“Todos os Estados bem governados e todos os príncipes inteligentes tiveram cuidado de não reduzir a nobreza ao desespero, nem o povo ao descontentamento.” (Maquiavel)
QUADRO INDEFINIDO
Faltando 78 dias para as eleições, o quadro de candidatos a prefeito parece que será definido no último minuto do prazo fatal, que é dia 5 de agosto. Isso porque o grupo liderado pelo União Brasil não define quem será o candidato a prefeito. O prof. Amauri Sodré que assumiu a prefeitura em 2022 após a morte do prefeito Jesus Chedid, em tese, seria o candidato natural do grupo, porém ele mesmo declarou que é um soldado do partido e está submisso à decisão da liderança.
Com essa declaração, o Prof. Amauri praticamente abriu mão de ser prioridade como candidato a prefeito e escancarou a janela de oportunidades para quem, desde que esteja bem na pesquisa de opinião, pertença ao grupo político, tenha capacidade de gestão pública, experiência na vida política, sonha ser prefeito, como Marquinho Chedid, e outros que porventura almejam governar Bragança, por exemplo.
Como é tradição no grupo Chedid, em período eleitoral a escolha de candidatos passa por um processo onde são indicados ou convidados cerca de 10 nomes que podem eventualmente disputar as vagas de prefeito e vice.
Cada eleição é única. Cada processo também. Neste ano, a situação do grupo Chedid é inusitada. Temos um prefeito que foi eleito como vice, cargo que na estrutura de governo de uma prefeitura não tem função de executivo. Portanto em todos os mandatos que o Prof. Amauri (sempre foi um legislador) foi vice, não exerceu, como agora tenta exercer, a função de executivo, de administrador, de gestor de uma empresa pública do tamanho da Prefeitura de Bragança.
Embora o prefeito Amauri tenha a confiabilidade do grupo e a lealdade confessa ao partido e à liderança do deputado Edmir Chedid, pode ser que ele não seja o escolhido em convenção.
Em, hipoteticamente, não sendo o Prof. Amauri o indicado pela convenção, e nem alguém da família Chedid, o quadro com algum dos nomes listados até agora, pode aumentar a possibilidade da candidatura de José Lima ser a vencedora.
Eu, particularmente, não creio que entre os nomes aventados (exceto o do Prof. Amauri e os da família Chedid) tenha alguém com potencial próprio de derrotar José de Lima, sem depender exclusivamente de um esforço hercúleo do partido e do prestígio do deputado Edmir Chedid durante toda a campanha.
PESQUISAS
Os partidos e os pré-candidatos estão fazendo pesquisas de opinião sistematicamente para sua própria orientação. Obviamente não divulgam pela imprensa por uma questão de estratégia. Talvez lá na frente, quando a situação estiver quase definida na boca da urna, alguém publique pesquisa de última hora para tentar confundir ou reverter um possível quadro negativo.
Não acho salutar omitir da população a tendência do eleitorado neste período de pré-campanha, ao contrário do que fazem os mesmos partidos nas capitais e em cidades com mais de 125 mil eleitores.
O que se sabe em termos de pesquisa em Bragança, é o que propala à boca- pequena a maioria originada de fontes suspeitas que não merece credibilidade.
FUNCIONALISMO
O funcionalismo público municipal sempre foi um pêndulo da discórdia em época eleitoral. Diz a lenda que funcionário de carreira e até comissionados acomodados pelo apadrinhamento político, não vota em prefeito que tenta reeleição, ou seja, não vota em patrão, até porque o sindicato da categoria interpreta a função de ser contra o patrão, o qual nem sempre atende as reivindicações pleiteadas, quase sempre por serem exageradas, inexequíveis ou ilegais.
E assim, cada posto de trabalho da estrutura da Prefeitura, acaba se transformando num balcão de cabo eleitoral, que age contra o prefeito, principalmente quando secretários ou imediatos dão de ombros ao chefe do Executivo e liberam seus subordinados para alardear descontentamento que não existe na prática. Há também aqueles funcionários que usam da autoridade, não para resolver situações em prol da população, mas para se comportar de forma inadequada à função e transferir sua incompetência para a imagem do prefeito. São essas situações que geram o descontentamento com a prefeitura, com o prefeito, e que acaba refletindo na popularidade e em falso julgamento do chefe do Executivo.
ENSINAMENTO
Como ensina Nicolau Maquiavel, na frase que abre a Coluna, para evitar reduzir o povo ao descontentamento, o governante tem que agir com justiça, reprimindo os maus servidores e traidores no tempo adequado com a força da lei.
No caso do prefeito Amauri, para os efeitos que poderiam ser esperados, esse tempo já se exauriu.
REFLEXÃO: SALMOS 41:1-13
1 Bem-aventurado é aquele que atende ao pobre; o SENHOR o livrará no dia do mal.
2 O Senhor o livrará, e o conservará em vida; será abençoado na terra, e tu não o entregarás à vontade de seus inimigos.
3 O Senhor o sustentará no leito da enfermidade; tu o restaurarás da sua cama de doença.
4 Dizia eu: Senhor, tem piedade de mim; sara a minha alma, porque pequei contra ti.
5 Os meus inimigos falam mal de mim, dizendo: Quando morrerá ele, e perecerá o seu nome?
6 E, se algum deles vem me ver, fala coisas vãs; no seu coração amontoa a maldade; saindo para fora, é disso que fala.
7 Todos os que me odeiam murmuram à uma contra mim; contra mim imaginam o mal, dizendo:
8 Uma doença má se lhe tem apegado; e agora que está deitado, não se levantará mais.
9 Até o meu próprio amigo íntimo, em quem eu tanto confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar.
10 Porém tu, Senhor, tem piedade de mim, e levanta-me, para que eu lhes dê o pago.
11 Por isto conheço eu que tu me favoreces: que o meu inimigo não triunfa de mim.
12 Quanto a mim, tu me sustentas na minha sinceridade, e me puseste diante da tua face para sempre.
13 Bendito seja o Senhor Deus de Israel de século em século. Amém e Amém.