Aqui, irei adaptar um dos capítulos do meu Artigo (avaliado por Claudia Musa Fay e Álvaro Severo) submetido como Trabalho de Conclusão da Pós-Graduação em Sociologia, História e Filosofia, pela PUC-RS, concluída em 2022. Capítulo no qual eu falo sobre o mito do dragão e suas lendas no Brasil.
Confesso que tenho uma grande paixão pelo mito dos dragões, algo que vem desde a infância e se consolidou na vida adulta. É intrigante pensar como um mesmo mito aparece em diferentes povos ao redor do mundo, sem nenhum contato aparente entre eles até então. Segundo o antropólogo Smith (2007), o mito do dragão é tão antigo e disseminado, que toda a humanidade participou do processo de moldá-lo
Uma criatura simbólica existente em quase todas as culturas e períodos da história, torna relativamente complexa a definição do que é um dragão. Encontramos no meio acadêmico o dragão como um tipo de confabulação de diferentes elementos e animais agressivos; além de definições que o determinam como uma serpente monstruosa e um animal com escamas. Passando por uma análise iconográfica por diversas manifestações mitológicas do dragão no Ocidente e Oriente, pode-se concluir que o mesmo apresenta-se em geral com formas reptilianas ou ofídicas, um ou mais chifres, duas ou mais patas, bem como hábitos terrestres ou aquáticos e, eventualmente, hábitos de voo quando lhe ocorrem asas. (LANGER, 2003)
Em certos relatos da Antiguidade, apenas o olhar de um dragão podia paralisar alguém de medo, no qual, o próprio termo “dragão” vem do grego drakon, do verbo derk, que remete ao olhar e traz o significado de “monstro dos olhos cruéis” – algo que também me traz à memória lendas com dragões de olhos flamejantes, como um dos dragões brasileiros que veremos a seguir. (CHINELLATO, 2017)
Ainda segundo Chinellato (2017), por conta dos dragões serem considerados e associados aos répteis, os primeiros ossos de dinossauros encontrados, ou escavados, se tornaram consequentemente “ossos de dragão” para os antigos. Ponto de vista que concordo e ainda acrescento: teria sido isso que despertou um inconsciente coletivo ao redor do globo, datando desde os povos sem escrita, para o imaginário dos dragões? Para se ter uma noção de como a questão das ossadas encontradas na Antiguidade mexiam com o imaginário da humanidade, que ainda iniciava suas explorações por continentes e nações ainda misteriosos, considero importante o seguinte trecho, também trazido pela autora, de uma descrição do historiador grego Heródoto:
“Não muito distante da cidade de Buto, existe um lugar na Arábia onde fui para aprender sobre as serpentes aladas. Quando cheguei lá, vi inúmeros ossos e espinhas dorsais de serpentes; eram muitas pilhas de espinhas, grandes e pequenas e ainda menores. Esse lugar, por onde ficam espalhadas as ossadas, é onde uma estreita passagem entre montanhas abre para uma planície, que se une ao Egito. Dizem que as serpentes aladas voam no início da primavera da Arábia, chegando ao Egito; mas os pássaros íbis encontram as invasoras nessa passagem e matam-nas. […] As serpentes são como cobras d’água. Suas asas não têm penas, parecendo mais com as asas de um morcego. (1975, p 361.)”
Por este relato, nota-se também a já discorrida representação ofídia do dragão. Para o antropólogo Jones (2016), os humanos têm um medo instintivo de dragões, algo gravado em nossas mentes desde o temor primitivo de um ancestral primata frente a predadores como serpentes, grandes felinos e aves de rapina. Entretanto, o dragão como algo maligno, parece ser difundido majoritariamente na cultura Ocidental, pois, quando vamos às suas simbologias no Oriente, temos outros parâmetros.
