Durante as férias, uma das atividades preferidas das crianças, e até de alguns adultos, é empinar pipa. A brincadeira surgiu cerca de 3 mil anos, muito provavelmente na China, quando a rede elétrica era inexistente. Hoje, é necessário ficar atento aos cabos de energia, que podem ser um perigo se não houver cuidado. Somente em 2019, a Energisa registrou 31 ocorrências do objeto nos fios de Bragança, que resultou em centenas de clientes sem energia na cidade.
Pior ainda foram os números de árvores e galhos que tocaram as redes de energia, que registraram 658 ocorrências de interrupções no fornecimento.
Segundo a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), as pipas foram a quinta maior causa de mortes relacionadas a energia elétrica no País entre 2009 e 2017, atrás de construção/manutenção predial, ligações clandestinas, instalação de antenas e poda de árvores. No período foram registrados 77 óbitos.
“Procure espaços como parques, praças e áreas abertas para brincar com segurança e sem risco da pipa ficar presa na rede elétrica. E caso ela enrosque na rede, jamais tente retirá-la. Não use canos, vergalhões ou bambus para alcançá-las ou desenrolá-las dos fios. É nesta hora que a criança ou jovem pode receber uma descarga elétrica que será fatal. E não é apenas na rede elétrica que mora o perigo. Quem quer brincar com segurança deve saber que não pode sair correndo pela rua, subir em árvore, muro ou laje para recuperar a pipa”, destaca Fernando Bombarda de Moraes, coordenador de Saúde e Segurança da Energisa Sul-Sudeste.
Outro fator negativo da brincadeira são os desligamentos de energia ocorridos em função dos restos de pipa que ficam presas nas redes ou que tocam nos fios. “Fazemos a limpeza rotineiramente nas redes, mas sempre encontramos restos de pipas presas às estruturas. Com a chuva, esses materiais molhados acabam causando curto-circuito ou vazamento de energia, ocasionado a interrupção da energia. E mais, dependendo da situação, o restabelecimento pode demorar e causar ainda mais transtorno, pois nossas equipes precisam analisar todo o sistema elétrico”, enfatiza Fernando.
Orientações – Dê preferência para as pipas sem rabiolas, pois na maioria dos casos é esta parte que se prende aos fios, causando acidentes; – Jamais utilize linha metálica, como fio de cobre de bobinas, para fazer sua pipa e não use “cerol” na linha, porque essa mistura de cola e caco de vidro fere e mata; – Não solte pipas em dias nublados e chuvosos, principalmente se houver relâmpagos. Tome cuidado com ruas e lugares movimentados, principalmente quando andar de costas para observar as pipas no céu. Ao correr atrás de pipas, não deixe de observar o trânsito, evitando atropelamentos; – Não suba em lajes e telhados para empinar pipas e também não suba em muros para recuperar uma pipa presa no galho da árvore; – Nunca suba no poste para tentar recuperar a pipa presa aos fios ou equipamentos da rede elétrica.