Jonathan Alberti
Desrespeito com feirantes e com o povo –
Mais uma vez um megaevento no Posto de Monta joga os feirantes em qualquer espaço disponível, sem o mínimo de planejamento e condições de trabalho. Recebi reclamações na madrugada de segunda-feira e na manhã de quarta-feira a feira livre e o Ceasinha foram “jogados” na Avenida Dr. José Adriano Marrey Junior, durante os festejos que ocorrem no Posto de Monta. As fotos enviadas mostravam um amontoado de barracas, misturados aos caminhões e carretas que aguardavam para descarregar em um supermercado próximo. Só isso em si, já tornou o Ceasinha um caos. Além disso, não foram disponibilizados banheiros químicos para feirantes e frequentadores. No espaço da feira livre, não faltavam poças d’água em meio ao pequeno corredor entre as barracas, onde a população se espremia para conseguir comprar seus produtos.
Da parte dos feirantes, o descontentamento era evidente diante do pouco caso da secretaria de Agronegócios, em, na primeira oportunidade, jogar a feira de lá para cá. Aliás, um deles relatou o descontentamento com a falta de estrutura, revelando que o Ceasinha seria realizado dentro do recinto do Posto de Monta, no espaço atrás do palco, onde já existe a demarcação de cada barraca e espaço para estacionamento. Porém, o plano foi alterado e o Ceasinha foi colocado na rua, criando um tumulto, com pouco espaço para pessoas, tendo em vista que metade dos expositores tem caminhões e carros grandes e já ocupam grande parte do pequeno espaço disponibilizado. “Todo ano é isso! Sem condições, na segunda-feira no Ceasinha, um caos, um monte de caminhão pra descarregar no supermercado, sem banheiro, os clientes todos aglomerados sem espaço para ver as barracas, mas o boleto pra pagar já chegou, sem nenhum desconto. Um desrespeito com a gente que chega aqui às 2h30, 3h para trabalhar e maior ainda com os clientes”, desabafou.
Caos sem necessidade
Após o caos desnecessário vivido no Ceasinha, a secretaria de Agronegócios decidiu mudar a feira de lugar. No início da tarde de quinta-feira (20), a Assessoria de Comunicação da Prefeitura informou que entre os dias 24 de abril a 7 de maio, o Ceasinha, será transferido para o Mercado Amílcar Donato Barletta – o Mercado da Zona Norte, que está fechado desde sua inauguração em julho do ano passado. A mudança do Ceasinha aconteceu após diversas reclamações sobre o pouco caso da Secretaria de Agronegócios.
Agora, foi necessário todo um desconforto entre os permissionários e população para que o secretário pensasse nessa solução tão simples e visível aos olhos de qualquer um. Porém, ainda falta um pouco mais de sensibilidade e esforço do secretário e que gera a pergunta: Porque não transferir as feiras livre, noturna e da amizade para o mesmo espaço?
Feira noturna cancelada = mercadoria perdida
O cancelamento da Feira Noturna também é um desrespeito com os feirantes. Muitos deles já se prepararam para o evento com antecedência, colheram e compraram em grande quantidade de produtos para serem vendidos no evento. Porém, o cancelamento da feira por três semanas, irá fazer com que muitos desses feirantes até percam seus produtos, uma vez que eles também não podem montar barracas em qualquer local da cidade para vendê-los. Claro, que a medida foi às pressas e monocrática, sem ao menos ouvir os permissionários e possíveis alternativas para que o evento ocorresse em outros lugares. Enquanto isso, o Mercado da Zona Norte fica de portas fechadas e recebe apenas o Ceasinha, após grande reclamação. Um absurdo.
Espaço tem é só usar a cabeça
Tem horas que parece que secretários municipais não usam a cabeça, ou apenas não tem o mínimo interesse nisso. Para evitar problemas deste tipo e desagradar tanto os permissionários, que pagam pelo espaço, quanto a população que compra produtos na feira livre e feira noturna, a Prefeitura tem algumas opções. Uma delas é abrir o Mercado Amílcar Donato Barletta – o Mercado da Zona Norte, que está fechado desde sua inauguração em julho do ano passado e já vai abrigar o Ceasinha, para que as feiras ocorram ali, nem que seja no estacionamento, que tem um espaço excelente para abrigar as barracas. Outro, seria transferir a feira para o Lago do Taboão, que já abriga uma feira às terças-feiras. Essas são soluções imediatas, porém ainda temos uma solução que pode demandar mais tempo, mas que resolveria o problema de uma vez por todas e aproveitaria o espaço do próprio Posto de Monta, que tem aproximadamente 300 mil m² de área. A Prefeitura poderia construir na parte de baixo, que tem um grande espaço vago, um espaço próprio e fixo para as feiras e Ceasinha, com infraestrutura, mais ou menos como ao do CEAGESP, que tem um gigantesco barracão de estrutura metálica aberto nas laterais, coberto, asfaltado, com banheiros, além de entrada paralela ao local onde ocorrem os eventos. No espaço do Ceasinha poderiam ser feitas plataformas para os caminhões descarregarem. Isso iria valorizar, e muito, o pequeno produtor e os feirantes da cidade, podendo inclusive fazer que Bragança Paulista abrigue um Centro Regional de Distribuição ainda melhor e mais organizado. Aliás, o investimento não seria tão absurdo para o erário e agradaria a todos. Basta usar a cabeça e querer fazer, até porque se grita aos quatro cantos que tem dinheiro parado no caixa.