Não tenho medo de errar, ao dizer que a pandemia do “vírus chinês” mudará o mundo, definitivamente.
As pessoas de maior sensibilidade, sensatez e bom-senso já perceberam que a vida é efêmera e que não vamos viver para sempre, conclusão esta que remete à mudança de hábitos, costumes, prioridades e modo de viver, nos campos material, afetivo e espiritual.
Li, em algum lugar, que não devemos viver como se nunca fôssemos morrer. Tal raciocínio parece lógico, mas tem muita gente vivendo somente para juntar dinheiro, acumular bens e prestígio pessoal, desperdiçando a vida, que passa. Por outro lado, também não é racional pensar que vamos morrer amanhã. Logo, o equilíbrio está no meio.
O flerte com a morte nos faz pensar no nosso fim, também. Quanto mais próxima de nós, maior será seu impacto, mas logo voltamos a cometer os mesmos erros.
O confinamento prolongado, diferentemente, trará grande mudança de hábitos de consumo, comportamento social, projetos pessoais e de distribuição do tempo.
A “peste” (como alguns preferem denominar o Covid-19) nos permitirá conhecer melhor as pessoas, pois é nos momentos extremos – principalmente nos negativos – que o ser humano se revela e mostra sua verdadeira face. Se de um lado o confinamento pode ser gerador de violência doméstica, de outro pode ser uma excelente oportunidade para o restabelecimento e restauração de laços conjugais, fraternais e familiares.
Infelizmente, alguns maus veículos de comunicação social, notadamente a grande mídia, vêm empurrando a humanidade para baixo, para o pessimismo, como também ao derrotismo, numa sanha altamente destrutiva e de consequências irreversíveis. Incutem, a todo tempo, o caos, o medo e o abandono da fé.
Há poucos dias, ouvi de um conhecido o seguinte: “este ano já era, agora é pensar em 2021”. Retruquei: “que nada, vamos sacudir a poeira e dar a volta por cima, a vida continua”.
Segundo Sêneca, “não é da morte que temos medo, mas de pensar nela”. Sendo assim, vamos levantar nossas cabeças e olhar para o futuro, com fé e esperança, mas tomando todos os cuidados profiláticos necessários, naturalmente.
Encerro com Shakespeare: “os covardes morrem várias vezes antes da sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez”.