Paulo Alberti Filho
Ao assistir ao longo deste ano as sessões da Câmara pelas redes sociais, percebi que a presidente do Legislativo, a vereadora Gislene Cristiane Bueno (Gi Borboleta) tem tido tarefa extra à sua função de participar de debates e dirigir as sessões. Tarefa perfeitamente dispensável, não fosse a maioria dos vereadores indisciplinada na sua conduta de permanecer em plenário durante os trabalhos.
Não fosse também, a paciência de Jó da presidente, muitas das sessões não poderiam ser iniciadas, reiniciadas, ou teriam que ser interrompidas ou encerradas por falta de quórum. Acontece que a maioria dos vereadores não permanece em suas cadeiras, ausentando-se do plenário momentos que antecedem a votação de qualquer propositura e até quando um de seus pares ocupa a Tribuna para defender ou expor situações de interesse público.
Do total de 19 vereadores, é necessário que pelo menos um terço (7), esteja presente no plenário para que os trabalhos sejam iniciados ou reiniciados. E é justamente aí que entra uma tarefa extra da presidente, perfeitamente dispensável caso os vereadores fossem mais disciplinados com suas obrigações e não precisasse, a presidente, sair campeando pelo prédio da Câmara ou clamar pelos microfones, os veneráveis edis para tomar assento em suas cadeiras, e trabalhar.
É desgastante e até humilhante para a presidente, perante o público presente e nas redes sociais ao vivo, ter que fazer chamada de um por um quando se ausentam do plenário em pleno horário de trabalho.
Mas para onde vão esses edis nesses momentos?
Alguns vão para seus gabinetes; outros para cafezinho da Câmara papeando com assessores ou algum munícipe ou até mesmo só fofocando; outros se apegam ao celular e se afastam do plenário para tratar de seus interesses, sejam eles quais forem. E o pior, tem vereador que se ausenta do plenário durante a sessão e só volta no final para registrar a presença, para não perder o subsídio.
Enfim, nada justifica ausência no plenário em horário de trabalho, salvo casos de enfermidade ou urgência imprescindível a atendimento rápido. Mas, isso pode acontecer esporadicamente com um ou outro vereador, mas com 12, 13, 14 ,15 que se ausentam constantemente durante o trabalho, já é falta de respeito à Mesa Diretora, aos eleitores que os elegeram e ao próprio erário que paga seus salários.
Creio que, democraticamente, a presidente não seja forçada a tomar medidas disciplinares para que os veneráveis edis cumpram o mandato legislativo, pois estar e permanecer em plenário durante a sessão, além de honrar o mandato, é obrigação trabalhista.