A linguiça de Bragança Paulista, que tornou o município conhecido nacionalmente, em razão da sua qualidade, poderá se tornar Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de São Paulo. A proposta consta no Projeto de Lei 417/2019, de autoria do deputado Edmir Chedid (União), pronto para a Ordem do Dia – votação final em Plenário – na Assembleia Legislativa (Alesp).
De acordo com o parlamentar, a linguiça bragantina tem sido uma das responsáveis por contribuir diretamente com o desenvolvimento econômico do município. Em seu argumento, afirmou que esse embutido tem gerado muitos empregos a partir de sua produção e comercialização. “Além disso, tem atraído turistas a Bragança Paulista, movimentando hotéis e restaurantes”, disse.
O Projeto de Lei, que recebeu parecer favorável das comissões permanentes de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) e de Educação e Cultura (CEC) da Assembleia Legislativa, tem por objetivo declarar a linguiça bragantina como patrimônio imaterial do Estado de São Paulo e assegurar sua preservação como patrimônio cultural. “A matéria será votada ainda neste ano”, acrescentou.
O incentivo às atividades culturais, a manutenção dos patrimônios históricos e a defesa das tradições populares também estão entre as prioridades do trabalho realizado pelo deputado Edmir Chedid na Assembleia Legislativa. “Uma atividade que valoriza principalmente aqueles que vivem no interior e que precisam de apoio para defender sua cultura, história e tradição”, destacou.
História – A comercialização de uma linguiça caseira, elaborada a partir do pernil do porco, pode ter sido responsável pelo que se tornou tradicional em Bragança Paulista. Segundo o historiador José Roberto Vasconcellos, uma italiana criou o embutido em 1911. Na época, Palmira Boldrini iniciou a comercialização do produto no município com o nome de “Linguiça da Dona Palmira de Bragança”.
Nas décadas de 1920 e 1930 muitas pessoas passaram a levar o produto para outros municípios sob encomenda ou como presente para amigos ou familiares. “Desta forma, a fama da linguiça cresceu. Na época, Bragança Paulista seguiu o mesmo ritmo na criação de suínos no Estado. Vendedores percorriam a região bragantina para comprar e revender a famosa linguiça”, concluiu.