Na última quinta-feira, Bragança Paulista foi passagem de uma megaoperação da Polícia Rodoviária Federal. Mais de vinte viaturas, várias motocicletas e até um Helicóptero foram utilizados na diligência, que teve como alvo o município vizinho de Pedra Bela.
Enquanto digitava uma petição, em meu escritório, que é localizado no centro, comecei a receber vídeos da operação, em tempo real, encaminhados por pessoas residentes nos quatro campos da cidade, de gente de fora e até do exterior, pelo WHATSAPP.
Segundo consta, a operação foi capitaneada pelo excelente Delegado da Polícia Rodoviária Federal, Sr. Fernando Miranda, conhecido por ter realizado várias e emblemáticas investigações e prisões, de grandes criminosos, dentre eles contrabandistas, traficantes e lavadores de dinheiro, com repercussão nacional. Em seu extenso currículo também constam ações de combate ao trabalho escravo, inclusive em nossa região, no passado recente.
Tal ação policial fez-me lembrar da ROTA – Ronda Ostensiva Tobias Aguiar -, que é uma tropa do Comando Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sendo ainda uma modalidade de policiamento do 1º Batalhão de Policiamento de Choque Tobias de Aguiar.
Em 1970, o 1º Batalhão “Tobias de Aguiar”, foi convertido nas Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA), para cumprir função de combater assaltos a bancos pela guerrilha. Era constituído por várias equipes motorizadas – “camburões” modelo Veraneio, da marca Chevrolet – de quatro homens com armamento pesado. Com a derrota da guerrilha, ainda no início dos anos 70, as Tropas de Choque foram mantidas no policiamento e na repressão ao crime comum. A ROTA sempre foi respeitada.
Acredito que o temor à ROTA era muito maior, naquela época, talvez pelo fato de que os policiais tinham mais autonomia para trabalhar, na repressão ao crime. Tal disposição pode ter sido arrefecida pelos cada vez mais frequentes questionamentos das ações policiais e pelo aumento da criminalidade, progressivamente mais audaciosa, violenta e articulada.
Ações policiais como a da última quinta-feira têm forte efeito pedagógico e intimidador, junto à bandidagem, pois, além da demonstração de força, aparelhamento, contingente e inteligência operacional, teve como alvo “peixe grande”, muito provavelmente, fato que agrega grande credibilidade e apoio por parte da população.
Evidentemente, enquanto os apoiadores e curiosos passaram a encaminhar, freneticamente, vídeos da operação, outros indivíduos, por certo, ficaram com os nervos à flor da pele, sendo possível até evasões de residências e comércios, até a chegada de informações tranquilizadoras: “ufa, não foi desta vez!”.
Precisamos apoiar e valorizar nossas polícias! Segundo antigo ditado policial, “na hora do perigo, o cidadão clama por Deus e chama a polícia; passado o perigo, esquece de Deus e execra a polícia”.
Em breve saberemos detalhes sobre a operação; por enquanto, vamos parabenizar o trabalho da equipe da PRF.