A Associação Paulista de Supermercados (Apas) divulgou no final da semana passada, conforme pesquisa que realizou, que a comida preferida do brasileiro, arroz com feijão, teve aumento de 21,1% e 23,1%, respectivamente. Tomando-se por base, arroz, feijão, leite e óleo de soja, o aumento médio foi de 18,85%, percentual quatro vezes maior que o IGP-A (Índice Geral de Preços dos Alimentos) que foi de 5% no mesmo período.
A Apas também afirmou que a dupla arroz e feijão está perdendo espaço na mesa dos brasileiros, em parte pelo aumento das exportações e a diminuição das importações desses itens, mais caro pela valorização dólar frente ao real.
Por conta da pandemia, a Associação diz que tem reforçado aos supermercados que não aumentem as margens de lucro e que aos consumidores repassem apenas o aumento dos fornecedores. Também assinalou que os supermercadistas devem negociar com esses fornecedores e comprar somente a qualidade necessária para reposição.
A APAS também sugeriu que o consumidor troque o arroz pelo macarrão.
O pacote de arroz de 5 quilos em supermercados de Bragança, está entre R$ 22,95 a R$ 32,95, uma variação de R$ 2,00 no preço do quilo. O litro de óleo é encontrado por R$ 5,79 e quilo do feijão foi encontrado desde R$ 7,49 a R$ 8,19. Nas gôndolas dos supermercados há avisos que pedem aos consumidores que não comprem mais que o necessário para evitar a falta do produto e consequente alta de preços.
Promoções – Os consumidores devem aproveitar as promoções e ofertas dos supermercados e com isso fugir dos preços altos. A pesquisa da Apas revela que o leite apresentou queda em junho e julho do ano passado, mas tiveram alta bem maiores nos mesmos meses agora em 2020.
No primeiro quadrimestre do ano passado, o arroz teve queda no preço, que subiu em maio, junho e julho. Este ano ao aumento se verificou nos sete primeiros meses (janeiro a julho). Só em junho o reajuste foi de 6,02%.
O feijão teve forte alta nos três primeiros meses do ano passado, mas caiu em abril e maio. Em 2020, o preço do feijão recuou entre janeiro e fevereiro, com forte alta em abril (10,16%), e uma leve queda em julho (- 2,05%). E o óleo de soja apresentou cinco quedas de preço em 2019 nos meses de janeiro, fevereiro, abril, maio e julho, e leve alta em março e junho. Já este ano, o produto subiu de preço nos primeiros sete meses do ano (janeiro a julho).
SP vai apertar o cerco – O Procon-SP, em conjunto com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento, iniciará, na próxima semana, uma operação especial de monitoramento e combate à precificação excessiva e injustificada de produtos da cesta básica, especialmente do arroz. O Governador João Doria anunciou a medida ontem e destacou que abusos e especulações não serão tolerados. Ele deixou claro que a medida não tem relação com tabelamento, mas visa unicamente garantir os direitos dos consumidores.
As ações de fiscalização do Procon-SP serão iniciadas na próxima segunda-feira, 14, e ocorrerão em todo Estado. Aproximadamente 100 fiscais serão envolvidos na força-tarefa para conter os preços abusivos dos alimentos, especialmente do arroz. Os agentes de fiscalização contarão com apoio de funcionários da Secretaria de Agricultura. Na prática, o grupo observará custos, oferta, demanda e preços praticados na produção do campo e o valor praticado pelo varejo, de forma que abusos possam ser identificados. O Procon atuará para coibir os excessos que sejam eventualmente flagrados.