No dia 1º de outubro de 2014 um incêndio de grandes proporções atingiu quatro prédios no bairro Lavapés, em frente à Loja Cem. Todos os prédios foram demolidos semanas depois. Segundo apurado, o terreno está em Área de Preservação Ambiental, foi inutilizada e declarada como utilidade pública através do decreto 3204/2020, assinado pelo então prefeito Jesus Chedid. O decreto foi instituído para que sejam realizadas obras de canalização do Rio Lavapés, que passa sob a área.
O decreto de utilidade público é um documento que indica a intenção da desapropriação do imóvel, sob algumas condições, como a concordância do preço e pagamento do imóvel, que não deve ultrapassar o valor fixado no laudo de avaliação; e que o proprietário ofereça títulos de domínio com filiação vintenária e certidões negativas de quaisquer ônus que recaiam sobre o imóvel expropriado.
Após quase 5 anos do decreto de utilidade pública, o imóvel até agora não foi desapropriado e ainda pertence, segundo o decreto, à Distribuidora Bragantina de Veículos Ltda., que está inapta, segundo a Receita Federal, desde 2019, ou seus sucessores. Segundo apurado pela GB, se o imóvel ainda não foi desapropriado a responsabilidade é do proprietário.
São mais de 10 anos após o incêndio e 5 depois da declaração de utilidade pública, e nenhuma intervenção foi feita no local, que ainda foi usado, até recentemente, como estacionamento por quem frequentava o comércio da região.
O estacionamento foi proibido e agora o que se vê é o afundamento de parte do terreno, que vem aumentando diariamente com as intensas chuvas.
Em resposta à GB, o secretário municipal de Obras, Marcus Ivonica, informou que os terrenos possuem uma laje de piso que é sustentada por um muro de pedras. E o que ocorre, é que devido a infiltração da água no muro, no decorrer dos anos, ocasionou o solapamento do solo. “Esse fenômeno causou o escorregamento do solo que estava embaixo da calçada, provocando o carreamento das pedras, a desestabilização do muro e consequentemente o afundamento da laje.”
Ainda segundo Ivonica, o proprietário do terreno foi notificado no dia 23 de janeiro a tomar providências, a fim de garantir a segurança dos transeuntes e evitar danos a via pública comprometendo o trânsito local, que é intenso.