Paulo Alberti Filho
A Energisa, Sul/Sudeste, responsável pela distribuição de energia elétrica e manutenção da rede, emitiu comunicado alertando a Prefeitura de Bragança e conclamando-a organizar os mecanismos de socorro para eventual tempestade ou temporal que pode ocorrer entre hoje e amanhã com fortes rajadas de vento de até 60 km/hora. A concessionária foi alertada pela ARSESP- Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo que foi alertada pela Defesa Civil do Estado. Muito bem!
Diante disso, a Energisa “solicitou”, lá de Presidente Prudente, via Comunicado à Prefeitura de Bragança “adotar providências necessárias para mobilização dos responsáveis pelo manejo da arborização na cidade para que estejam preparadas para situações emergenciais. Essa ação visa garantir a segurança da população e mitigar os impactos das ocorrências. Recomendamos o acompanhamento das atualizações meteorológicas e informar a população sobre riscos, além de avaliar e reforçar a segurança em áreas vulneráveis a alagamentos e deslizamentos de terra. Orientamos a verificação da disponibilidade de combustível nos geradores de energia das unidades de saúde de responsabilidade da administração municipal e a realização da manutenção de equipamentos por profissionais habilitados.” (SIC)
Na tarde de ontem, a Prefeitura distribuiu release, ignorando esse Comunicado da Energisa o qual, na melhor das hipóteses, se o histórico não fosse outro, poderia ser considerado excesso de zelo.
Entende-se que a Prefeitura e seus braços de segurança pública e de eventos climáticos estão permanentemente preparados para as eventualidades, como o Corpo de Bombeiros, SAMU, Defesa Civil estão prontos a socorrer e salvar vidas a qualquer tempo.
As “determinações” ou “solicitações” acima descritas sugerem que a Prefeitura é omissa ou despreparada para agir em caso de eventos climáticos e manutenção de equipamentos. É como se a Defesa Civil, as Secretarias Municipais e seus abnegados servidores não estivessem preparados para socorrer a população em casos emergenciais.
Isso é uma afronta à autonomia da Prefeitura, da Câmara Municipal, ao prefeito e vereadores, principais gerenciadores e fiscalizadores do Município.
Pelos fatos e experiências do passado sobre eventos climáticos que provocaram deslizamentos, alagamentos, derrubadas de árvores, de pontes e postes gigantescos, a Prefeitura e a Defesa Civil do Município não precisam ser tratadas por uma concessionária, com esse desprezo e desrespeito relacionados às suas obrigações institucionais que jamais foram negligenciadas, conforme meu testemunho de 50 anos de jornalismo nesta cidade e de 38 anos deste jornal. Como porta voz da GAZETA BRAGANTINA e cidadão, estou indignado com esse tratamento soberbo da Energisa, porque como todo bragantino que tem vergonha na cara, não aceita que a cidade tenha esse tratamento.
O prefeito Amauri Sodré, de índole conciliadora e até inocente neste final de mandato, quando as luzes tremulam e piscam anunciando o seu apagar, pode até considerar que o Comunicado da Energisa foi um alerta, embora muito desnecessário e afrontante.
Estaria a Energisa, com esse tipo de argumento, tentando se proteger de eventual calamidade que poderia ser provocada pelo suposto temporal, para não passar o que a concessionária Enel está passando na capital?
Mas se o prefeito fosse o saudoso Jesus Chedid ou até mesmo Edmir Chedid, prefeito eleito, que assumirá em janeiro, acredito que esse Comunicado da Energisa datado de 17 de outubro de 2024, não ficaria sem resposta. A concessionária seria colocada no seu devido lugar e o comunicado informal iria direto para a cesta seção.