Termos e expressões recentes, que modernizaram o linguajar do mundo da bola, são usados à exaustão para analisar o futebol desempenhado por determinado clube. No caso do Bragantino, não é diferente, e parte da mídia vem há vários meses usando ‘evolução’ para explicar o bom momento vivido pelo clube.
No início do Paulistão, quando Felipe Conceição assumiu o time e tratou logo de vestir a fantasia de inventor, o clube caiu de produção e nas tentativas de recuperar o bom futebol cometeu uma série de sandices, a principal delas deixar o melhor jogador no banco. Para começar a fazer testes em pleno andamento da competição, foi um pulo. Ainda assim o time terminou a primeira fase com a melhor campanha, muito pela incompetência dos adversários. Quando os grandes acordaram, o Bragantino acabou eliminado sem mesmo chegar às quartas-de-final.
No Brasileirão a mesma coisa. Conceição insistiu em fórmulas e poções mágicas e desmontou o time que havia sido campeão da série B com brilhantismo. A queda do treinador não tardou.
A chegada de Barbieri seguiu num primeiro momento a mesma receita e o time não engrenou. E como se deu a mudança?
Escrevi em meados de abril, que um dos erros era não manter em campo um conjunto pronto e que havia assimilado uma forma de jogar. Até isso ser compreendido, foram semanas de futebol ruim e o desespero para fugir da zona de rebaixamento.
Ter um time montado é uma das tarefas mais difíceis no futebol. E o Bragantino tinha e tem. Quando passou a utilizar a espinha dorsal de 2019, com reforços pontuais, os resultados apareceram.
Quem é o time que mais vezes esteve em campo? Aderlan, Léo Ortiz, Ligger e Edimar; Ricardo Ryller, Claudinho, Ytalo e em muitas oportunidades, Bruno Tubarão. Todos titulares e campeões em 2019. Quando o treinador decidiu manter essa base, com os novos contratados Raul e Lucas Evangelista (este se revezando com Ryller), o time deslanchou. Outros nomes também substituíram os titulares à altura, casos de Fabrício Bruno e Luan Cândido.
Prevaleceu a lógica, não a evolução. O modo de jogar do time, o esquema tático e o posicionamento de marcação alta vem desde o tempo de Antônio Carlos Zago. O Bragantino de 2019 é o mesmo de 2020, e demorou a engrenar pela insistência absurda de treinadores em querer inventar ‘a roda’.
O Bragantino tem um elenco com muitos nomes. A expectativa da diretoria é que muitos vinguem, pois, o investimento foi alto. Por enquanto, os quatro que citei acima produziram aquilo que deles se esperava.
Futebol é o mesmo desde que foi inventado. Termos e expressões moderninhas não mudaram isso.