Com um início avassalador, o Bragantino deu a impressão de que iria golear o Racing da Argentina, na noite de quinta-feira (9), no Nabizão, pela abertura do returno da Copa Sul-Americana. Em apenas sete minutos anotou dois gols, através de Thiago Borbas, que provocou sensação de insegurança no time do técnico Gustavo Costas, e passou ao Massa Bruta a certeza de que poderia anotar mais gols ainda na etapa inicial.
Com o placar construído, o Bragantino se mostrou afobado em resolver logo a partida, deixou a criatividade de lado e passou a viver de jogadas individuais de seus atacantes. Esse domínio quase que total durou 15 minutos.
A equipe argentina percebeu que as ações ofensivas do Braga vinham acompanhadas de enormes espaços na defesa e passou a explorar essa zona do campo, com jogadas rápidas e lançamentos longos. Foi o bastante para o time de Caixinha errar passes, falhar com constância na marcação e se garantir com Cleiton, que novamente fez defesas espetaculares. Só que aos 25 minutos não teve jeito. Luan Cândido falhou na marcação, Cleiton chegou a bloquear a conclusão e Solari aproveitou o rebote para diminuir. E a partir daí Cleiton foi o protagonista, com defesas que impediram o empate do adversário.
Segundo tempo – O técnico Gustavo Costas, na volta do intervalo, arrumou o meio-campo, que se mostrava falho, e aí o controle quase que total do Racing foi flagrante, com passes rápidos e boa recuperação da bola. O Braga vivia apenas das movimentações de Mosquera, que concluiu duas vezes a gol para boas defesas do goleiro Arias.
As substituições promovidas por Caixinha não deram certo e o time passou a se defender, preso em seu campo, sem conseguir levar perigo aos argentinos. Nos últimos 10 minutos o sufoco foi grande para sustentar o resultado, e novamente Cleiton apareceu.
Se o Racing tivesse em noite inspirada, teria saído com a vitória, pois o Bragantino é refém de um modelo de jogo que expõe a defesa a todo instante, e não tem jogadores com velocidade suficiente para recuperar as jogadas.
Terminada a rodada, ambos dividem a liderança com 9 pontos, porém o time de Avellaneda tem a vantagem do saldo de gols: tem 5, contra nenhum do Massa Bruta. Apenas o primeiro colocado garante vaga direta na próxima fase, enquanto o segundo enfrentará um play-off com uma equipe que virá da Libertadores.
O próximo compromisso do Braga pela Sul-Americana será no dia 16 (quinta-feira), no Paraguai, contra o Sportivo Luqueño.
ATUAÇÕES
Cleiton: Novamente garantiu o resultado favorável, com inúmeras defesas de alto grau de dificuldade. Nota 8,0.
Nathan Mendes: Vai bem no apoio ao ataque, mas tem dificuldade em recompor o setor defensivo. É lento na recuperação. Nota 5,5.
Eduardo Santos: Desta vez fez uma partida apenas razoável, errou nas saídas de bola e teve que cobrir os companheiros. Nota 5,5.
Luan Cândido: Leva ao pé da letra o ditado: ‘uma no cravo, outra na ferradura’. Joga bem num dia e mal no outro. Teve lampejos de ajuda ofensiva, mas não teve recuperação e falhou no gol. Nota 5,0.
Juninho Capixaba: Bom jogador, cria lances ofensivos, mas também não consegue recompor nos contra-ataques do adversário. Nota 6,5.
Matheus Fernandes: Foi surpresa sua escalação, fez boas deslocações, se ofereceu como opção ofensiva, mas caiu no segundo tempo. Nota 7,0.
Eric Ramires: Fez um bom primeiro tempo, concluiu a gol, foi o garçom no primeiro tento de Borbas, e também mostrou cansaço na etapa final. Nota 7,5.
Gustavinho: Correu bastante nos primeiros 45 minutos, mas depois começou a errar passes. Acabou substituído. Nota 6,0.
Eduardo Sasha: Colocado na função de meia de ligação, se saiu bem, foi o autor intelectual do segundo gol, que Borbas aproveitou o rebote na trave para concluir. Cansou e saiu no segundo tempo. Nota 7,0.
Thiago Borbas: Mostrou seu oportunismo de atacante e assinalou os dois gols. Depois, como os demais companheiros, sumiu em campo. Nota 8,0.
Mosquera: Foi o mais perigoso do time, atacou com muita intensidade, criou boas chances e quem mais concluiu a gol. Também foi substituído. Nota 7,5.
Substitutos: Os cinco que entraram no decorrer da partida não conseguiram melhorar o time e Lucas Evangelista ainda está muito distante da melhor forma. Sem nota.
Pedro Caixinha: Precisa com urgência resolver o problema defensivo da equipe. Tem tido mais sorte (com as atuações de Cleiton) do que juízo. Nota 6,5.
BRAGANTINO 2 x 1 RACING
Copa Sul-Americana – Grupo H – 4ª Rodada
Local: Estádio Nabi Abi Chedid, Bragança Paulista (BRA)
Data: 9 de maio de 2024 (quinta-feira, 21 horas)
Árbitro: Kevin Ortega (PER) – Assistentes: Michael Orue (PER) e Jesus Sanchez (PER) – Árbitro de vídeo: Augusto Menéndez (PER)
Público: 4.850 pagantes – Renda: R$ 162.135,00
Cartões amarelos: Gustavinho (Bragantino) e Di Cesare, Baltasar Rodríguez e Adrián Martínez (Racing)
Gol: Thiago Borbas aos 5’ e aos 7’ (Bragantino) e Solari aos 25’ (Racing)
BRAGANTINO: Cleiton; Nathan Mendes, Eduardo Santos, Luan Cândido e Juninho Capixaba; Matheus Fernandes, Eric Ramires (Jadsom Silva) e Gustavinho (Lucas Cunha); Mosquera (Vitinho Kiev), Eduardo Sasha (Lucas Evangelista) e Thiago Borbas (Talisson). Técnico: Pedro Caixinha.
RACING: Arias; Di Césare, Sosa e García Basso; Mura (Martirena), Zuculini, Almendra (Nardoni) e Gabriel Rojas; Salas (Baltasar Rodríguez), Adrián Martínez e Solari (Carbonero). Técnico: Gustavo Costas.