Rogério Machado
Há um ditado popular que diz que “quem conta um conto aumenta um ponto”. Em outras palavras: quem conta uma história pode, e quase sempre o faz, aumentar um pouquinho os fatos. Isso também parece ser verdade em nossos relacionamentos. Pois, em nossos relacionamentos diários muitas vezes pensamos que não estamos fazendo nada de mais falando a respeito da vida das pessoas. Falamos do estilo de vida que levam, de como gastam seu dinheiro, da roupa que vestem, do carro que compraram, de como educam seus filhos, do modo de falar, da sua escolaridade ou falta dela, dos lugares que frequentam e amigos que tem, etc. Na verdade, o que estamos fazendo, na maioria das vezes, é fofoca. E, o que é pior, assim como quem conta um conto aumenta um ponto, acabamos aumentando um pouquinho as coisas e caluniando o nosso próximo.
A calúnia, segundo a Bíblia, é pecado e um péssimo costume que deve ser rejeitado. No Evangelho segundo Marcos, capítulo 7, versículos 20 a 22, há o registro das seguintes palavras de Jesus: “O que sai do homem, isso é o que contamina. Porque de dentro, do coração humano, é que procedem os maus desígnios… maldades… mentiras… inveja… calúnia“. Já o apóstolo Paulo diz a Timóteo em sua 2ª Carta, capítulo 3, versículos 1 a 5 “nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis, pois os homens serão egoístas… sem amor… caluniadores… inimigos do bem”.
A calúnia pode acabar com a reputação de um indivíduo. Ela marca espírito e alma. A calúnia é uma das piores armas que um ser humano pode usar contra outro. Conforme Heródoto, geógrafo e historiador grego que viveu entre 485 e 420 antes de Cristo, “A calúnia é sem dúvida, o pior dos flagelos, visto que faz dois culpados e uma vítima”. A calúnia “aleija”, “deforma” e até mata. Por isso a Bíblia nos exorta: “O seu falar seja sempre agradável” e “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas apenas a que for boa para edificação” – Cartas de Paulo aos Colossenses 4:6 e aos Efésios 4:29.
Pensando no último texto, lembrei-me de outro ditado “se não tem nada de bom para falar fique calado”.
Rogério Machado é jornalista e pastor da Igreja Batista Boas Novas – Cd Planejada 2. prrogeriomachado@yahoo.com.br