Em Bragança ocorre cada coisa que até Deus duvida. Principalmente quando se trata do meio ambiente. Veja por exemplo esse caso que a GBNorte está expondo na capa desta edição.
A movimentação de terra numa área de mais de 20 mil metros quadrados vem acontecendo, no mínimo, há três anos. Nesse tempo, ninguém ou nenhuma autoridade do meio ambiente, se mexeu para certificar o que está ocorrendo. Os secretários municipais do Meio Ambiente que ocuparam a Pasta nesse tempo, não deram bola para o que, aparentemente, pode ser mais um crime ambiental. A Lei Geral do Licenciamento Ambiental (L 15190/2025) estabelece normas gerais para licenciamento de atividades que possam causar degradação ambiental, abrangendo a movimentação de terra. Uma delas é o devido licenciamento junto a prefeitura, Cetesb etc. Enfim, para realizar movimentação de terra legalmente, é fundamental obter as autorizações e licenças necessárias junto aos órgãos públicos competentes, seguindo as normas técnicas aplicáveis.
Durante três ou mais anos, essa movimentação gigante de terra não foi percebida pelas autoridades e – se foi – prevaricaram, deixando o suposto crime avançar. Outro fato intrigante é que a referida área não está cadastrada na Prefeitura. Provavelmente está no Incra, conforme informação da própria prefeitura. Mas, o fato de estar cadastrada no INCRA não muda nada, porque a localização da área está no perímetro urbano.
Como pode, durante todo esse tempo, a fiscalização da Prefeitura, do Meio Ambiente, do Ministério Público não ter conseguido localizar o proprietário ou proprietária da área em questão ou sequer tomar alguma medida que cessasse o crime?
Como pode ninguém saber a quem pertence os caminhões e máquinas que operaram e continuam operando no local na calada da noite?
No passado recente, antes da eleição de Edmir Chedid para prefeito, até caminhões da prefeitura e máquinas da Embralixo teriam sido vistos operando no local. Obviamente, essa informação será contestada, mas testemunha confirmou a GBNEWS sob sigilo de identidade, que isso ocorria.
Deve ter algum “espírito santo” com poder extraterrestre, até para se manter no anonimato e impedir que se aplique um flagrante em tão gigantesca obra.
Tem coisa muito estranha acontecendo nesse caso. Se é estranha, também deve ser grave, se tratando de coisa pública.
CEI NA HÍPICA
Para ilustrar o escândalo acima, incluo aqui depois de mais de uma década denunciando pela Gazeta Bragantina e GBNorte, a abertura de Comissão Especial de Inquérito pela Câmara Municipal, para investigar o aterro clandestino implantado há anos em área de proteção ambiental, no final da Avenida dos Imigrantes, já no bairro Hípica Jaguari.
Ali eram despejados entulhos de caçambas, de caminhões… enfim. Tudo a luz do dia e aos olhos de todos. Ninguém fez nada. Talvez agora, que nenhuma empresa esteja depositando material nessa área, até porque deve estar saturada, os vereadores acordaram, inclusive o autor do pedido da CEI que está na Câmara a vários mandatos.
Antes tarde do que nunca. Porém, espera-se que o final dessa CEI não termine em pizza como tantas outras. Sugiro ao mesmo autor dessa CEI, vereador Quique Brown, que proponha outra comissão, para investigar o caso dessa área do Campo Novo, que está envolta em mistérios. Quem sabe teremos surpresas desagradáveis a muita gente!
