Se o que vale é a vitória, então o Bragantino cumpriu a sua missão na noite desta quinta-feira, ao derrotar o Mirassol por 3 x 2 em partida válida pela primeira fase da Copa do Brasil. Com restrições para jogos de futebol no Estado de São Paulo, o jogo foi disputado no estádio Kleber Andrade, em Cariacica, Espírito Santo.
Foi um jogo distinto. Na etapa inicial foi uma disputa bem equilibrada, mesmo o Bragantino tendo adotado uma postura errada, com Raul longe do meio-campo e muito próximo da zaga. Pelo lado esquerdo, Luan Cândido se comportou mais como atacante do que lateral. Mesmo com dificuldades na armação de jogadas, foi o Massa Bruta quem saiu na frente, em jogada de Artur, pela direita: deu um corte no marcador e bateu no canto de Alex Muralha, que ainda chegou a bater na bola, mas não conseguiu impedi-la de ‘morrer’ nas redes.
O Mirassol não demorou muito a empatar. Aos 21’, em cobrança de escanteio, Fabrício Bruno errou o tempo de bola e permitiu que Reniê cabeceasse para empatar, sem chance de defesa para Júlio César. O futebol aéreo foi um terror para a zaga bragantina.
Depois do empate o Bragantino teve mais duas chances de passar à frente no marcador, ambas com Artur. Na primeira, aos 29’, em jogada idêntica ao primeiro gol, ignorou Ytalo em melhores condições e bateu de pé direito, bisonhamente, como já tinha feito contra o Santo André. Na outra, aos 36’, passou pelo marcador e cruzou para a entrada da área, encontrando Claudinho, que chutou nas nuvens.
O Mirassol não desperdiçou a chance que criou aos 41’, em linda jogada do lateral Moraes, que passou como quis pela defensiva para bater com categoria e colocar o Leão em vantagem.
Segundo tempo – O Bragantino conseguiu logo a 1’ chegar ao empate. Aderlan, em cobrança de falta pela direita, colocou a bola na cabeça de Ytalo, que desviou para as redes. E a partir daí o que se viu foi uma verdadeira ‘pelada’, um futebol muito ruim, de ambos os lados, com muitos erros de passe, criatividade zero, excessivo número de faltas e um festival de chutões para todos os lados.
E o reflexo desse futebol medíocre foi que a primeira jogada de perigo só aconteceu aos 35’, com Rafinha entrando pela esquerda da zaga do Braga e chutando rente à trave. E aos 46’, logo que acabou de entrar, Cuello arriscou um chute de fora da área, pela esquerda, que desviou em Neto Moura e entrou no ângulo esquerdo de Muralha. E fim de jogo!
ATUAÇÕES
Júlio César: Sem culpa nos gols e assustado com o fraco desempenho da zaga.
Aderlan: No primeiro tempo se limitou a defender. Na etapa final avançou mais e deu a assistência para o gol de Ytalo.
Fabrício Bruno: Errou o tempo de bola no primeiro gol do Mirassol, abusou dos chutões e comprometeu o trabalho dos companheiros.
Léo Ortiz: Sua pior partida. No começo até que se saiu bem cobrindo as descidas de Luan Cândido. Depois entrou na onda dos chutões e levou um drible desmoralizante no segundo gol do Mirassol.
Luan Cândido: Um futebol horroroso. No primeiro tempo prejudicou todo o sistema defensivo, pois jogou como atacante. Na etapa final entrou no ‘bloco do chutão’ e foi extremamente faltoso.
Raul: No primeiro tempo jogou excessivamente recuado e em nada contribuiu na armação de jogadas. Depois caiu de ritmo junto com todos os demais.
Lucas Evangelista: Não conseguiu achar um espaço para jogar. Confuso e pouco acrescentou.
Claudinho: Uma atuação lamentável. Não jogou nada. Errou muitos passes, criação zero e pouco produtivo nos dois tempos de jogo.
Artur: Fez um excelente primeiro tempo, embora tenha desperdiçado duas boas oportunidades de ampliar o marcador. Cansou na etapa final.
Ytalo: No primeiro tempo foi mero espectador, diante da falta de criatividade dos companheiros. Pouco pegou na bola. Mérito ao voltar a compor o sistema defensivo. Na etapa final marcou logo no início e depois foi arrastado para o futebol medíocre que se seguiu.
Helinho: O melhor do time. Atacou e defendeu com eficiência, procurou as jogadas de linha de fundo, mas não poderia ter feito mais jogando sozinho.
Barbieri: Se preocupou mais com a arbitragem do que com o time. No segundo tempo, com um futebol fraquíssimo, demorou a promover as alterações e expôs o time a riscos desnecessários. Seu repertório para alterar a forma de jogar, sempre com as mesmas substituições, não rende o que se espera.
MIRASSOL 2 x 3 BRAGANTINO
Local: Estádio Kleber Andrade, Cariacica (ES)
Data: 18 de março de 2021 (quinta-feira, 20 horas)
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique – Assistentes: Helton Nunes e Daniel Luís Marques
Cartões amarelos: Neto Moura (Mirassol) e Ytalo, Helinho e Júlio César (Bragantino)
Gols: Reniê aos 21’ e Moraes aos 41’ (Mirassol) e Artur aos 14’, Ytalo aos 46’ e Cuello aos 91’ (Bragantino)
MIRASSOL: Alex Muralha, Daniel Borges (Vinícius), Danilo Boza, Reniê e Moraes; Luís Oyama (Daniel), Neto Moura e Cássio Gabriel (Rodolfo); Fabrício, Rafael Silva e Diego Gonçalves (Rafinha). Técnico: Eduardo Baptista.
BRAGANTINO: Júlio Cesar, Aderlan, Léo Ortiz, Fabrício Bruno e Luan Cândido; Raul, Lucas Evangelista (Jadsom Silva) e Claudinho (Vitinho); Artur, Ytalo (Hurtado) e Helinho (Cuello). Técnico: Maurício Barbieri.