O eleitor brasileiro vai contar com um cardápio nada salutar na escolha do futuro presidente da República, nas eleições programadas para outubro de 2022. Nunca antes neste País (né, Lula!) tivemos uma renca como a que se anuncia desde já.
De um lado, o atual presidente Bolsonaro, que carrega consigo a teimosia, o destempero e uma plêiade de rebentos que dispensa inimigos. De outro, como principal opositor, o ex-presidente Lula, cuja folha corrida, sobejamente conhecida por toda a Nação, o Supremo Tribunal Federal tenta apagar a qualquer custo.
Há ainda Ciro Gomes, velho conhecido do eleitor, que além do destempero verbal, tem uma verborragia (uso excessivo de palavras e de muita fluência para dizer coisas de pouco ou nenhum sentido ou importância) inapropriada para os brasileiros.
Como neófito, nesse embate, o governador de São Paulo, João Dória Júnior, que em disputa contra o governador tucano do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, venceu as primeiras prévias que o PSDB realizou em sua história. Não se pode esconder que Dória é, de longe, pelo menos nos números que se apresentaram até o momento, o mais rejeitado dessa tropa. As prévias, é bom que se diga, rachou a tucanada.
Mais recentemente foi lançado o nome do ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro, figura que se tornou nacional e mundialmente conhecida pela caça e encarceramento de empresários corruptos e políticos que ‘quebraram’ a Petrobras. E até junho do ano que vem, quando se iniciam as convenções para escolha dos candidatos, outros tantos nomes vão surgir, todos ávidos pela boquinha propiciada pelo dinheiro público.
Esse cardápio, com as sugestões do que se pode ter para os próximos quatro anos é bastante insípido, ‘mais do mesmo’ e com muitos ingredientes nada sadios, que em outras oportunidades impôs severa indigestão à maioria dos brasileiros, incautos ou não.
Essa alternativa de Sérgio Moro ainda é muito incipiente. Pode crescer ao longo dos meses, mas sabe que vai enfrentar aves de rapina. Um é o atual presidente, que tem a chave do cofre; o outro, que já esteve lá, conhece o ‘caminho das pedras’ e, como ninguém, o cofre.
Seja como for, é apropriado lembrar a frase do escritor português José Saramago, que teria sido dita aos portugueses, mas que adaptada ao nosso País cai como uma luva: “No Brasil não tem partidos de direita, de esquerda, de nada, tem um bando de salafrários que se reúnem para locupletar juntos”.