Um novo triunfo na noite desta quarta-feira (29), em Assunção, colocou o Bragantino como finalista da Copa Sul-Americana, um feito histórico para a agremiação. A vitória se deveu principalmente à atuação exuberante do goleiro Cleiton, cujas intervenções evitaram que o resultado final fosse outro. Nos primeiros 30 minutos defendeu dois gols praticamente certos e um pênalti em favor dos paraguaios.
Em 45 minutos o Massa Bruta deu apenas dois chutes a gol e viu um domínio amplo do Libertad, que a certa altura mantinha os jogadores bragantinos presos à sua metade do campo. Mas o gol logo aos 8’, em jogada característica de Cuello, foi importante para manter a equipe com ampla vantagem no placar agregado. O atacante cortou para dentro e bateu firme, contando ainda com a ajuda de Barboza, que desviou a trajetória da bola.
A partir daí foi um sufoco. Aos 14’, em cobrança de escanteio, Fabrício Bruno dá uma cotovelada em Óscar Cardozo e a arbitragem marca pênalti. Com tantos bons jogadores em campo, escolheram o zagueiro Viera para cobrar e viram atônitos a defesa de Cleiton. Oito minutos mais tarde, em lançamento às costas de Fabrício Bruno, Óscar Cardozo domina a bola e encobre Cleiton. Já sobre a linha do gol, o inspirado goleiro consegue dar um tapa na bola, evitando novamente o gol do Libertad. Que não desistia e voltou a exigir outra grande intervenção de Cleiton aos 40’. Edimar falha feio, Bogarín fica com a bola, avança e toca para Enciso que chuta da entrada da área. Mas lá estava o ‘paredão’ do Bragantino.
Segundo tempo – Logo aos 6’ o atacante Melgarejo consegue o gol de empate, depois de receber um lançamento de Hugo Martínez, tocando na saída de Cleiton. Parecia que o time paraguaio iria embalar a partir disso, principalmente aos 9’, quando Cleiton fez verdadeiro milagre. Novamente Melgarejo invade a área e cruza, Óscar Cardozo, na pequena área, desvia para o gol, mas Cleiton defende. A bola sobra para Enciso, que chuta, porém lá estava o goleiro para evitar o que seria a virada.
Dois minutos mais tarde Cuello voltou a ser acionado pela esquerda, por onde entrou livre de marcação depois de um passe cirúrgico de Artur, que mesmo marcado por três defensores conseguiu completar o passe. O argentino teve só o trabalho de bater novamente no canto esquerdo de Martín Silva.
O ritmo, até então intenso, caiu bastante e apenas a 9’ do final é que o Bragantino coroou de êxito seu triunfo, com a marcação do terceiro gol. Luan Cândido cruzou da intermediária, a bola percorreu toda a extensão da área e encontrou Artur, pela direita, que tocou sem chances e deu números finais ao marcador.
Ainda que tenha sofrido muito nos primeiros 45 minutos, e dependido da noite maiúscula do goleiro Cleiton, o Bragantino demonstrou maturidade para carimbar a vaga para a sua primeira decisão continental.
ATUAÇÕES
Cleiton: Foi o ‘cara’ do jogo. Cinco defesas (incluindo o pênalti) fundamentais para a vitória do time. Nota 9,0.
Aderlan: Teve dificuldades pelo seu setor, por onde atuou o melhor jogador adversário, Melgarejo. Nota 6,0.
Léo Ortiz: Seguro em suas ações e desta vez mais plantado na defesa. Nota 6,5.
Fabrício Bruno: Cometeu um pênalti infantil e tomou uma bola nas costas. Em ambas as jogadas foi salvo pelo goleiro Cleiton. Nota 5,0.
Edimar: Defensivamente foi ruim. Ofensivamente menos insinuante que em partidas anteriores. Nota 5,0.
Jadsom Silva: Encontrou dificuldades para conter o meio-campo paraguaio no primeiro tempo, mas depois conseguiu impor seu ritmo. Nota 6,5.
Eric Ramires: Bem melhor que no jogo de ida, desta vez foi mais participativo defensiva e ofensivamente. Quase deixa o seu. Nota 7,0.
Praxedes: De novo um futebol bem fraco, sem encontrar seu espaço e pouco participativo. Foi substituído aos 10’ da etapa final. Nota 4,5.
Artur: Sumido por completo no primeiro tempo, pois o time pouco criou, fez um segundo tempo de encher os olhos. Nota 7,5.
Ytalo: Na etapa inicial teve uma função tática à perfeição. Também se viu privado de jogar ofensivamente pela falta de criação do time. Nota 6,5.
Cuello: No primeiro tempo um gol e inúmeras coberturas defensivas pelas falhas de Edimar. Outro gol no segundo tempo. Precisa mais? Nota: 8,5.
Substituições: Helinho e Gabriel Novaes, nos 25 minutos que estiveram em campo foram participativos. Natan entrou para reforçar a defesa e dar chutões; Luan Cândido deu o passe para o terceiro gol e Lucas Evangelista, em pouco tempo, mostrou que merece a vaga de Praxedes no time titular.
Barbieri: Sofreu junto com o time no primeiro tempo e novamente foi bem nas substituições. Nota 6,5.
LIBERTAD 1 x 3 BRAGANTINO
Copa Sul-Americana – Semifinal Jogo 2
Local: Estádio Defensores del Chaco, Assunção (PAR)
Data: 29 de setembro de 2021 (quarta-feira, 19h15)
Árbitro: Nestor Pitana (ARG) – Assistens: Juan Belatti (ARG) e Cristian Navarro (ARG)
Público: 2.034 pagantes
Cartões amarelos: Diego Viera, Barboza e Bocanegra (Libertad)
Gols: Cuello aos 8’ e aos 56’ e Artur aos 82’ (Bragantino) e Melgarejo aos 51’ (Libertad)
LIBERTAD: Martín Silva; Mayada (Ivan Ramírez), Diego Viera, Barboza e Vangioni (Espinoza); Bocanegra, Hugo Martínez, Bogarín (Sebastián Ferreira), Enciso (Merlini) e Melgarejo; Óscar Cardozo (Marcelo Fernández). Técnico: Daniel Garnero.
BRAGANTINO: Cleiton; Aderlan, Fabrício Bruno, Léo Ortiz e Edimar (Luan Cândido); Jadsom Silva (Lucas Evangelista), Eric Ramires e Praxedes (Natan); Artur, Ytalo (Gabriel Novaes) e Cuello (Helinho). Técnico: Maurício Barbieri.