O prefeito Amauri Sodré assinou na tarde de ontem (3) a Ordem de Serviço para as obras de recuperação e revitalização total da barragem do Lago do Orfeu. Após o caso se arrastar no Judiciário, devido a ação impetrada pelo Ministério Público, finalmente as obras devem sair, porém agora um custo 93,63% mais caro do que a licitada em 2020.
Conforme a nova licitação realizada em fevereiro e vencida pela empresa Rual Construções e Comércio, a obra custará aos cofres públicos R$ 4.786.891,31. Em 2020 o valor era R$ R$ 2.472.234,69.
Em entrevista a GB, o proprietário da empresa Rual, Cláudio Alecio Guaraná, disse que um engenheiro da empresa está na cidade atrás de alojamentos, canteiros e administração. Ele afirma que as obras devem iniciar esta semana, e o prazo para sua execução é de 8 meses. “Tem que ser feito em oito meses. A barragem de terra basicamente é compactação de aterro, e esse trabalho não se faz com chuva. Estamos em um bom momento. Estão acabando as chuvas de março e começa a época de seca”, disse.
Apesar do prazo estabelecido, o empresário informou que há a expectativa de que a obra seja entregue em menos tempo. “Vamos tentar buscar um prazo de 6, 7 meses, mas nosso prazo é de oito meses” explicou.
O secretário de Obras, engenheiro Benedito Carvalho Junior, também falou a respeito do quanto a ação judicial prejudicou o erário público. “Essa obra deveria ter sido executada junto com o piscinão da Alberto Diniz, pois nesse caso haveria uma importação de solo e exportação de solo. Hoje não existe mais isso, porque a obra da Alberto Diniz está concluída. Então dependemos tanto de importar o material de alguma jazida, quanto o bota fora de outros materiais. Isso gerou um custo significativo para o erário.”
O proprietário da Rual também falou sobre a paralisação da obra, lembrando que a empresa, que foi responsável por executar o projeto executivo, também foi arrolada na ação. “Eu digo como cidadão, quem perdeu foi a população, aquele lago era maravilhoso, aí veio a liminar mandando paralisar a obra, o lago ficou baixo, a barragem deteriorada (…). Eu fiquei triste de ver o lago como está e agora quero ter o prazer de fazer algo que lá atrás não foi feito”, disse.
Entenda o caso – Desde 2019 a Prefeitura vem desenvolvendo ações voltadas à prevenção e combate às enchentes no município. Durante os estudos, foram identificados problemas estruturais no Lago do Orfeu, que poderiam acarretar o rompimento da barragem do lago, fato que causaria enchentes em residências da região, na escola Porto Bragança e nas proximidades, com grande prejuízo ao meio ambiente da região.
Frente à situação, após elaborar projeto, a Prefeitura licitou, em março de 2020, as obras de recuperação do barramento para afastar o perigo iminente de rompimento em caso de fortes chuvas, e a construção de um novo vertedouro, possibilitando que o reservatório funcione para contenção de cheias.
Os trabalhos foram interrompidos logo no início devido a ação judicial sob a alegação de danos ao meio ambiente, notadamente pela necessidade da retirada de árvores que estão no talude da cabeceira da barragem. Segundo a prefeitura, no projeto a retirada das árvores seria compensada com o plantio de mais de 2 mil árvores.
Embora outras obras de combate às enchentes já tenham sido realizadas e outras estejam em andamento, a região do ribeirão do Jardim Europa segue com o risco iminente de ser afetada com o nível das águas, uma vez que os problemas identificados na barragem do Lago do Orfeu não foram solucionados da forma como proposta pelos técnicos especializados, por conta da paralisação das obras.