A Mitologia Chinesa diz que os dragões podem ser gigantes como o universo ou pequenos como um bicho-da-seda. Benevolente e representante dos quatro elementos: terra, fogo, água e ar. Para os chineses, o dragão possui qualidades nobres e almejadas, como sabedoria, coragem, força e beleza. Ele é tão adorado e relevante para o povo chinês, que é considerado um ancestral comum e símbolo de boa fortuna. Sua anatomia é curiosa para nós ocidentais. Mesmo diante das já famosas variações que permeiam um mito, o dragão chinês é representado na maioria das vezes com o corpo de serpente, escamas de carpa, olhos de coelho, orelhas de touro, chifres de cervo, patas de tigre e garras de águia e, porventura, com cabeça de camelo. (PORTARI, 2006)
A variedade de representações, seja como sáurios colossais e ocasionalmente alados, a semelhança do dragão com animais pré-históricos é inegável. Na memória popular, assemelha-se aos répteis vivos. Tal criatura se configura perfeitamente de diversas formas, relacionando-se com os diferentes aspectos da natureza. (SANTO, 1997)
Aproveito a visão citada do dragão como um ser pré-histórico e primordial, adaptável às configurações naturais, inclusive aquática, para adentrar agora mais especificamente pelas lendas brasileiras. O folclorista Carneiro da Silva (1982) dedicou-se de forma notável aos mitos aquáticos do Piauí, trazendo à tona uma criatura lendária que, de acordo com a lenda, remonta desde os tempos pré-históricos, remanescente de uma fauna colossal. Um animal fantástico e milenar, conhecido como Goslandariu. É contado que o mesmo habita as profundezas da antiga Lagoa do Cajueiro, situada nos municípios piauienses de Joaquim Pires e Luzilândia. Este monstro fluvial pode assumir as mais diversas formas. A primeira a ser narrada é a de um enorme ser ofídio de quatro cabeças, tomado por escamas ora azuis e prateadas, ora em vivas tonalidades de amarelo e preto, com presas gigantes. Sua multi-versátil anatomia também permite ao predador se transformar num tetrapartido de jacarés, ou até mesmo em uma agigantada flor d’água que boia tranquilamente esperando por suas vítimas. Dizem ter escapado do catastrófico fim de Atlântida, antes de refugiar-se na imensa lagoa de água doce.
De acordo com o mito, ele hiberna por um longo período de cem anos, se mantendo ativo por três décadas antes de retornar às profundezas da lagoa. Quando está próximo do monstro ofídio de quatro cabeças despertar, acontecem sinais dignos de uma calamidade. Estrondos podem ser ouvidos pelos moradores, um incômodo odor de peixe paira pelo ar, enquanto as águas borbulham em meio à ventania. (NOLÊTO, 2019)
É bem verdade que, em nenhuma bibliografia que pesquisei, o Goslandariu é referido como um dragão, entretanto, de acordo com as concepções estudadas e aqui apresentadas, acredito tratar-se de um. É interessante notar como o Goslandariu exerce o papel de exibir uma incontível força da natureza e ser um devorador de humanos; uma forma ancestral além da compreensão. Tais aspectos o aproximam mais do conceito europeu de dragão. Influência esta, que ficará mais nítida nas lendas brasileiras de dragões a seguir.
Em Fernando de Noronha, temos outra fera dracônica do Brasil, o Dragão da Caverna dos Suspiros. Segundo a lenda, o histórico pirata William Kidd, o Capitão Kidd, avistou Fernando de Noronha, enquanto fugia dos corsários e da marinha, escolhendo a Caverna dos Suspiros, ou Caverna do Funil, para esconder todo o seu tesouro. Esse tesouro seria então guardado por um terrível dragão. (DANTAS, 1938)
Tieghi (2019) nos conta que, em 1738, Fernando de Noronha tornou-se uma colônia carcerária, por dois séculos, que recebeu de ladrões de cavalos até falsificadores de dinheiro. Os presos que não apresentavam grandes riscos viviam em casas e realizavam trabalhos braçais durante o dia. Sua vantagem era justamente ser uma ilha-prisão, dificultando as fugas por estar isolada no oceano. Sendo assim, os prisioneiros também fazem parte da lenda. A filha de um deles teria sido raptada pelo dragão e confinada em sua morada, por muito tempo, sem que saibam seu fim. Diziam ser possível ouvir as lamentações e suspiros da bela moça, daí o nome da caverna.
Percebido nas lendas do Goslandariu e do Dragão da Caverna dos Suspiros, Smith (2007) diz que a presença da água é algo aparente neste mito mundo afora, se observando em algumas histórias. Para Santo (1997) o dragão é rico em variações simbólicas, mas elas podem ser resumidas entre: mudança, fecundidade, malignidade, e voracidade aquática.
“Fechando o parênteses” das águas e prosseguindo para outro guardião de tesouros do nosso imaginário, este foi relatado primeiramente pelo naturalista e historiógrafo Menezes (1889), que cita uma Serpente dos Olhos de Fogo, protetora de uma grande riqueza numa gruta pelos arredores da Bica do Ipu, no Ceará. Com o tempo e os causos contados e recontados pela oralidade, tal serpente foi se transformando e popularizou-se na boca do povo como um dragão dos olhos de fogo, o Dragão de Ipu; presente até mesmo no samba-enredo da União da Ilha, em 2019, com o carro Abre-Alas “Dragão de Ipu e o Tesouro Holandês”.
