A Polícia Civil da cidade de Monte Mor, região metropolitana de Campinas, deflagrou no final da noite de terça-feira (30) e início da madrugada de quarta-feira (1º), ação contra o crime organizado e estourou uma casa onde ocorria um julgamento do Tribunal do Crime. O “réu” era um rapaz de 32 anos residente, no Parque Brasil, em Bragança Paulista. Ao todo foram presos quatro homens de Bragança Paulista e um de Campinas, que são os acusados de estarem realizando o julgamento e esperando a ordem de execução da vítima. Duas mulheres também estavam na casa, uma delas ex-companheira do “réu”.
Segundo apurado pela reportagem da GB, a Polícia Civil de Monte Mor, sob o comando do delegado Dr. Fernando Bueno de Castro, realizou a ação após receber, durante investigação contra o crime organizado, informações de que naquele momento, um indivíduo estava em poder do Primeiro Comando da Capital – PCC, facção criminosa que age dentro e fora dos presídios, sendo submetido a um Tribunal do Crime. O delegado Dr. Fernando Castro e sua equipe correram contra o tempo e conseguiriam encontrar a residência na rua Leopoldo Paulo Stuani, Jardim Campos Dourados e com o apoio da Guarda Civil Municipal foi ao local.
Quando chegaram eles detiveram oito pessoas, cinco homens e duas mulheres, suspeitos de integraram a facção criminosa, além da vítima que estava sendo julgada. Os criminosos foram identificados como M. L. O. de 29 anos, I. A. G. M. de 24 anos, L. B. M. J., de 34 anos, todos residentes no bairro do Cruzeiro, T. J. S. de 32 anos, vulgo “Lacraia”, velho conhecido nos meios policiais por envolvimentos em roubos na cidade e residente no Parque dos Estados. Aliás, Lacraia foi preso pela Polícia Militar em 26 de fevereiro desse ano, logo após ter deixado a cadeia no 8 do mesmo mês. Ele foi reconhecido por vítimas de roubo ocorrido em uma lanchonete em caso que era investigado pela DIG. Além do quarteto bragantino, o dono da casa onde ocorria o julgamento foi identificado como J. F. S. S., vulgo Henrique ou Maloqueiro, de 28 anos, residente em Monte Mor. Segundo Boletim de Ocorrência, “Maloqueiro” é conhecido nos meios policiais por ser líder do tráfico de drogas na região.
Em revista pessoal os policiais encontraram com M, a quantia de R$ 100, com I. foram apreendidos dois celulares e R$ 86, com L. a polícia encontrou uma caixinha de “seda” utilizada para enrolar cigarros de maconha, um celular e R$ 152, com T. o “Lacraia” foram apreendidos R$ 230 e por fim, com “Maloqueiro” os policiais encontraram um telefone celular e R$ 132. Todo o dinheiro apreendido estava em notas picadas, típico do encontrado com traficantes de drogas.
Em vistoria no imóvel, os tiras ainda encontraram 32 porções de maconha, caderno contendo anotações do tráfico de drogas, embalagens e aparatos usados no preparo e embalo da droga. Também foram apreendidos dois veículos GCM/Vectra, ambos cinzas, sendo um no modelo hatch, com placas de Bragança Paulista, EAG6C13 e outro no modelo sedan, com placas de Campinas, DSN-0587.
Todos receberam voz de prisão e foram conduzidos a delegacia de Monte Mor. Durante as oitivas o delegado apurou que a vítima era ex-marido de uma das mulheres detidas, que ele já havia sido julgado e condenado à morte e que no momento em que os policiais chegaram eles estariam aguardando a ordem para executar o rapaz.
Foi apurado ainda que o rapaz, vítima do tribunal, teria abusado sexualmente da filha da ex-companheira. Segundo relatos das mulheres detidas, que são parentes, um Boletim de Ocorrência sobre esse fato foi lavrado na segunda-feira (15) de novembro. Elas ainda disseram que estavam em sua casa, no Padre Aldo Bolini, quando foram surpreendidas pelos homens presos. Os criminosos teriam dito que as duas deveriam acompanha-los, as obrigando entrar no Vectra e seguir para Monte Mor, juntamente com a vítima. Elas estavam na residência desde domingo (28). As mulheres ainda relataram que J., questionou sobre a veracidade das denúncias de abuso sexual cometido pela vítima e que se fosse mentira elas iram “responder por isso”.
Diante dos fatos apurados, o delegado Dr. Fernando Bueno de Castro autuou o quinteto por tráfico de drogas, associação criminosa e cárcere privado, os encaminhando à cadeia de Sumaré para serem apresentados em audiência de custódia. As mulheres foram ouvidas e liberadas. Os veículos foram apreendidos e encaminhados ao guincho.