Paulo Alberti Filho
A mitológica ave Fênix pode caber na medida certa para simbolizar ou definir os conteúdos dos discursos do prefeito Edmir Chedid e dos 20 decretos assinados no primeiro momento de sua administração iniciada dia 1º de Janeiro.
Perante o auditório lotado e uma sala com telão, do Centro Cultural Jesus Abi Chedid, boa parte por servidores e ex-servidores municipais, o prefeito mostrou como vai ser seu estilo de governo, dando ênfase para a austeridade das contas públicas, o rigor da lei nos contratos em vigor das licitações que serão revisados e reavaliados em 90 dias, prazo que também vale para a suspensão dos pagamentos em aberto para cada um deles. (O resumo dos decretos está publicado na página 5 desta edição).
Bragança sofre ao longo dos anos com os diferentes estilos e personalidades dos prefeitos, passando pelos mais passivos e inoperantes eleitos por pura vaidade da nobreza imperial ou com o apoio do melhor que sai, ao pior que entra; pelos mais rocambolesco preocupado com o saldo dos cofres e sem noção de administração da cidade; pelos folclóricos que encarnaram Pinóchio, Kid Vigarista, Sargento Garcia (do Zorro), Anão de Jardim, enfim. Esses personagens contribuíram muito para a erosão de todos os setores da administração pública. Por outro lado, apenas três prefeitos deixaram legados administrativos, de obras, melhorias nas áreas de saneamento, educação e saúde e economia rural, industrial e turística.
Hafiz Abi Chedid, governou com seu vice Baúna de 1969 a 1972, e um de seus maiores legados foi a pavimentação da cidade, estação de tratamento de agua da Santa Lucia que até hoje serve o município; trouxe as primeiras habitações populares, o CEMABA, etc. Como diziam naquele tempo, Hafiz e Baúna governaram e realizaram em 4 anos como se fossem em 40 anos de governo; depois veio José de Lima em 1973, que governou por três mandatos em 14 anos alternados e deixou o legado da industrialização ,da expansão universitária da USF, da expansão de ruas e grandes avenidas, casas populares e expansão imobiliária, etc. Continuando o ciclo dos melhores prefeitos da história da cidade, vem Jesus Chedid, que governou por 14 anos e três meses, em cinco mandatos alternados, falecido no 18º mês do último mandato (2021/24). O seu legado é gigante e vai desde o saneamento dos mananciais, ribeirões, passando pelo social, segurança, saúde, educação, lazer, esportes, enfim Bragança evoluiu em todos os setores. Grande parte desse legado está exposto no seu memorial na Morada das Pedras. Jesus poderia ter feito muito mais não fosse a desgraça que herdou de seus antecessores imediatos que exigiu muito tempo e dinheiro, grande parte conseguidos pelo deputado Edmir Chedid, para começar a recuperar a cidade. O que Hafiz, José de Lima e Jesus construíram em 22 anos, Nicola, Jango e Fernão Dias causaram em 15 anos de mandatos somados, uma erosão física e financeira da cidade que até hoje não está totalmente recuperada.
Esse breve histórico dos últimos 57 anos, dá uma ideia dos desafios que o prefeito Edmir Chedid está tendo à sua frente para concluir a recuperação e organizar os avanços necessários ao futuro, iniciados por Jesus Chedid e interrompidos por maus administradores.
O tom de sua fala é de preocupação em agilizar os procedimentos e estudos necessários para reorganizar a administração, implantar novo conceito de relacionamento entre servidores e a população, entre o município e as empresas prestadoras de serviços, priorizando sempre o zelo pelo erário e o interesse público das ações.
Neste momento, como soe acontece com a mitológica ave, é hora de queimar as penas e, das cinzas, renascer uma nova prefeitura, uma nova administração e uma nova Bragança, como uma Fênix.
Este é o grande desafio do prefeito Edmir Chedid, da vice Gi Borboleta, da sua equipe de trabalho e da Câmara Municipal.
A Gazeta Bragantina e a GB Norte estão alinhadas e acompanhará os fatos, incluindo a Câmara de vereadores que tem papel fundamental para os objetivos que administração Municipal pretende alcançar