* Matéria atualizada em 27/09/2025
Alguns bairros ficaram até 30 horas sem energia pela demora de restabelecimento. Energisa divulgou que 67 mil clientes foram atingidos na região. Por analogia, seriam 67 mil unidades consumidoras convertidas em pessoas pode chegar a mais de 300 mil
Após a tempestade e ventos que chegaram à 90km/h em Bragança Paulista na segunda-feira (22), danos como queda de árvores, casas que tiveram seus telhados arrancados em decorrência dos ventos, inúmeros munícipes permaneceram sem energia por até 30 horas.
Foram diversas denúncias que chegaram à GB, relatando a falta de energia e de água nos bairros Jardim Águas Claras, Planejadas 1 e 2, Jardim das Palmeiras e também a Zona Sul e Oeste da cidade. Segundo a SABESP, a falta de água ocorreu devido à queda de energia, já que isso afeta diretamente o abastecimento. Mas as reclamações não foram apenas por isso.
Moradores disseram que a Energisa não chegou a dar previsão ou se quer informações e suporte básicos aos consumidores. A GB apurou durante a semana que equipes da empresa vieram de outros municípios como São Carlos e Paulínia, para auxiliar no atendimento em Bragança, porém, nem todos estavam aptos para prestar os serviços necessários na cidade. “Eles não sabem arrumar o transformador, e foram embora dizendo que viria outra equipe”, declarou um morador.
Em resposta a situação, a Energisa emitiu uma nota na manhã de terça-feira (23), um dia após a tempestade, onde alegou estarem “atuando de forma ininterrupta para normalizar o fornecimento de energia”, mas relatos dizem que, mesmo com inúmeras tentativas de contato com a empresa, ela não deu nenhuma previsão de quando o problema seria sanado. Foram mais de 20 horas sem o restabelecimento da energia, o que ocasionou prejuízo e grande transtorno aos afetados.
Na mesma nota, a empresa disse que 90% dos afetados tiveram a energia normalizada, porém não deu previsão para os outros 10 faltantes. A tempestade “derrubou árvores inteiras, galhos, placas, telhas e outros objetos sobre a rede elétrica, provocando a quebra e queda de postes, rompimento de cabos e outros danos à rede, tornando ainda mais complexo os trabalhos das equipes”, disse a empresa.
De maneira contraditória, a Energisa já sabia da previsão de tempestade desde a última sexta-feira (19), e chegou a emitir um alerta sobre o risco dos temporais a partir de domingo (21). Orientou consumidores como deveriam proceder e afirmou que colocariam o Plano de Contingência em prática: “A meteorologia prevê chuva forte, com riscos de temporais, a partir deste domingo (21). A Energisa Sul-Sudeste está monitorando o clima em tempo real e estrategicamente, já mobilizou suas equipes para atuação imediata, caso as previsões se confirmem. ”
O gerente de Operação da concessionária, Anderson Rabelo Rosa, explicou que a previsão aponta chuvas e ventos fortes em vários municípios da área de concessão no interior de São Paulo, sul de Minas Gerais e Guarapuava (PR).
“Colocamos o nosso plano de contingência em prática e estamos com equipes de prontidão para agilizar os atendimentos às ocorrências decorrentes de chuvas e ventos fortes o mais rápido possível e com segurança”, afirma o gerente. Ao que indicam os relatos após a tempestade, o plano de contingência não foi eficiente. A demora do reestabelecimento da energia e falta de profissionais para atuar no município demonstrou o despreparo e a ineficácia da empresa perante situações de risco. A GB apurou ainda que algumas pessoas afetadas entraram em contato com a Aneel e Arsesp para ajudar na solução do problema.
Nota – Ainda no início da noite de terça-feira, cerca de 30 horas após a tempestade, a Energisa emitiu nova nota se dizendo “ciente dos transtornos causados pela interrupção da energia elétrica ainda sentida por clientes da região em decorrência do forte temporal ocorrido nessa segunda-feira. Pelas próximas horas as equipes continuam trabalhando e empenhadas para solucionar a falta de energia que ainda afeta cerca de 6 mil clientes dos municípios de Bragança Paulista, Pedra Bela, Pinhalzinho, Tuiuti e Vargem. Desde o momento do temporal, quando os ventos ultrapassaram 90 km/h na região, a concessionária triplicou a quantidade de equipes nas ruas e todas estão trabalhando de forma simultânea em substituições de postes e de equipamentos, reparos de cabos rompidos e outros danos na rede elétrica. A Energisa Sul-Sudeste reafirma aos clientes o compromisso de seguir trabalhando sem parar até que o fornecimento da energia seja completamente restabelecido a todos as pessoas da região.”
Questionada sobre a quantidade de equipes mantidas em Bragança Paulista para emergências, quais bairros foram afetados e o tempo de reestabelecimento da energia, a empresa retornou na tarde desta sexta-feira (26) afirmando que há bases operacionais 24 horas por dia e 7 dias por semana em Bragança Paulista, sendo que a sede operacional é no Lago do Taboão, e ainda há mais dois times operacionais na Planejada e no Toró, mas não especificou se as equipes são de operações rotineiras equipes ou se há pelo menos uma para contingências .
A empresa também informou que foram impactados 67 mil clientes em Bragança e região, mas não informou o número de pessoas atingidas apenas em Bragança Paulista.
Destacou a intensidade dos ventos que provocou o lançamento de árvores inteiras, galhos, telhas, placas e outros objetos sobre a fiação, rompimento de cabos, quebra de postes e outros danos à rede elétrica. Foram registradas mais de 600 ocorrências na rede elétrica e segundo a empresa os bairros mais atingidos foram Parque dos Estados, Rio Acima, Planejada, Julieta Cristina, Biriça, Atibaianos.
A Energisa ainda afirmou que as equipes trabalharam por mais de 96 horas para recuperar todos os danos que o temporal causou, e que a reestabeleceu a energia de forma gradativa, mas não informou quanto tempo demorou, exatamente, para o que todos os consumidores tivessem o reestabelecimento da energia em suas casas.
E por fim, destacou os investimentos, entre eles a construção d anova subestação que será inaugurado até dezembro deste ano e deve impactar cerca de 50 mil pessoas.
Ressarcimento – O consumidor afetado, tem o direito de pedir ressarcimento por queda de energia. Para isso, deve contatar diretamente a sua distribuidora de energia pelos canais de atendimento, apresentando provas do dano, como fotos de aparelhos queimados, notas fiscais e laudos técnicos. Se o pedido for negado, também é possível buscar auxílio no Procon ou no Juizado Especial Cível, que é gratuito para causas de menor valor.
Na Energisa a solicitação deve ser feita até 90 dias após o ocorrido. O solicitante deve ter em mãos: data e horário da ocorrência, unidade consumidora, marca e modelo do aparelho danificado e descrição do problema. A vistoria para avaliar o equipamento ocorre em até 10 dias, mas, para eletrodomésticos de conservação de alimentos, a vistoria é realizada em até 1 dia útil.
Em caso de negativa do pedido, você pode recorrer à agência reguladora estadual ou à Ouvidoria da ANEEL pelo telefone 167. A solicitação pode ser feita no link https://www.energisa.com.br/para-sua-casa/servicos/outros-servicos/ressarcimento-de-danos-eletricos
