Recentes levantamentos realizados na Europa mostram que os países que inicialmente adoram medidas mais restritivas (isolamento social rígido) apresentam, agora, números mais elevados de internações e mortes, pela ação do Covid-19. Em sentido diametralmente oposto, os países mais afetados, no começo da pandemia, contabilizam menos óbitos e hospitalizações, no momento.
Rememorando, o Presidente da República Jair Messias Bolsonaro chegou a declarar, no início do ano, que estudos indicavam que a chamada imunização coletiva – imunidade de rebanho – era uma forma eficaz de reduzir o tempo de quarentena, debelar a doença e reduzir suas consequências. Na época, foi trucidado pela comunidade científica e por setores da esquerda.
Evidentemente, não estou a pregar a redução dos níveis de prevenção, mas a constatação divulgada por alguns veículos de comunicação social nitidamente contrários ao presidente, parece uma “mea culpa”.
Incrivelmente, estamos há mais de sete meses em quarentena, aqui no Brasil, e os cientistas ainda não descobriram a cura da doença, nem nos apresentaram a vacina, de modo que continuamos de joelhos, diante do inimigo invisível, que o Presidente dos Donald Trump (EUA) alcunhou de “Gripe Chinesa”. Destarte, devemos continuar tomando todos os cuidados necessários.
Por falar na Europa, no século 17, durante a pandemia da grande peste que dizimou quase um terço da população e também impôs o isolamento social, bares e restaurantes da Itália improvisaram uma forma de servir seus clientes, através de ventanas instaladas nas paredes externas dos estabelecimentos, espécie de portinholas, que denominaram “buchette del vino”. Taças de vinho, comidas e petiscos eram servidos, sem qualquer contato físico, como forma de prevenção. Curiosamente, mais de 150 “buchette” foram reabertas, neste ano, somente em Florença (Firenze), na Toscana e a população está retomando o antigo hábito de consumo. A informação foi noticiada pela “Associazione Culturale Buchette del Vino”, entidade dedicada à preservação da tradição das boquetas.
Aqui no Brasil também é de se admirar a grande capacidade de improvisação e adaptação de nosso povo, frente às dificuldades atuais, além da nobre solidariedade demonstrada.
Vamos sair desta situação, mais fortes, com novos pensamentos e hábitos, mas, principalmente, evoluídos, através de forte reafirmação de valores humanos.