O Bragantino não conseguiu passar pelo Corinthians anteontem, no Morumbi, em jogo único pelas quartas-de-final do Paulistão. E o motivo foi um só: jogou mal quando não podia. O Corinthians foi o mesmo de outros jogos, produzindo pouco, mas deu sorte de abrir o marcador com menos de 1 minuto, em falhas de Vitinho, em noite infeliz, e de Júlio César.
O gol, de certa forma, foi uma ducha de água fria nos planos do time, até então de melhor campanha, porém as oportunidades de gol até o final da primeira etapa foram do Bragantino. Pelo menos em três delas poderia ter chegado ao empate: duas com Artur e uma com Morato. O Corinthians se limitou a defender e sair para o ataque em jogadas esporádicas.
Na etapa complementar tudo mudou. O Bragantino voltou apático, sem o mesmo espírito apresentado na fase inicial, deu campo para o Corinthians trocar passes e o segundo gol, aos 19 minutos, jogou por terra as possibilidades de reação do time, àquela altura sem nenhuma criatividade, que trocou o toque de bola por chutões e jogadas ofensivas desordenadas.
O técnico Felipe Conceição fez alterações tardiamente, em especial de Vitinho, que desde a volta do campeonato, pós-pandemia, tem jogado muito pouco.
O time – Júlio César foi infeliz no gol logo no início da partida, mas fez boas defesas; Aderlan é outro que voltou no pós-pandemia sem o mesmo futebol de antes; Fabrício Bruno, a cada partida, mostra o quanto faz falta Léo Ortiz. Perde todas de cabeça, mesmo com todo aquele tamanho. Ligger tem jogado praticamente sozinho, diante de um companheiro de zaga fraco e Edimar não conseguiu fazer o de sempre, mas contra o Timão fez menos; Ricardo Ryller é um bom jogador, mas ontem produziu pouco; Matheus Jesus voltou após suspensão e embora não tenha feito um grande jogo, tem bom futebol; Vitinho é um caso a ser estudado. Agarrou a chance de titular antes da pandemia e voltou, de contrato renovado, sem o mesmo futebol. Tem sido um dos responsáveis pela armação de contra-ataques dos adversários. A diferença é que neste jogo, deu o primeiro gol de presente antes do primeiro minuto de jogo. Artur foi o melhor do time em campo, com muito espírito de luta, teve duas chances para empatar no primeiro tempo. Ytalo também pode entrar na lista de Aderlan e Vitinho. Nos últimos jogos atuou muito aquém daquilo que se espera de um artilheiro. Em três partidas ainda não foi às redes. Morato tem demonstrado regularidade e faro de gol. Quase deixou o seu ainda na etapa inicial.
As substituições feitas pelo técnico Felipe Conceição não mudaram o panorama do time e foram feitas tardiamente. Hora de pensar em plano B para quando o “A” na funcionar. Ontem precisava alterar a forma de jogar de seus comandados e isso não ocorreu.
Em relação ao Corinthians, o torcedor do Timão não pode se deixar enganar. O time é fraco, o esquema do treinador, que já deveria ter sido assimilado não foi, e o elenco, para o Brasileirão, é para uma campanha de meio de tabela de classificação. Pode até ser campeão paulista, porque seus adversários, exceção feita ao Bragantino, estão no mesmo nível.
BRAGANTINO 0 x 2 CORINTHIANS
Local: Estádio Cícero Pompeu de Toledo (Morumbi), São Paulo (SP)
Data: 30 de julho de 2020, quinta-feira, 19 horas
Árbitro: Raphael Claus – Auxiliares: Neuza Inês Back e Daniel Paulo Ziolli
Público e Renda: Portões fechados
Cartões amarelos: Ytalo e Artur (Bragantino) e Fagner, Mateus Vidal e Carlos Augusto (Corinthians)
Gols: Ederson aos 30s e Jô aos 64’ (Corinthians)
BRAGANTINO: Júlio César, Aderlan (Weverton), Fabrício Bruno, Ligger e Edimar: Ricardo Ryller Weverson), Matheus Jesus e Vitinho (Claudinho); Artur, Ytalo (Alerrandro) e Morato (Matheus Peixoto). Técnico: Felipe Conceição.
CORINTHIANS: Cássio, Fagner (Michel), Gil, Danilo Avelar e Carlos Augusto; Gabriel, Ederson, Ramiro e Luan (Araos); Mateus Vital (Sidcley) e Jô. Técnico: Tiago Nunes.
FOTO | ARI FERREIRA – RB BRAGANTINO |