O Bragantino, como era de se esperar, mostrou um futebol previsível na derrota para o Fluminense na noite de quarta-feira (2). Sem Claudinho, servindo a seleção olímpica, o setor de criação simplesmente não existiu e com perigo chegou apenas duas vezes à meta do tricolor carioca: em linda jogada de Lucas Evangelista no primeiro tempo e em uma cabeçada de Alerrandro já no final da partida.
A ausência do principal jogador foi determinante para um futebol de pouca inspiração, uma defesa confusa em seu posicionamento e meio-campo e ataque improdutivos, embora na etapa inicial tenha encontrado um Fluminense também sem muita inspiração, mas que ainda assim chegou em três oportunidades: Aos 21’, pelo setor esquerdo, com Nenê cruzando para Fred, mas Léo Ortiz se antecipou e impediu a conclusão da jogada. Logo em seguida, aos 23’, de novo pela esquerda, Egídio toca para Nenê que invade a área e bate cruzado no canto esquerdo de Júlio César e a bola passa rente à trave. E aos 37’, com Yago Felipe, que chuta da entrada da área para difícil defesa de Júlio César, que manda a escanteio.
Um pouco antes, aos 33’, o Bragantino chegou com perigo pela direita. Artur tocou encobrindo Egídio, a bola chegou a Lucas Evangelista que deu o chamado ‘chapéu’ em Lucas Claro e bateu cruzado no canto direito de Marcos Felipe, mas a bola, caprichosamente, saiu tirando tinta da trave. E foi só o que fizeram os comandados de Maurício Barbieri.
Se a etapa inicial foi ruim, a segunda foi catastrófica. O Bragantino não conseguiu criar nenhuma jogada em profundidade e se limitou a marcar o Fluminense que, animado, o encurralou em sua defensiva. Em duas oportunidades, logo nos minutos iniciais, o Flu chegou com perigo: na primeira, Júlio César fez a intervenção em cabeçada de Fred e em outra Léo Ortiz apareceu para impedir a conclusão da jogada.
Mas aos 15 minutos, no entanto, os cariocas chegaram às redes: Yago Felipe, ainda no campo de defesa, em uma dividida com um jogador do Braga fica de posse da bola, inteligentemente toca para Fred que viu Biel entrando pela direita e tocou. Erro primário de Léo Ortiz e Fabrício Bruno deixaram Fred livre. Ambos foram para cima de Biel, que os tirou da jogada e tocou para o artilheiro concluir e abrir o marcador. Placar que fez justiça ao melhor time em campo.
E apenas 9 minutos separaram o primeiro do segundo gol. Aos 24’, já com amplo domínio, o tricolor ampliou, depois de linda triangulação à entrada da área que Yago Felipe tocou para Abel Hernandez bater na saída de Júlio César. Fabrício Bruno, no lance, nem deu combate a Yago e nem marcou Abel. Ficou fácil. E só dava Flu: aos 26’ quase o terceiro. Biel pela esquerda ganhou uma dividida, avançou e bateu no alto para excelente intervenção de Júlio César, que mandou a escanteio.
Aos 40’ a única jogada de perigo do Bragantino em todo o segundo tempo: Artur cobrou escanteio no primeiro pau e Alerrandro cabeceou para grande defesa do goleiro Marcos Felipe.
E fim de papo! O Fluminense fez uma grande exibição, cumpriu o dever de casa e vai para a partida de volta, em Bragança, na quarta-feira (9), com uma vantagem considerável.
ATUAÇÕES
Júlio César: Atuação impecável, evitou um placar mais elástico e sem culpa nos gols.
Aderlan: Ruim na defesa e inexistente no apoio ao ataque.
Léo Ortiz: Partida confusa ao lado do companheiro de zaga e falhou feio no gol de Fred.
Fabrício Bruno: Partida que certamente não irá esquecer: errou nos dois gols do adversário.
Edimar: Pelo seu setor, Biel fez a festa, principalmente nas jogadas que resultaram em gol.
Eric Ramires: Desta vez não funcionou nem na marcação, nem na armação de jogadas.
Cuello: Figura decorativa. Fraco.
Lucas Evangelista: O único jogador lúcido do time. Tentou criar e ajudar o ataque, inclusive com uma linda jogada que não resultou em gol, mas sozinho não conseguiu muito mais.
Artur: Alguns lampejos nos dois tempos, mas sem a criação de jogadas não teve muito o que fazer.
Ytalo: Esquecido no ataque, pois um meio-campo ineficiente não lhe permitiu uma boa jornada.
Helinho: No mesmo diapasão de Artur. Tentou ajudar defensivamente, mas pouco conseguiu.
Barbieri: Certamente sabia que sem Claudinho a situação seria difícil, como foi. Não conseguiu alterar a forma de jogar na segunda etapa e pagou caro por isso. Com um banco fraco, as alterações não surtiram efeito.
FLUMINENSE 2 x 0 BRAGANTINO
Copa do Brasil – Jogo de ida
Local: Estádio Mário Filho (Maracanã), Rio de Janeiro (RJ)
Data: 2 de junho de 2021 (quarta-feira, 21h30)
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (MG) – Assistentes: Felipe Alan Costa de Oliveira (MG) e Ricardo Junio de Souza (MG)
Cartões amarelos: Fred e Yago Felipe (Fluminense) e Aderlan (Bragantino)
Gols: Fred aos 60’ e Abel Hernández aos 69’ (Fluminense)
FLUMINENSE: Marcos Felipe; Samuel Xavier, Manoel, Luccas Claro e Egídio; Martinelli, Yago Felipe (Wellington) e Nenê (Paulo Henrique Ganso); Caio Paulista (Luiz Henrique), Fred (Abel Hernández) e Gabriel Teixeira (Kayky). Técnico: Roger Machado.
RED BULL BRAGANTINO: Júlio César; Aderlan, Léo Ortiz, Fabrício Bruno e Edimar (Luan Cândido); Eric Ramires (Jadsom Silva), Cuello (Alerrandro) e Lucas Evangelista; Artur, Ytalo (Pedrinho) e Helinho (Weverson). Técnico: Maurício Barbieri.
FOTOS: Ari Ferreira/RB Bragantino