Investigadores da Delegacia de Investigações Gerais – DIG, sob o comando do delegado Dr. Elton Costa, deram mais um passo importante para esclarecer de vez o homicídio que vitimou Marcos Vinicius Martins, de 27 anos. Na terça-feira (8) a especializada prendeu o casal Luciana Gomes de Moraes, de 37 anos, vulgo “Pita” e Leonardo Pereira Garcia, de 25 anos, vulgo “Léo”. Eles são suspeitos de acionar a facção criminosa Primeiro Comando da Capital – PCC, para a o julgamento e execução de Marcos Vinicius. Eles estavam foragidos na cidade de Mongaguá, litoral sul de São Paulo, em uma casa a beira mar. “Essas pessoas eram peças chaves dessa investigação, pois foram as que fizeram contato com a organização criminosa, para que o Tribunal fosse realizado e assim a vítima fosse morta, então era crucial a importância da prisão deles”, esclareceu Dr. Elton Costa. O titular da especializada explicou ainda que foi feita uma grande investigação para descobrir o paradeiro do casal no litoral sul. O delegado Dr.Elton Costa, deve ouvir o casal nos próximos dias para esclarecer as circunstâncias do crime.
Uma semana antes da prisão do casal a especializada prendeu a esposa de Marcos Vinicius, Milena Vitória Garcia, de 21 anos, e Anderson Louis de Carvalho Paula, de 32 anos, vulgo Buiu, suspeito de participar do julgamento e execução da vítima. Outro envolvido no crime, Rafael Aparecido Preto, de 31 anos, vulgo irmão Rafa, foi preso pela Polícia Militar no dia 8 de maio por violência doméstica. A Central de Monitoramento da Prefeitura teve participação primordial para a identificação dos assassinos.
As investigações – Após o encontro do corpo no dia 21 de abril, os investigadores da especializada começaram os trabalhos para identificar a vítima do crime. Eles começaram a checar boletins de ocorrência de pessoas desaparecidas, cuja aparência coincidia com a do corpo encontrado. Durante os trabalhos eles chegaram ao B.O. de desaparecimento de Marcos Vinicius, registrado no dia 27 de março por um familiar. Diante dessa informação, o irmão de Marcos Vinicius foi até o Instituto Médico Legal (IML) e reconheceu o corpo através de uma tatuagem.
Logo após a identificação de Marcos, os investigadores começaram os trabalhos ouvindo familiares e amigos, descobrindo que ele havia sido visto pela última vez no dia 15 de março, entrando em um carro preto próximo à casa onde morava com Milena. Fato que intrigou os investigadores, uma vez que o Boletim de Ocorrência do desaparecimento foi registrado dia 27 de março, 12 dias após o desaparecimento. Durante as oitivas eles apuraram que Milena foi quem demorou a avisar a família do desaparecimento. Ela relatou aos policiais que havia tido uma briga com Marcos Vinicius e que ele saiu usando apenas a roupa do corpo. “A Milena diz que foi uma briga de casal e que que não via motivo para tomar alguma cautela. Agora é óbvio que passa a ser estranho porque a diferença de tempo é muito grande. Se fosse um dia ou dois, a pessoa está hospedada na casa de um conhecido, mas 12 dias sem passar qualquer tipo de informação, nem para a família nem para ela é estranho. Tanto que nos dá a entender que ela tinha conhecimentos do fato e se omitiu para tomar qualquer atitude porque ela sabia o que tinha acontecido de fato”, disse Dr. Elton Costa.
Em continuidade às averiguações, os investigadores da especializada descobriram que Milena é irmã de Léo. Ele é amásio de Pita, que tem várias passagens criminais por envolvimento no tráfico de drogas. Pita é a mãe da criança de 6 anos, que supostamente sofreu o abuso sexual de Marcos Vinicius. Porém, não existe nenhum registro oficial na polícia ou em qualquer outro órgão que comprove o abuso. Segundo investigadores, isso levou com que o casal acionasse o Primeiro Comando da Capital – PCC, facção criminosa que age dentro e fora dos presídios, para resolver o caso.
Com essas informações, os investigadores focaram os trabalhos e descobriram que no dia 15, Marcos Vinicius foi visto entrando em um carro preto. Com essa descoberta, os investigadores solicitaram a Central de Monitoramento da Prefeitura Municipal as imagens do dia, constatando que dois veículos, um HB20 preto e uma SpaceFox preta, estavam transitando pela região onde o corpo foi encontrado.
A partir daí os investigadores focaram a investigação nos veículos, descobrindo que Anderson “Buiu”, tinha um SpaceFox preto, e que Léo, tem um HB20 preto. “Anderson participou do arrebatamento e condução do preso até o local onde foi feito esse julgamento, nós temos imagens de câmeras de segurança do sistema de monitoramento da cidade que mostram isso. A vinculação dele com o homicídio é mais direta”, finalizou Dr. Elton.
Segundo apurado, Léo, ainda tentou esconder que tinha o veículo, porém os policiais, com as placas obtidas pela Central de Monitoramento, acionaram o proprietário e descobriram que ele é marido da avó do rapaz, que apenas financiou o carro em seu nome, mas que quem usa o veículo é ele. Ambos carros foram gravados pela Central de Monitoramento que foi crucial para a identificação dos autores.
Durante as investigações os policiais ainda descobriram que Rafael Aparecido Preto, de 31 anos, vulgo irmão Rafa, e um outro rapaz que se encontra foragido, são DIG presuspeitos de serem os responsáveis por julgar e executar o crime. Rafael foi preso no dia 8 de maio, por lesão corporal dolosa, ameaça e descumprimento de medida protetiva de urgência – violência doméstica. Ele manteve a ex-companheira como refém por toda a madrugada e a feriu. A vítima, que apresentava corte no pescoço, foi abordada por Rafael junto de sua filha de 15 anos na porta de sua loja e após deixar a jovem em casa, o agressor obrigou a vítima sob grave ameaça a ir com ele a um motel. A PM foi informada pela filha da vítima que recebeu uma mensagem da mãe relatando os fatos e o prendeu.
Agora os tiras da especializada procuram outro rapaz suspeito de julgar e executar Marcos Vinicius.
Encontro do corpo – O corpo foi encontrado na quarta-feira (21), pelo dono da propriedade. Na época, um vizinho alertou o proprietário do terreno sobre uma cerca estourada. Por volta das 18h, preocupado com a fuga de seu gado, o homem foi verificar e constatou o dano na cerca. Ele passou pela cerca cortada e alguns metros à frente notou uma trilha “nova” e resolveu segui-la para ver onde daria. Em certo ponto, no meio da plantação de eucalipto, ele percebeu que a terra estava fofa e mexeu um pouco nela, visualizando uma corda. Ao puxar a corda ele viu as mãos das vítimas amarradas. Assustado ele acionou a PM que compareceu ao local e preservou a cena para que o perito Pedro e o fotografo Murilo realizassem o trabalho policial cientifico. Por conta das condições climáticas do local, o corpo corificou, condição que preserva características importantes do corpo e ajuda pericialmente para análise de identificação do indivíduo, bem como de suas lesões e da causa mortis.