadores lentos, sem visão de jogo e errando passes em demasia. Matheus Fernandes e Lucas Evangelista praticamente não pegaram na bola nos 30 minutos iniciais. Helinho e Henry Mosquera, que costumam ser rápidos, desta vez mostraram intensidade abaixo do que podem fazer e abusaram das jogadas individuais. Mesmo com companheiros melhores colocados para finalizar a gol, preferiram concluir sem endereço certo.
Melhorou – Na etapa complementar o Bragantino voltou um pouco mais disposto e deu a impressão, até os 15 minutos, que poderia reeditar o seu bom futebol, mas não passou disso, impressão. Logo voltou a errar passes, pouco sentido de marcação e um festival de chutões que não condiz com aquilo que mostrou em 32 rodadas.
O São Paulo, por seu turno, também caiu de produção e só voltou a assustar nos 5 minutos finais, quando encurralou o Bragantino em seu campo de defesa. Já nos acréscimos, o atacante Talisson, como se fosse zagueiro, derrubou Caio Paulista dentro da área e o árbitro, depois de absurdos quatro minutos de paralisação, confirmou a penalidade após consulta ao VAR. Erison não desperdiçou e o São Paulo saiu de campo vitorioso.
Complicou – A derrota do Bragantino complicou sua situação, pois viu o Flamengo se aproximar (após vitória sobre o Palmeiras) e agora aqueles três favoritos (Botafogo, Palmeiras e Bragantino) têm a companhia de Grêmio, Flamengo e Atlético Mineiro. Não só na briga pelo título, mas também pelas vagas diretas na Libertadores do ano que vem.
O Massa Bruta volta a campo no domingo, em Bragança, quando recebe o líder Botafogo.
ATUAÇÕES
Cleiton: Fez a parte que lhe cabia, com três importantes defesas. Sem chances no gol de pênalti. Nota 6,5.
Aderlan: Buscou apoiar o ataque, mas sem a ajuda dos companheiros ficou difícil. Defensivamente não comprometeu. Nota 6,0.
Léo Realpe: Alterna boas jogadas com intervenções bisonhas em determinados lances. Nota 5,5.
Léo Ortiz: Muito longe do grande zagueiro que todos conhecem. Falhou em algumas coberturas e nem seus passes precisos ocorreram. Nota 5,5.
Juninho Capixaba: Irreconhecível! Errou muitos passes, falhou nas transições e deixou a desejar defensivamente. Nota 5,0.
Matheus Fernandes: Uma noite para esquecer. Lento, confuso no posicionamento, muitos passes errados e pouca efetividade na ocupação dos espaços. Nota 5,5.
Jadsom Silva: Pelo menos correu, ainda que sozinho, mas também em noite pouco inspirada. Nota 6,0.
Lucas Evangelista: O maestro desta vez esqueceu a ‘batuta’ em casa. Sua pior apresentação no campeonato. Lento, confuso, desatento em muitos lances, sem o ímpeto de outras partidas. Nota 5,0.
Helinho: Quem mais correu no primeiro tempo, tentou muitos chutes a gol e não acertou nenhum. Também sucumbiu à noite ruim do time. Nota 6,0.
Eduardo Sasha: Sem a ajuda dos criadores de jogadas não consegue desenvolver seu futebol. Flutuou entre o meio-campo e o ataque, mas pouco conseguiu fazer. Nota 6,0.
Henry Mosquera: Futebol previsível, muitos erros individuais e conclusões a gol ruins. Nota 5,0.
Substitutos: As substituições promovidas pelo técnico Caixinha, já de algum tempo, não alteram em nada o comportamento do time. Futebol previsível dos reservas. Sem nota.
Pedro Caixinha: Preferiu substituir titulares por outros de menor talento, em detrimento a arrumar o que deu errado. Falhou ao não corrigir o posicionamento do time, principalmente no primeiro tempo. Nota 6,0.
SÃO PAULO 1 x 0 BRAGANTINO
Campeonato Brasileiro – 33ª Rodada
Local: Estádio Urbano Caldeira (Vila Belmiro), Santos (SP)
Data: 8 de novembro de 2023 (quarta-feira, 20 horas)
Árbitro: Flávio Rodrigues de Souza (SP/Fifa) – Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis (SP/Fifa) e Miguel Cataneo Ribeiro da Costa (SP) – Árbitro de vídeo: Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (SP/Fifa)
Público: 11.948 pagantes – Renda: R$ 1.135.233,00
Cartões amarelos: Helinho e Lucas Evangelista (Bragantino) e Juan e Gabriel Neves (São Paulo)
Gols: Erison (p) aos 92’ (São Paulo)
SÃO PAULO: Rafael; Rafinha, Arboleda, Beraldo e Wellington (Caio Paulista); Pablo Maia, Alisson, Michel Araújo (Gabriel Neves) e Wellington Rato (David); Luciano (Nathan Mendes) e Juan (Erison). Técnico: Dorival Jr.
BRAGANTINO: Cleiton; Aderlan, Leo Realpe, Léo Ortiz e Juninho Capixaba (Luan Cândido); Matheus Fernandes (Thiago Borbas), Jadsom Silva e Lucas Evangelista; Helinho (Talisson), Eduardo Sasha (Matheus Gonçalves) e Henry Mosquera (Vitinho Kiev). Técnico: Pedro Caixinha.