Jonathan Alberti
Intensa, rápida e minuciosa investigação feita pelos experientes policiais civis da Delegacia de Investigações Gerais – DIG, sob o comando do delegado Dr. Henrique de Paula Rodrigues, terminou com a prisão de dois rapazes, na quinta-feira (8), acusados matar Ricardo Romeu de Morais Alves, de 41 anos, e roubar seus pertences, na manhã do último dia 20 de julho. Os autores, Igor Gustavo de Oliveira Cesila e Richard Gonçalves, ambos com 22 anos, estavam foragidos desde o dia do crime, eram colegas de Ricardo e conviviam com ele quase que diariamente. Além de levar a identificação dos autores, a investigação apontou que Ricardo foi vítima de latrocínio (roubo seguido de morte), tendo sua mochila, carteira e celular roubados por seus executores. A crueldade dos assassinos foi tão grande, que Ricardo foi morto com dezenas de facadas, não apenas perfurantes, mas também cortantes, tendo o rosto desfigurado por cortes e dedos decepados. A suspeita é que após uma discussão, Igor e Richard dominaram Ricardo, tomaram seu facão e o mataram.
Investigação – Logo após o bárbaro crime, a equipe de tiras da DIG, iniciaram os trabalhos iniciais de apuração, identificando testemunhas e possíveis imagens do local. Para isso, o delegado titular da DIG, precisou enviar requisição para conseguir imagens de câmeras de segurança. Com as imagens em mãos, somada aos depoimentos espontâneos de testemunhas, além de diversas denúncias anônimas apontado os autores, os tiras conseguiram colocar os autores e vítima juntos na noite do crime.
Segundo apurado pela GB, Ricardo, Igor e Richard, bebiam em um bar no início da madrugada do dia 20 de julho. Os tiras apuraram que naquele dia, Ricardo foi pagar uma bebida ao lado de seus executores e abriu a carteira com diversas notas de R$ 100. O trio permaneceu no bar até às 4h30 da madrugada quando saíram. Imagens requisitadas, apontam que os autores do crime aparecem em três vezes nas imagens. A primeira, quando junto da vítima, deixam o bar em direção a uma casa. Nesse local, conforme apurado pelos policiais, houve uma discussão acalorada entre a vítima e os autores, fato confirmado pela dupla após as prisões. Eles disseram ainda que ficaram receosos porque Ricardo portava um facão, que usada eventualmente em serviços que prestava. Na segunda imagem, gravada por volta das 6h25 é possível ver Ricardo entre Igor e Richard, que pareciam escoltá-lo indo em direção a uma viela que fica próxima ao bar onde eles estavam. A imagem mostra Ricardo com as mãos juntas e andando de cabeça baixa, sendo a suspeita dos policiais de que ele estivesse com as mãos amarradas. Também é possível ver a bainha do facão de Ricardo, do lado direito de seu corpo. O vídeo ainda mostra que antes de entrar na viela, Igor se abaixa e pega algo no chão, o que aparentemente parece ser um pedaço de madeira. Por fim, 43 minutos depois, por volta das 7h08, Igor e Richard, saem sozinhos da viela, aparentemente discutindo, um mostrando a mão para o outro, sendo que Richard, que trajava uma blusa vermelha, para em dado momento e olha os tênis e sua calça e ambos seguem seus caminhos.
Os tiras então passaram a procurar a dupla e apuraram que eles, que nunca deixavam o bairro, haviam sumido “do dia pra noite”, fato que, somado as imagens, testemunhos e denúncias, reforçaram ainda mais a suspeita de autoria do latrocínio e que levou o delegado Dr. Henrique de Paula Rodrigues a pedir a prisão temporária e mandados de busca e apreensão contra a dupla.
A prisão – A experiente dupla de investigadores identificou os autores rapidamente, poucos dias após o crime, porém, como eles estavam foragidos, o trabalho se estendeu por 20 dias, quando os assassinos foram presos.
Após um período fora, Igor retornou, ao achar que a “poeira havia baixado” e foi preso em sua casa no bairro do Guaripocaba dos Souzas, há cerca de 200 metros do local onde o crime ocorreu. Lá foram apreendida uma mochila que Igor disse ser sua, fato que foi desmentido por familiares de Ricardo, que não só reconheceram o objeto, mas também afirmaram que a mochila pertenceu a outros membros da família e foi dada para Ricardo.
Também foi apreendida uma blusa vermelha, idêntica à que Richard usava na noite do crime. A blusa toda cheia de manchas, foi encaminhada a perícia, para ver se uma dessas manchas é sangue.
Mais tarde, Richard, que também mora perto do local do crime, foi preso na cidade de Extrema, onde estava escondido. Ele foi detido pelo Polícia Civil mineira, que foi alertada por policiais da DIG.
Na delegacia, eles foram ouvidos e não confessaram o crime, mas confirmaram que estiveram com a vítima e que naquela noite tiveram uma discussão acalorada com Ricardo.
O crime – O corpo de Ricardo foi encontrado na noite de sábado (20/7) na Estrada Municipal Antônio Aparecido Cardoso, no bairro Guaripocaba dos Souzas. Segundo registros policiais, a Polícia Militar foi acionada após uma pessoa ter encontrado um corpo. No local os policiais conversaram com a testemunha, que relatou ter encontrado o corpo de um homem em um terreno baldio, debaixo de uma árvore com alguns troncos em volta. O corpo Ricardo apresentava diversas lesões, provocadas, provavelmente, por um facão, o rosto estava completamente desfigurado e as mãos parcialmente amputadas. Próximo ao corpo foi localizado um facão. Algum tempo depois da PM estar no local, chegou uma pessoa, que reconheceu o corpo através das tatuagens, como sendo de seu sobrinho Ricardo. O corpo foi encaminhado ao IML para exames necroscópicos e a ocorrência foi registrada no Plantão Central da Polícia Civil.