Quando não é o conjunto que falha, como se viu nos últimos quatro jogos, erros individuais levam a o Bragantino a se manter longe das vitórias. Foi assim na noite desta quarta-feira (9), no Morumbi, diante do São Paulo. Duas cobranças de penalti desperdiçadas e uma falha imperdoável do goleiro Cleiton fizeram com que a vitória escapasse. Dois pontos que podem fazer falta mais adiante.
O Bragantino, à rigor, só jogou no segundo tempo. Na etapa inicial deu apenas um chute a gol, através de Ytalo, aos 6 minutos, que Volpi mandou para escanteio. E só. Claudinho errou muitos passes e o setor de meio-campo sem nenhuma criatividade, ingredientes que fizeram do time um mero espectador. O São Paulo teve maior posse de bola, agrediu mais, errou menos passes mas não foi eficiente na chamada ‘última bola’, ou seja, na hora de concluir. Já neste primeiro tempo o goleiro Cleiton mandou para fora todas as bolas que chutou para o setor ofensivo. Aos 27 minutos o tricolor chegou a marcar, em chute de Reinaldo, da entrada da área, que desviou em Brenner, em posição irregular. Chamado a intervir, o VAR, até de forma rápida, confirmou o impedimento.
Etapa final – Mérito a quem tem: o técnico Maurício Barbieri, na volta do intervalo, mudou a forma de jogar do time, sacou Matheus Jesus e colocou o estreante Raul, que ajudou na marcação, não deixando Ryller sozinho e se mostrou eficiente no ataque, onde fez várias incursões e, numa delas, acabou abrindo o marcador e assinalando o primeiro gol com a camisa do Braga.
O time ganhou muito em movimentação, explorou bem os dois lados de campo. O gol saiu logo aos 7 minutos, após lançamento de Claudinho para Artur, na direita, que invadiu a área e bateu para trás, encontrando Raul que bateu firme para as redes de Volpi. O time continuou com o controle das ações e aos 15 minutos, em cobrança de falta executada por Claudinho, a bola é desviada por Luciano, com o braço, que o VAR confirma ser penalidade. Três minutos depois o mesmo Claudinho cobra e chuta pra fora. As 23 minutos, em contra-ataque, Bruno Tubarão manda pela linha de fundo, mesmo com vantagem numérica do ataque sobre a defesa são-paulina.
Para ampliar o seu arsenal de bobagens, o goleiro Cleiton acabou facilitando as coisas para o São Paulo, aos 32 minutos. Léo lançou da defesa tricolor para a área do Bragantino e Cleiton saiu ‘caçando borboleta’, atrapalhou a ação dos zagueiros e facilitou para Helinho, que tocou para Luciano, livre, tocar para as redes.
Ainda assim o Bragantino não abdicou de atacar e em cobrança de falta, Artur mandou a bola contra o travessão de Volpi. Aos 45 minutos, uma nova chance de vitória: Aderlan foi derrubado dentro da área pelo zagueiro Léo e o árbitro assinalou pênalti. Depois de breve discussão entre Claudinho e Artur, este foi para a cobrança e… HOJE NÃO! A bola se chocou contra a trave direita e o Bragantino deixou escapar a vitória. O São Paulo ainda pressionou nos últimos cinco minutos de acréscimo, mas o resultado final foi mesmo 1 x 1
O time – Cleiton: Uma atuação para esquecer. Ou para levá-lo de volta à reserva? Segunda partida em que prejudica o time com falha grotesca. Errou todos os lançamentos ao sair jogando no primeiro tempo, um deles inclusive armou o contra-ataque do São Paulo; no gol de empate foi lamentável. Aderlan: Desta vez foi muito
superior ao desempenho que apresentou contra o Palmeiras. Muito bem defensiva e ofensivamente. Léo Ortiz: É craque! Cobre com eficiência as laterais, sai jogando com tranquilidade e avança quando a oportunidade se oferece. Léo Realpe: Sua melhor partida no campeonato. Salvou um gol certo logo nos minutos iniciais, que poderia ter mudado a história do jogo. Edimar: Desta vez teve dificuldades em marcar, mas foi presença positiva no apoio ao ataque. Ricardo Ryller: No mesmo ritmo de outras partidas, viu sua tarefa amenizada no segundo tempo com a entrada de Raul. Matheus Jesus: Nos primeiros quinze minutos voltou para marcar e criou uma ou duas chances para os atacantes. Depois sumiu. Tanto que não voltou para o segundo tempo. Claudinho: Um primeiro tempo horroroso. Errou todos os passes, sem noção de espaço e voltou melhor para o segundo tempo. Perdeu um pênalti em péssima cobrança. Artur: Um primeiro tempo também ruim e uma etapa final brilhante: correu, ajudou na marcação, deu a assistência para o gol de Raul e na jogada em que Aderlan foi derrubado dentro da área. Cobrou o pênalti e… errou! Ytalo: No primeiro tempo voltou várias vezes para buscar a bola, que não chegava aos seus pés em nenhum momento, exceto no chute aos 6 minutos que Volpi defendeu. Bruno Tubarão: Entrou bem contra Coritiba e Palmeiras. Como titular, não foi bem, embora tenha perdido uma boa chance de marcar.
Dos jogadores que entraram no decorrer da partida, Ligger não comprometeu; Raul demonstrou que sabe atacar e defender com eficiência; Uillian Correia entrou faltando um minuto e nada poderia fazer; Alerrando também teve poucas chances e Lucas Evangelista entrou para recompor o meio-campo. Maurício Barbieri: inteligente ao mudar a forma do time jogar no segundo tempo. Parece ter repertório. Mas o tempo dirá.
SÃO PAULO 1 x 1 BRAGANTINO
Local: Estádio Cícero Pompeu de Toledo (Morumbi), São Paulo
Data: 9 de agosto de 2020, quarta-feira, 19h15
Árbitro: Sávio Pereira Sampaio (DF) – Assistentes: Daniel Henrique da Silva Andrade (DF) e José Reinaldo Nascimento Júnior (DF)
Público e Renda: Portões fechados
Cartões amarelos: Ricardo Ryller e Edimar (Bragantino) e Léo, Tchê Tchê e Luciano (São Paulo)
Gols: Raul aos 52’ (Bragantino) e Luciano aos 77’ (São Paulo)
SÃO PAULO: Tiago Volpi, Juanfran, Diego Costa, Léo e Reinaldo; Tchê Tchê, Igor Gomes (Gonzalo Carneiro) e Gabriel Sara (Hernanes); Brenner (Helinho), Luciano e Vitor Bueno (Paulinho Bóia). Técnico: Fernando Diniz.
BRAGANTINO: Cleiton, Aderlan, Léo Ortiz, Léo Realpe (Ligger) e Edimar; Ricardo Ryller, Matheus Jesus (Raul) e Claudinho; Artur (Uillian Correia), Ytalo (Alerrandro) e Bruno Tubarão (Lucas Evangelista). Técnico: Maurício Barbieri.