Aquela solidez e segurança da comissão técnica do Bragantino vista em 2019, quando se sagrou campeão do Brasileirão Série B, é coisa do passado. Quando Zago abandonou o barco, o RB Bragantino ainda não sabia, mas decretou sua entrada no rol daquelas agremiações que trocam muitos técnicos ao longo das competições.
Em dezembro do ano passado teve início essa saga, com a diretoria elencando nomes e mais nomes, da América do Sul e até da Europa. Conversaram com o então técnico do Rio Ave, Carlos Carvalhal, que recentemente também foi tentado pelo Flamengo, citaram outros profissionais de gabarito, que acabaram não dando em nada. Toda aquela pompa acabou em Minas Gerais, com a contratação de um técnico de Segunda Divisão: Felipe Conceição, que era empregado do América.
Com um potencial de instabilidade, Conceição teve um início ruim, melhorou no decorrer do Paulista, período em que começou a bater de frente com alguns jogadores, a fazer opções erradas para escalar o time, a perder o comando no vestiário, fatores que resultaram na eliminação nas quartas de final do Paulistão, quando foi derrotado pelo Corinthians. O declínio começou aí. Veio o Brasileirão e a pífia campanha acabou resultado em sua demissão.
Paulista – Conceição assumiu no início de fevereiro, na quinta rodada. Até então, comandado por Vinícius Munhoz, o Braga empatou com o Santos, perdeu casa para a Inter de Limeira, empatou com o Novorizontino e, em sua melhor apresentação, derrotou o Palmeiras no Nabizão.
Felipe estreou com derrota para o Mirassol e registrou seu primeiro resultado positivo na sexta rodada, 3 x 0 diante do Oeste. Em seguida, voltou a perder, para o Santo André e na oitava rodada, em casa, venceu o Ituano e engatou uma série de bons resultados, com vitória diante da Ponte, em Campinas, em casa, contra o Água Santa, e duas vitórias após a volta da paralisação da pandemia: 3 x 2 diante do São Paulo, no Morumbi e 2 x 0 no Botafogo, em Osasco. Em oito jogos, Felipe Conceição perdeu 2 e venceu 6.
A derrocada começou com a derrota por 2 x 0 no Morumbi, diante de um Corinthians que havia escapado por pouco do rebaixamento.
Brasileiro – A volta ao Brasileirão, depois de 22 anos, criou a expectativa que o time poderia fazer bonita figura, especialmente com a chegada de novas contratações. E aí Conceição mostrou as garras, preterindo os principais jogadores da conquista da Série B, afastando Júlio César, Ligger, Barreto, Uillian Correia, Claudinho e Ytalo, ou seja, mais de meio time. Essa atitude teria consequências, como teve. Adotou novo esquema de jogo com jogadores que não renderam o esperado e em seis rodadas levou o time à zona de rebaixamento.
Sua dispensa deveria ter ocorrido na derrota diante do Coritiba. Já tinha perdido o controle do vestiário e o afastamento de ativos da equipe, como Uillian Correia, não poderia dar bons resultados. Insistiu com o ídolo do clube no banco, Claudinho, como que a dizer que ele era o comandante, ele decidia.
Novo nome – A diretoria agora parte em busca de um novo nome, mas o que se espera é que não haja a repetição daquele comportamento midiático de técnicos europeus e sul americanos. E que não se busque nomes menores, como ocorreu com o agora demitido Conceição.