A lenda do Dragão de Ipu conta que na dita gruta havia um tesouro incalculável, trazido por misteriosos ancestrais e guardado pelo monstro. Um holandês descobriu como fazer a criatura fechar seus olhos flamejantes num breve sono, através de magia pagã ou de uma reza para controlar suas ambições; dependendo da variação da lenda. Desta forma, ele retirou uma certa quantia daquele montante, e a riqueza conquistada foi enterrada em frente àquela que viria a ser a Igreja de São Sebastião (padroeiro de Ipu). No entanto, sua avareza aumentou tanto, mas tanto, ao ponto de fazê-lo retornar à caverna para pegar o resto do tesouro. Mas, ele não teve o mesmo final feliz, e foi devorado pelo dragão. Mais tarde, um homem, conhecido como João da Costa Alecrim, encontrou o tesouro outrora enterrado pelo holandês. Ficou rico, porém, odiado pela população, que o julgara por ter tirado o tesouro dos olhos de um santo. (DA SILVA, 2005)
Nota-se na lenda do Dragão de Ipu, a forte presença histórica dos holandeses naquela região, por conta das invasões que se concentraram no atual Nordeste, pelo século 17. Outro rastro europeu na história, é a simbologia do dragão como o guardião de um tesouro.
Estabelecidas as lendas do Dragão da Caverna dos Suspiros e do Dragão de Ipu, já podemos fazer suas ligações à simbologia ocidental, antes de irmos para o último dragão do nosso folclore.
Campbell (1990) nos conta que grande parte dos dragões europeus estão sempre a guardar tesouros e moças virgens nas cavernas (na lenda do Dragão da Caverna dos Suspiros podemos observar ambos). A criatura não consegue utilizar a riqueza, tampouco relacionar-se com as damas, e este é o ponto crucial. É apenas um acumulador. Ele simboliza a ganância, uma prisão ao ego. Mesmo que, em algumas tradições, como a celta, tais criaturas sejam ligadas às forças primordiais da natureza, percebe-se por outras mitologias, como a nórdica, a presença avarenta e malévola dos dragões. Tal prisão ao ego e morte pela ganância, relaciona-se diretamente ao ciclo do holandês na lenda do Dragão de Ipu. Como também é dito pelo mitólogo: “o verdadeiro dragão está dentro de você, é o seu ego que o bloqueia”.
Indo agora para o Sul do país, vamos para uma cidade onde a cultura germânica é fortemente presente, em Guabiruba, no interior de Santa Catarina. Pela cidade e suas redondezas é conhecida a lenda do Dragão da Guabiruba – ou de Guabiruba. As crianças aprendem sobre ela nas escolas, sendo a lenda citada até mesmo no site da Prefeitura de Guabiruba. Fomentando o turismo e até mesmo empreendimentos na cidade. O seu primeiro e mais famoso avistamento foi em 1982. Em 17 de agosto de 1990, o jornal O Município, de Blumenau, trouxe à tona o caso, que nunca mais saiu do imaginário guabirubense.
Conta-se que um agricultor, chamado Pedro Ismanioti, saiu de casa para cortar trato para o seu gado, na região montanhosa do Lageado Alto, em Guabiruba, quando sentiu uma coisa ruim o rondando, sobrevoando a área. Olhando de longe parecia ser um pássaro enorme, com suas grandes asas abertas. Ele seguiu trabalhando, mas a coisa se aproximou. Era imensa, marrom e escamosa, com uma língua que flamejava toda rubra. Ele correu para a casa aterrorizado. Posteriormente, foram surgindo outros relatos, onde a criatura, dita pré-histórica, hibernaria de 8 em 8 anos. Os rumores aumentaram com misteriosas grutas no local e minas abandonadas – este último fato colabora para o inconsciente de alguns moradores, ao relacioná-lo com tesouros. Assim nasceu e foi se popularizando a lenda do Dragão da Guabiruba.
Olhos de fogo. Língua de fogo. Tais descrições narradas anteriormente também expressam a importância do fogo no mito do dragão. Segundo Chinellato (2017), alguns estudiosos ligam o fogo à ardência produzida pelo veneno, talvez derivado de sua associação às serpentes. Ainda, seguindo o raciocínio dos mitos explicarem o inexplicável, ou se ligarem ao mesmo, os meteoros se incluem como um elemento natural que já foi associado e chamado de dragão na Antiguidade. O lexicógrafo Brewer (2001) reconhece um indicativo da relação entre dragões e meteoros ao observar que drakon também detém o remoto significado de “brilho”, trazendo uma provável relação entre dragões e meteoros.
Além disso, discorrendo sobre a ligação do dragão com o céu e seus temores, a presença aérea do Dragão da Guabiruba pelo município catarinense também intimida e intriga seus moradores. Até acidentes aéreos pelo local criaram teorias ligadas à criatura. Campbell (1990) fala sobre o fascínio da humanidade pela criatura mitológica, quando percebemos a serpente ligada à terra e a águia ao voo espiritual, como duas feras poderosas e conflitantes, o dragão alado é a combinação implacável de ambos. Um ser terrestre livre para voar. Chinelatto (2017) complementa, ao definir os dragões como um reflexo de eras e eras de medos e transformações da humanidade.
