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Home Caio Sales

A História do Lobisomem (Parte 1 de 6): O Mito Universal

por Redação GB
novembro 15, 2025
no Caio Sales
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O caso zero do lobisomem, que reverbera em nossa cultura, tem início na Grécia Antiga, quando Licaão, rei da Arcádia, após sucessivas atrocidades que lhe renderam fama de carniceiro, recebeu a visita de Zeus, soberano do Monte Olimpo, que desejava ver de perto o que acontecia no reino. Os súditos logo desconfiaram da presença, mas Licaão ignorou os pedidos de prudência e, em uma terrível quebra de hospitalidade, não ofereceu à divindade um banquete digno, mas, sim, carne humana.

Diante da audácia do rei sádico, Zeus se revelou em fúria e trovoadas. Os ossos de Licaão se distenderam, e sua carne se retorceu em uma transformação dolorosa. Ali, o homem ergueu-se em uivos, transformado em um lobo amaldiçoado, cuja história jamais apagaria as consequências de sua insolência, transmitidas a seus copiosos descendentes, espalhando a condição maldita que seria batizada pelos antigos de licantropia, conforme documentado em manuscritos empoeirados.

É difícil afirmar que essa tenha sido a origem primordial, sobretudo se considerarmos o conceito de inconsciente coletivo, trazido eras depois pelo psiquiatra suíço Carl Jung. No entanto, é bastante provável que a história e a sina de Licaão tenham sido as responsáveis por espalhar o mito pela Europa, com outros homens sendo descritos como capazes de se metamorfosear em feras. O historiador grego Heródoto, assim como o geógrafo romano Pomponius Mela, partilhavam dessa crença na Antiguidade, relatando sob um olhar estrangeiro que os Neuros, povo da Cítia, região que corresponde, em parte, à atual Romênia e Bulgária, eram vistos como capazes de se transformar em lobos em determinados dias do ano, retornando depois à forma humana.

É sabido que os romanos adaptaram e incorporaram o panteão grego, baseando-se inclusive em seus estilos arquitetônicos e filosofias. No cenário da Roma Antiga, temos o conceito de Versipélio, que corresponde, de certa forma, à denominação de Licantropo, com o importante diferencial de ser utilizado para designar qualquer transformação de homem em animal, sem restringir-se aos lobos. Sabe-se também que os romanos marcharam por terras distantes e, em cada fronteira conquistada, suas crenças igualmente se difundiam em algum nível.

Dentre os povos eslavos, que se espalharam pelo leste europeu, também há um nome que vagueia por séculos de tradição. Nas páginas de “Supernatural Beings from Slovenian Myth and Folktales” (2012), a erudita Monika Kropej, Ph.D., pesquisadora dedicada ao estudo do folclore e das crenças tradicionais da Eslovênia, registrou o horror ancestral dos Volkodlak. Suas metamorfoses apresentam diferentes e insondáveis formas de manifestação: forças sobrenaturais ligadas a espíritos pós-morte; feitiços lançados por uma mãe diante de uma terrível violação do filho; forma de nascimento ou mesmo a transformação periódica ou por livre vontade. Podem surgir como lobos completos, híbridos ou apenas com a parte superior do corpo em forma de fera.

As variações da aparência e da transformação são tantas que, no oeste da Eslovênia, por exemplo, acreditava-se que os Volkodlak eram pessoas com pele de lobo, que sugavam o sangue de adormecidos ou até mesmo de recém-falecidos. Essa crença aproxima as tradições eslavas de lobisomem ao conceito dos vampiros, pois, assim como estes, alimentavam-se do sangue e não da carne.

Em “The Witch: A History of Fear, from Ancient Times to the Present”, publicado originalmente em 2017, o historiador e pesquisador Ronald Hutton, autoridade nos estudos de crenças do paganismo antigo, nos conta que em uma parte dos Alpes ocidentais, especificamente no noroeste da Suíça, durante o alvorecer da Era Moderna – dos anos 1400 a 1700 – estabeleceu-se naquela região a crença de que as bruxas cavalgavam em lobos em incursões noturnas por tais paragens. Esse temor e associação entre bruxas e lobos, não necessariamente como corcéis bestiais, mas principalmente como metamorfos ou disfarces demoníacos, tornou-se um elemento que contribuiu para incutir elementos do cristianismo no mito do lobisomem durante a caça às bruxas na Europa.

Especialmente durante esse período, houve uma profusão de homens acusados de feitiçaria, condenados por se transformarem em lobisomens, sobretudo na França do século XVI. Alguns, inclusive, ditos confessos, eram queimados vivos sob a acusação de assumir a forma do Loup-garou – o licantropo francês – e supostamente devorar pessoas da comunidade, conforme registros parlamentares e de cronistas da época. Nesses casos, houve metamorfoses atribuídas à utilização de uma espécie de unguento especial, que era esfregado junto ao corpo.

Na próxima edição, irei me aprofundar em um dos casos da França, falando especialmente sobre a Besta de Gévaudan, para depois seguir às histórias de lobisomem na América do Sul!

 

Caio Ambrósio Sales é pesquisador, ilustrador e escritor, com atuação nos meios cultural e publicitário. É pós-graduado em Marketing e Inovação pela PUC-Campinas e também em Sociologia, História e Filosofia pela PUC-RS. Atualmente, é pós-graduando em Gestão Cultural e Indústria Criativa na PUC-Rio. Tem também qualificação internacional em Marketing e Comunicação pela Academies Australasia, em Sydney, na Austrália. É membro da Associação Brasileira dos Escritores de Romance Policial, Suspense e Terror (ABERST) e da Associação de Escritores de Bragança Paulista (ASES). @caiosales_art

 

Tags: bragança paulistaCaio Salescultura

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