Moradores do Residencial Bela Vista, localizado às margens da represa que abrange os municípios de Piracaia e Bragança Paulista, denunciaram uma ação da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) ocorrida no dia 30 de setembro de 2025. Segundo os relatos, equipes da companhia ingressaram no condomínio com equipamentos e retroescavadeiras, demolido estruturas, impedido o acesso à água e restringido a circulação de moradores, sem aviso prévio individual ou ordem judicial.
De acordo com os moradores, entre as construções afetadas estava um píer que, segundo eles, está totalmente regularizado pela Marinha do Brasil — com projeto aprovado, autorização e registro em carta náutica. Mesmo após a apresentação imediata da documentação, a estrutura foi demolida.
“Eles chegaram com máquinas, sem aviso, ignorando toda a documentação da Marinha. Em minutos, destruíram um píer regularizado e reconhecido oficialmente. Foi devastador”, relatou dr. Rodrigo Leça, proprietário do imóvel.
Os moradores afirmam que, em outros pontos da represa, onde há situações semelhantes e onde os proprietários também apresentaram documentação, não houve qualquer intervenção, o que reforçaria a percepção de seletividade na operação.
Relatam ainda que, após as demolições, a Sabesp instalou cercas ao longo da margem da represa, colocou seguranças 24 horas e cadeados em portões, dificultando o acesso às residências. Além disso, uma rampa asfaltada de uso comum teria sido removida, diferentemente do que ocorre em outros condomínios da região.
Ainda segundo os moradores, havia uma reunião marcada com a Marinha para o dia 3 de outubro, quando seria discutido o processo de regularização de outras estruturas náuticas. A ação da Sabesp, portanto, teria ocorrido antes desse encontro.
O que diz a Sabesp – Em nota, a Sabesp informou que píeres irregulares foram construídos às margens da represa de Piracaia, uma das formadoras do Sistema Cantareira — responsável pelo abastecimento de milhões de pessoas.
Segundo a companhia, as estruturas não possuíam aprovação da Marinha e estavam causando degradação ambiental no manancial. A Sabesp afirmou que notificou os ocupantes e concedeu prazo de 30 dias para a remoção voluntária das construções e desocupação da área.
Diante do não cumprimento do prazo, a empresa realizou a remoção das estruturas e o bloqueio do acesso. A Sabesp destacou ainda que a represa é fundamental para o abastecimento da região de Bragança Paulista, da capital e da Grande São Paulo, e que sua proteção é estratégica para garantir a segurança hídrica do sistema.
AÇÕES JUDICIAIS
No final a tarde de ontem,7,a GB apurou que os proprietários que foram prejudicados pelas ações da Sabesp, consideradas como abuso de poder, porque teria até solapado a autoridade da Marinha do Brasil, estão preparando ações judiciais necessárias para que a Sabesp repare os estragados e prejuízos fiscos e morais que causaram. Os moradores pedem também que o caso seja apurado pelo do Ministério Público e Marinha.