Sendo assim, o mito do dragão me consta como um dos mais interessantes, pois ao estudá-lo a fundo pode-se traçar pelo mesmo uma espécie de linha temporal, não completa, da história dos medos e das questões humanas. Primordialmente, o que essas feras representavam, senão os desconhecidos fenômenos da natureza? Em Fernando de Noronha, por exemplo, as violentas entradas e saídas de águas pelas fendas em picos cavernosos causam um estrondo similar ao de um rugido, que poderia facilmente ser interpretado como um dragão. Como essa lenda foi narrada pelos presidiários da ilha, podemos delimitar o mito como posterior, ao menos, a 1738. Nessa época o pensamento científico já existia e era difundido no continente. Mas, influenciados pelas camadas instintivas da mitologia, trouxeram o mito para explicar seu medo. O medo sempre esteve ao lado do homem.
Se na antiguidade os meteoros e tempestades não gozavam de total compreensão, trazendo os dragões como seus responsáveis, nos dias atuais não parece ser muito diferente para alguns que teorizaram e atribuíram a um dragão algumas quedas de aviões no interior catarinense. Percebe-se que o mito não sumiu por completo a partir das compreensões científicas do homem a respeito do céu, ele se moldou às questões atuais, como o medo de uma queda de avião. Jung afirma que determinados medos se repetem, sempre no plural, e no presente artigo percebe-se isso pelos mitos estudados no Brasil.
Outro tema que se repete, e nele podemos observar também as influências do colonizador no Brasil, é a simbologia dos dragões aqui estudados estarem bastante alinhadas às do Ocidente, especialmente da Europa e populações ibéricas ou germânicas. O Dragão de Ipu me parece o melhor dos exemplos quando se trata de exemplificar e observar a simbologia do dragão como a personificação da ganância e do ego. Todos estamos sujeitos a nos prender às nossas próprias “cavernas do dragão”.
A mitologia é sim um espelho da humanidade, ignorá-la em estudos científicos é ignorar a nossa própria história, nossas estruturas do espírito.
Os mitos e lendas são nosso vulnerável reflexo.
Caio Sales é ilustrador e escritor. Pós-Graduado em Marketing e Inovação pela PUC-Campinas; Pós-Graduado em Sociologia, História e Filosofia pela PUC- RS; com qualificação em Marketing e Comunicação pela Academies Australasia, em Sydney, Austrália. Também é membro da Associação Brasileira dos Escritores de Romance Policial, Suspense e Terror (ABERST) e da Associação de Escritores de Bragança Paulista (ASES). @caiosales_art
– Referências Bibliográficas:
BREWER, E. C. Wordsworth Dictionary of Phrase and Fable. Wordsworth Editions, 2001.
CAMPBELL, J. O Poder do Mito. São Paulo: Palas Athena, 1990.
CARNEIRO DA SILVA, J. C. Encanto e Terror das Águas Piauienses. Comepi-PI, 1982
CHINELLATO, G. Reflexos nos olhos do dragão: uma saga da relação homem-natureza a partir das narrativas de dragão / Giovanna Chinellato. – Campinas: PUC-Campinas, 2017.
DA SILVA, J. M. Ipú do meu xodó (Memórias). Gráfica e Editora Nacional Ltda, 2005.
DANTAS, O. Sob o Céu dos Trópicos – Lendas, aspectos e curiosidades do Brasil. Livraria José Olympio, 1938.
DRAGÃO de Guabiruba. Município de Guabiruba. 14 fev. 2022. Disponível em <https://www.guabiruba.sc.gov.br/cms/pagina/ver/codMapaItem/162213>. Acesso em 15 nov. 2022.
DRAGÃO voador assusta agricultores no Lajeado Alto. O Município, Blumenau, 17 de agosto de 1990.
JONES, D. E. An Instinct for Dragons. Routledge, 2016.
LANGER, J. O mito do dragão na Escandinávia (primeira parte: período pré-Viking). BRATHAIR-REVISTA DE ESTUDOS CELTAS E GERM NICOS, v. 3, n. 1, 2003.
MENEZES, A. B. Província do Ceará: Notas de Viagem (Parte do Norte). Ceará: 1889.
NOLÊTO, J. R. A. Mitologia Piaga: Deuses, Encantados, Espíritos e outros Seres Lendários do Piauí. Clube de Autores, 2019.
PORTARI, D. Por que os dragões são tão reverenciados na China? Super Interessante, 30 de set. de 2006. Disponível em: https://super.abril.com.br/historia/adoraveis-dragoes/>. Acesso em: 16 de nov. de 2022.
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