Os negócios na B3, a bolsa de valores brasileira, foram interrompidos às 10h30 nesta segunda-feira, 8, quando foi acionado o circuit breaker, após o Ibovespa cair 10,02%, aos 88.178,33 pontos. Os negócios foram retomados às 11h08.
O preço das ações está sendo afetado pela redução no preço do petróleo internacional, em meio a uma disputa entre Arábia Saudita e Rússia.
O circuit breaker é acionado em momentos de forte queda de preço dos papéis negociados na bolsa. O acionamento é feito em três estágios: quando o Ibovespa desvaloriza 10% em relação ao valor de fechamento do Ibovespa do dia anterior, a negociação é interrompida por 30 minutos; após reabertas as negociações, caso a variação do Ibovespa atinja oscilação negativa de 15% em relação ao valor de fechamento do dia anterior, a negociação é novamente interrompida por uma hora; e com as negociações reabertas, se o Ibovespa cair 20% em relação ao índice de fechamento do dia anterior, a B3 pode determinar a suspensão da negociação por um período a ser definido.
Petróleo e queda nas ações da Petrobrás – O preço das ações está sendo afetado, principalmente, pela queda no preço do petróleo internacional, em meio a uma disputa entre Arábia Saudita e Rússia. Os preços do petróleo chegaram a cair mais de 30% nesta segunda-feira, o maior recuo diário desde a Guerra do Golfo, em 1991, após a Arábia Saudita ter sinalizado que elevará a produção para ganhar participação no mercado. Os sauditas cortaram seus preços oficiais de venda.
As ações da Petrobras centralizavam as atenções, tendo já registrado forte recuo na sexta-feira, após a Rússia se recusar a aderir a cortes adicionais de oferta, propostos pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para estabilizar os mercados da commodity.
Os papéis da Petrobrás estavam em leilão de abertura, apontando quedas de mais de 20% cada. Após a abertura os papéis continuavam movimento e desabavam mais de 23%.
Governo federal – Em Brasília, o presidente em exercício, Hamilton Mourão, comentou a queda nos preços das ações da estatal e disse que o governo vai esperar o mercado se acalmar antes de tomar qualquer medida. “Com a questão do petróleo aí, as nossas principais ações que são da Petrobras devem estar tendo uma flutuação bem grande. Vamos aguardar. As bolsas do mundo todo caíram, todas tiverem uma queda significativa. Vamos aguardar esclarecer a situação para depois o governo ver que medida pode ser tomada.”
Já o Ministério de Minas e Energia disse, por meio de nota, que está acompanhando, com atenção, o preço do petróleo. O ministério informou que o Brasil já superou outros choques relacionados aos preços do produto, superando a situação sem “sobressaltos na economia” e que o governo vem se preparando para ter instrumentos adequados “que permitam uma menor variação nos preços de combustíveis sem interferência na liberdade de mercado, respeitando a livre negociação entre os agentes econômicos”
A nota diz ainda que o governo vem estudando mecanismos para evitar um excessivo sobe-e-desce nos preços do petróleo que possam vir a prejudicar a economia, mantendo a responsabilidade fiscal.
De acordo com o ministério, os Investimentos na cadeia de petróleo são altoes e de longo prazo. Variações de curto prazo, não justificariam assim, novas medidas do governo. “Apenas se o preço, de fato, estabelecer-se em novo patamar é que os investimentos poderão ser reavaliados. Portanto, o momento é de monitoramento”, diz a nota. *Com informações da Reuters e Agência Brasil