Com certeza a 22ª apresentação do Bragantino no Brasileirão, nesta sexta-feira (20), foi a melhor. O time se mostrou coeso, equilibrado defensiva e ofensivamente e com um meio-campo criativo. Esses ingredientes, mais a vontade dos jogadores em mostrar um bom futebol, fizeram o Bahia pagar por todos os seus pecados. O Massa Bruta atropelou o tricolor da boa terra ao aplicar uma goleada de 4 x 0, que poderia ter sido ainda maior, não fosse o goleiro Douglas em outras duas oportunidades.
Desde o apito do árbitro o Bragantino foi ao ataque e logo percebeu que os dois ‘vovôs’ escalados por Mano Menezes, Elias e Rodriguinho, eram lentos tanto na marcação quanto na transição entre defesa e ataque. E apertou justamente esses dois, que não resistiram às jornadas iluminadas de Claudinho e Lucas Evangelista.
Nos primeiros 20 minutos os comandados de Maurício Barbieri concentraram as jogadas ofensivas pelo setor esquerdo, que deu resultado logo a 3 minutos. Luan Cândido recebeu de Claudinho e cruzou rasteiro para a área. Mal rebatida pela zaga, a bola acabou com Aderlan (isso mesmo, o lateral), que ajeitou para Claudinho bater com categoria no canto direito.
Não contente, o time continuou sufocando os baianos e aos 10′ novamente com Claudinho, ampliou. Após cobrança de falta de Luan Cândido, a bola bateu na trave e o artilheiro apareceu para ampliar, em chute de novo no canto direito da meta baiana.
Completamente atordoado, o time de Mano Menezes não conseguia articular jogadas e ficou preso dentre de seu próprio campo, até que Ytalo marcou o terceiro gol, em rápida jogada que começou com Raul. O volante invadiu a área e percebeu a melhor colocação do atacante e tocou para ele só empurrar para as redes.
Segundo tempo – Ainda atordoado por um Bragantino inspirado, o Bahia achou que poderia mudar esse quadro na etapa final. Ledo engano. Logo aos 5′, novamente em jogada rápida entre o mei-campo e o ataque, Ytalo recebeu pela direita e percebeu Helinho, entrando pela esquerda, e tocou para que o jovem marcasse seu primeiro gol com a camisa do Bragantino. E estava consumada a goleada: 4 x 0.
A partir daí o Braga cadenciou o jogo, tocou mais a bola, diminuiu a intensidade e ainda assim teve mais duas ou três chances de marcar. O Bahia, como no primeiro tempo, continuou sem poder de reação.
Deve-se dar todo o mérito da apresentação ímpar ao Bragantino. Foi quem comandou as ações durante toda a partida, com um futebol vertical e saídas rápidas para o ataque, sem muito tic tac e mostrou um repertório que não havia sido colocado em prática. Mas também não se pode omitir que o Bahia fez sua pior apresentação. Time disperso, sem criatividade, lento e que não ofereceu nenhum perigo à retaguarda do Massa Bruta.
Vitória para aumentar ainda mais a confiança do time, que volta a campo no próximo dia 30, segunda-feira. Os bragantinos voltam ao Maracanã (onde empataram com o Flamengo), para enfrentar o Fluminense. E tem tudo para manter a escrita, em 2020, de não perder para os cariocas. Foram duas vitórias (Fluminense e Botafogo) e dois empates (Vasco e Flamengo).
ATUAÇÕES
Cleiton: Mero expectador. Não foi exigido em nenhum momento do jogo.
Aderlan: Excelente partida. Bem na marcação e cirúrgico quando atacou. Deu a assistência para o primeiro gol de Claudinho.
Fabrício Bruno: Substituiu o titularíssimo Léo Ortiz. Fez o feijão com arroz, mas também não se viu incomodado com o ataque adversário.
Ligger: Talvez a sua melhor fase na equipe. Seguro na marcação, preciso nas coberturas e ainda apareceu bem em duas ou três jogadas no ataque.
Luan Cândido: Se repetir a atuação nos próximos jogos, será o titular da posição. Defendeu e atacou com a mesma eficiência e participou dos dois gols de Claudinho.
Raul: Incansável tanto defensiva quanto ofensivamente. Ajudou na articulação de meio-campo e foi um garçom perceptivo no gol de Ytalo.
Lucas Evangelista: Seu futebol impressiona. Parece ter encontrado o espaço ofensivo em que melhor se sai bem. Ao lado de Claudinho, infernizaram a defensiva tricolor, que o ‘caçou’ durante os 90 minutos.
Claudinho: Repetitivo falar do seu futebol. É brilhante, talentoso, abusado e… artilheiro.
Artur: Contratado como ‘estrela’ é, pelo menos até aqui, a peça mais fraca do time. Tanto que a maioria das jogadas foi pelo setor esquerdo. Teve duas chances de marcar e perdeu ambas: uma chutou grotescamente para fora e outra em cima do goleiro.
Ytalo: Outro que encontrou a melhor forma de jogar, ajudando na criação de jogadas e agudo quando nas conclusões dentro da área. Muito importante taticamente.
Helinho: Nos primeiros 20 minutos foi muito bem, depois caiu de produção e voltou novamente ao ritmo no início da etapa final. Marcou seu primeiro gol em sua segunda participação na equipe.
Os jogadores que entraram no decorrer da partida não mudaram o panorama do jogo e também não comprometeram.
Maurício Barbieri: Talvez tenha encontrado a melhor formação do time. Deixou de inventar e improvisar e nas últimas três partidas se mostrou mais comedido, o que passa confiança aos jogadores.
BRAGANTINO 4 x 0 BAHIA
Local: Estádio Nabi Abi Chedid, Bragança Paulista
Data: 20 de novembro de 2020 (sexta-feira, 20 horas)
Árbitro: Anderson Daronco (RS) – Assistentes: Rafael da Silva Alves e Michael Stanislau (RS)
Público e renda: portões fechados
Cartões amarelos: Artur e Helinho (Bragantino) e Lucas Fonseca, Anderson Martins e Gilberto (Bahia)
Gols: Claudinho aos 3′ e aos 10′, Ytalo aos 20′ e Helinho aos 50′ (Bragantino)
BRAGANTINO: Cleiton, Aderlan (Weverton), Fabrício Bruno, Ligger (Haydar) e Luan Cândido; Raul, Lucas Evangelista (Matheus Jesus) e Claudinho; Artur, Ytalo (Jan Hurtado) e Helinho (Eric Ramires). Técnico: Maurício Barbieri.
BAHIA: Douglas Friedrich, Nino Paraíba, Lucas Fonseca (Anderson Martins), Juninho e Juninho Capixaba; Elias (Edson), Gregore e Rodriguinho (Zeca); Fessin (Rossi), Gilberto e Elber (Marco Antônio). Técnico: Mano Menezes.