O conjunto de fatores que o Bragantino apresenta neste início de temporada dá a exata medida de que mudanças urgentes precisam ser feitas. Se antes o time perdia fora de casa, agora perde em seus domínios também.
E quais os ingredientes desse conjunto de fatores? Elenco indisciplinado (4 expulsões em 5 jogos), setor ofensivo incompetente e um técnico que substitui mal, todos vistos e comprovados na maioria das partidas deste início de Paulistão. A cereja do bolo foi no sábado (28), diante do Santo André.
A exemplo da Ferroviária na semana passada, o time do ABC não jogou absolutamente nada, porém saiu de campo com os 3 pontos. O Bragantino foi infinitamente superior, criou pelo menos 6 oportunidades de marcar, em 22 conclusões a gol, e viu o Ramalhão chutar apenas 3 vezes à meta de Cleiton, uma delas o pênalti que lhe deu a vitória.
No segundo tempo o técnico Pedro Caixinha se encarregou de estragar o que se viu nos primeiros 45 minutos, ao substituir pelo menos 3 jogadores que poderiam decidir o jogo: Alerrandro, Bruninho e Aderlan. Entraram Thiago Borbas (que em certos momentos lembra muito Matheus Peixoto), Sorriso (que praticamente não pegou na bola) e Andrés Hurtado (fez muito pouco em um time que caiu de produção).
A incompetência do setor ofensivo em colocar a bola nas redes é algo a ser questionado diretamente com os jogadores. Não é aceitável que as chances criadas sejam desperdiçadas da forma como se tem visto, e que resultam em resultados negativos.
Indisciplina – O técnico Pedro Caixinha disse no decorrer da semana, ao GE, que não está preocupado com as expulsões. Mas deveria. A indisciplina parece ser marca registrada do atual elenco e a cada semana um vai para o chuveiro mais cedo, e reduz o potencial da equipe dentro de campo: quatro jogadores expulsos em quatro jogos. Se isso não é exagero, fica difícil imaginar o que possa ser.
O jogo – O Bragantino merecia melhor sorte pelo que produziu, principalmente na primeira etapa. Nada permitiu ao Santo André, encurralou-o em seu campo e criou oportunidades que inacreditavelmente acabaram desperdiçadas. Jogada com Alerrandro e duas com Bruninho.
Na etapa complementar o Massa Bruta, pela quarta vez, voltou a jogar com um homem a menos, pois o volante Jadsom Silva, que fazia boa partida, aos 61’ resolveu engrossar e agrediu o zagueiro Rodolfo do Santo André, em lance isolado, que o assistente viu e comunicou ao árbitro, que lhe mostrou o cartão vermelho.
O azulão do ABC se aproveitou da vantagem numérica para arriscar algumas jogadas ofensivas e uma mais aguda, aos 79 minutos, resultou em pênalti, quando Matheus Fernandes derrubou José Hugo dentro da área, convertido por Léo Ceará.
Ou se debela o conjunto de fatores, ou as coisas vão ficar ruins, principalmente nesta edição do Paulista em que a diferença entre líderes e últimos colocados é bem estreita.
No próximo sábado (4), em Campinas, no Brinco de Ouro, o Bragantino pega o Guarani, às 16 horas, pela sexta rodada.
ATUAÇÕES
Cleiton: Mero espectador, não foi exigido pois o Santo André foi nulo ofensivamente. Nota 6,0.
Aderlan: Excelente partida no primeiro tempo, apoiou bem o ataque, chutou a gol e inexplicavelmente acabou substituído. Nota 7,0.
Andrés Hurtado: Nem deveria ter entrado. Com um homem a menos, pouco poderia fazer. Nota 5,5.
Léo Realpe: Sem ter a necessidade de jogar defensivamente, ajudou os companheiros na busca de pelo menos um gol. Nota 6,5.
Natan: Na mesma situação de seu companheiro de zaga. Nota 6,5.
Juninho Capixaba: Formou com Bruninho uma ótima ala esquerda e ainda ajudou na construção de jogadas. Quando Bruninho saiu, o esquema deixou de funcionar. Nota 6,5.
Raul: Fez boa partida até sair machucado, novamente com suspeita de problema grave no joelho. Nota 6,0.
Praxedes: Já se tornou um mantra: erra passes, se posiciona mal em campo e não produz nada. Só não foi dispensado, e é isso o que dá a entender, pelo investimento do clube: R$ 36 milhões. Nota 4,0.
Jadson Silva: Um primeiro tempo primoroso, ocupou bem os espaços, criou ações ofensivas, mas fez a bobagem de sair no braço com o zagueiro adversário. Nota 5,5.
Matheus Fernandes: Demora a acordar, mas quando isso acontece vai bem. Deixá-lo na função de zagueiro para marcar o atacante adversário só poderia dar no que deu: pênalti. Nota 5,5.
Popó: Entrou já no desespero em busca do empate. Pegou uma vez na bola. Nota 5,0.
Artur: Correu muito, ocupou todos os espaços ofensivos mas está concluindo mal a gol. E a ansiedade tem atrapalhado. Nota 6,5.
Alerrandro: Um desvio de cabeça que poderia redundar em gol, mas defendido pelo goleiro andreense. Participou bem do jogo até ser substituído. Nota 6,5.
Thiago Borbas: Segunda partida que entra na etapa final. Pouco poderia fazer. Nota 5,5.
Bruninho: Excelente primeiro tempo, com deslocações rápidas, passes precisos aos companheiros e duas chances reais de marcar. Nota 7,5.
Sorriso: Entrou na etapa final para fazer aquilo que fez diante da Ferroviária: nada! Nota 5,0.
Pedro Caixinha: Não passa a impressão de ter o grupo na mão, altera jogadores sem necessidade e a permissividade com a indisciplina parece ganhar corpo. Pelo menos é o que se viu em quatro jogos. Nota 4,5.
BRAGANTINO 0 x 1 SANTO ANDRÉ
Campeonato Paulista 2023 – 5ª Rodada
Local: Estádio Nabi Abi Chedid, Bragança Paulista
Data: 28 de janeiro de 2023 (sábado, 20 horas)
Árbitro: Thiago Luís Scarascati – Assistentes: Miguel Caetano Ribeiro da Costa e Raphael de Albuquerque Lima – Árbitro de vídeo: Vinícius Furlan
Público: 1.880 pagantes – Renda: R$ 47.945,00
Cartões amarelos: Léo Realpe, Natan, Praxedes e Sorriso (Bragantino) e Ricardo Luz, Gerson Magrão e Pablo (Santo André)
Cartão vermelho: Jadsom Silva (Bragantino)
Gols: Léo Ceará (p) aos 79’ (Santo André)
BRAGANTINO: Cleiton; Aderlan (Andrés Hurtado), Léo Realpe, Natan e Juninho Capixaba; Raul (Praxedes), Jadsom Silva e Matheus Fernandes (Popó); Artur, Alerrandro (Thiago Borbas) e Bruninho (Sorriso). Técnico: Pedro Caixinha.
SANTO ANDRÉ: Lucas Frigeri; Ricardo Luz (José Hugo), Rodolfo filemon, Matheus Mancini e Romário; Marthã, Dudu Vieira (Moisés Ribeiro) e Gerson Magrão (Nenê Bonilha); Pablo, Gabriel Taliari (Fernando Viana) e Léo Ceará (Júlio Vitor). Técnico: Vinícius Bergantim.