Rogério Machado
A cristandade comemora neste domingo a festa da Páscoa. Uma festa que aquece o comércio com a venda de ovos de chocolate e bombons, panetones, peixes e bebidas.
A palavra portuguesa páscoa é equivalente a hebraica pasach, que significa “passar por sobre”. A designação surgiu do fato do anjo da morte “passar por sobre” as casas assinaladas com o sangue do cordeiro pascal, quando o anjo matou os primogênitos dos egípcios, por volta do ano 1.445 a.C. O texto bíblico de Êxodo 12, mostra que os hebreus, escravos dos egípcios por 430 anos, deviam passar o sangue do cordeiro pascal em suas portas para obter livramento, coisa que os egípcios não fizeram. Essa foi a última das 10 pragas necessárias para convencer Faraó a permitir que Israel saísse do Egito.
A refeição, comida com ervas amargas e pão sem fermento, era aberta somente aos hebreus e prosélitos (convertidos ao judaísmo). A proibição ao fermento simbolizava a partida apressada do Egito, quando os procedimentos normais de panificação foram deixados de lado. O mês da Páscoa tornou-se o primeiro mês do ano judaico (Êxodo 12:2). Assim, a páscoa, celebrada anualmente pelos judeus, como um memorial, assumiu o sentido de livramento e o próprio êxodo (saída do povo) foi à concretização dessa libertação. Observe que, conforme Êxodo 12:8, a ceia da páscoa inclui a carne assada de um cordeiro, pães asmos e ervas amargas. Não há nenhuma referência a peixe, colombas, ovos de chocolate, coelho, etc.
Quando Jesus estava realizando o seu ministério, e próximo ao final dele, Ele participou com seus discípulos da “última páscoa”. Este era o momento que Jesus tanto ansiava. O Evangelho de Lucas registra Jesus dizendo “Desejei muito comer convosco esta páscoa, antes que padeça” – Lucas 22:15. Essa celebração se deu na noite que precedeu a Sua morte. Nessa noite Jesus e os seus discípulos comeram juntos a “última Páscoa”. O texto bíblico nos diz: “E, quando comiam, Jesus tomou o pão e abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lhes, dizendo: Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento (nova aliança), que é derramado por muitos, para remissão dos pecados.” – Evangelho de Mateus 26:26 a 28. Ao dizer isso Jesus institui a “Ceia do Senhor”, que traz à lembrança de Sua morte em favor do pecador.
A morte de Jesus Cristo, que ocorreu nesse período em que os judeus comemoravam a páscoa, é considerada um evento capital para os cristãos. Jesus é cha¬mado de “Cordeiro pascal” na Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios 5:7 e “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” no Evangelho de João 1:29. Assim, os escritores do Novo Testamento indicam que a morte de Cristo Jesus completou e cumpriu o ritual judaico, trazendo o resgate novo e universal, mostrando que o sacrifício que Cristo realizou pela culpa de nossos pecados dá livramento e liberta da condenação todo aquele que n’Ele crê e Sua ressurreição declara a vitória sobre a morte.
A Páscoa não fala de coelho, mas do Cordeiro de Deus. Não fala de ovos de choco¬late, mas do precioso sangue de Jesus Cristo vertido na cruz por causa do pecador. A Páscoa fala de liber-tação do cativeiro do pecado.
No Egito, quando da celebração da Páscoa, Deus abençoou aqueles que tinham a marca do sangue do cordeiro nos umbrais de suas portas. Hoje, Deus abençoa aqueles que têm a marca do sangue do “Cordeiro de Deus” em suas vidas. Esse sangue proporciona salvação, nova vida e garante vida eterna.
Para você que já tem consciência disso e abraçou a verdadeira fé cristã uma Feliz Páscoa! Para você que tomou consciência disso agora: Feliz Páscoa! E, para você que ainda não abraçou a crença em Cristo desejo que um dia possa comemorar a verdadeira Páscoa.
Rogério Machado é jornalista e pastor da Igreja Batista Boas Novas – Cd. Planejada II prrogeriomachado@yahoo.com.br