Após a alta dos alimentos da cesta básica ser sentida na mesa do consumidor, o botijão de gás residencial (13 quilos) também disparou e com o novo reajuste (aplicado no final da semana passada) já custa R$ 100,00 em algumas revendas da cidade.
O aumento é reflexo dos reajustes feitos pela Petrobras às distribuidoras, que até certo tempo foram suportados pelas revendas, para não impactar no preço final ao consumidor. Porém, segundo alguns gerentes que conversaram com a reportagem da GB, não foi mais possível segurar os reajustes. De acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o botijão de 13 kg custava para o consumidor final em média R$ 85 em abril, último dado disponível. Em janeiro, o valor era de R$ 76,86.
Levantamento feito junto a 8 revendas mostram que a unidade do gás residencial é encontrada a até R$ 100,00 (preço máximo para entrega em domicílio) e R$ 82,00 (menor valor para retirada pelo consumidor).
O menor valor encontrado foi justamente para retirada do produto (R$ 82,00), enquanto o maior chega a R$ 95,00. O quadro fica pior se a entrega for feita no domicílio da pessoa: R$ 100,00 o maior valor e R$ 90,00 o menor. Em ambos os casos, diferenças de 15,8% e 11,1%, respectivamente.
Dados recentes do Ministério de Minas e Energia informam que o consumo de gás de cozinha aumentou 23% por causa da pandemia.
De acordo com o reajuste da Petrobras, o novo preço médio para o botijão 13 quilogramas passa a ser de R$ 44,20 nas refinarias.
Ao valor, porém, é adicionada a fatia da distribuição e revenda (35,6%) e impostos estaduais (ICMS), de cerca de 14%, depois de o governo ter zerado os impostos federais (PIS/Cofins) que representavam menos de 1% do preço na refinaria.
Inadimplência – Conforme análise do Serasa, com o agravamento da crise hídrica que encareceu a conta de luz do brasileiro e a alta do gás, muitos podem não conseguir honrar seus compromissos nos próximos meses. De acordo com o Serasa, a inadimplência em contas básicas, como energia, água e gás, representava 22,3% do total de débitos em maio, e a tendência é de crescimento com os sucessivos reajustes nos preços desses serviços. A gerente do Serasa, Nathalia Dirani, acredita que com o aumento no valor das contas de luz e gás, impactando no orçamento dos brasileiros o resultado deve ser o atraso nos pagamentos. Em dezembro, os calotes em serviços básicos bateram recorde –o percentual foi de 23,6%, maior valor de toda a série histórica iniciada em janeiro de 2018.