O atual nível de água do Sistema Cantareira, cujos reservatórios atendem a maioria dos municípios da Grande São Paulo e também do interior do estado, totalizando 7,5 milhões de pessoas, é o menor registrado desde o início do ano, com 50,9% do volume disponível registrado no final de setembro. No ano passado, nesse mesmo intervalo de tempo, os reservatórios armazenavam 67,4%.
Nos últimos nove meses, houve uma diminuição de 24,5% no estoque, o que corresponde a 449,57 milhões de litros.
Neste ano, os percentuais divulgados foram: janeiro (73,5%), fevereiro (76,1%), março (78%), abril (74,5%), maio (70,3%), junho (66,4%), julho (62,2%) e agosto (57,5%).
De acordo com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), as chuvas são a principal fonte de água para os sistemas. Em setembro, o nível médio histórico de chuva foi de 81,2 mm, mas choveu apenas 5,4 mm.
A situação pode se tornar ainda mais crítica, pois segundo os institutos de meteorologia, os próximos dias serão de calor intenso e as chuvas só devem aparecer em novembro.
A Sabesp, responsável pelo abastecimento, enfatiza que economizar no uso da água, principalmente nas residências, é essencial, mas a situação não se restringe ao comportamento da população. “Temos empresas e poder público que passam por cima de todas as legislações (de proteção ambiental). O que podemos fazer é plantar mais árvores e ficar de olho nos projetos das prefeituras, principalmente de canalização de rios e retirada de vegetação. A participação da sociedade civil como fiscalizadora é importantíssima”, diz em nota.
O cenário se torna ainda mais alarmante com os índices dos outros seis sistemas, com percentuais abaixo do Cantareira.